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Festa do Batismo do Senhor – Ano B08/01/2021 6v432e

 
“Tu és o meu Filho amado; em ti está o meu agrado” (Mc 1, 11)
 
Tema central da Liturgia
 
A Festa de hoje está em função do tempo natalino, mas, enfatizando a manifestação de Jesus como Filho de Deus. O batismo do Senhor nas águas do Jordão ganha imensa relevância para nossa Salvação porque lá ele é chancelado por Deus como seu Filho e, simultaneamente, ele assume sua identidade como o Servo do Senhor que vive a justiça e leva a salvação para todos os povos.
 
 
1ª Leitura: Is 42, 1-4.6-7
 
O capítulo 42 da Profecia de Isaías (Segundo Isaías) traz uma grande consolação para o povo, indicada pelo primeiro cântico do Servo do Senhor. Do ponto de vista redacional, o livro pode ser dividido em duas partes: I) capítulo 40 ao 48 apresentam o projeto do Deus libertador de Israel; II) capítulo 49 ao 55 apresentam a restauração de Israel e salvação universal. Como breve contextualização geral, olhemos apenas a segunda parte do livro:
 
Segunda parte: compreende os capítulos 40 a 55 e correspondem à profecia do Segundo Isaías ou Dêutero-Isaías, no contexto dos anos 586 a.C. ao 538 a.C. – tempo em que o povo eleito ava a grande humilhação do Exílio da Babilônia. O autor provavelmente é um longínquo discípulo do Grande Isaías que, à luz de sua profecia, interpreta os acontecimentos do presente no intuito de fortalecer a esperança do povo em Deus, por isso, sua bela profecia é conhecida como o “Livro da Consolação de Israel”. De forma concreta, a redação teve início por volta das primeiras vitórias da Pérsia, liderada por Ciro, contra a Babilônia, em 550 a.C. e teve seu fim com a vitória persa definitiva sobre os babilônios em 539 a.C. que resultou, em 538 a.C. com o Edito de Ciro decretando o retorno dos judeus para sua terra natal, embora este Edito não seja mencionado no Livro.
 
A perícope da liturgia de hoje é tematizada pelo primeiro cântico do Servo do Senhor (v. 1-4) e o consequente chamado de Israel a ser luz das nações (v. 6-7).
 
Cântico do Servo do Senhor (v. 1-4): o tom é de eleição, designação para uma missão. A apresentação vem dar parte divina, de quem escolhe: “Eis o meu servo, dou-lhe o meu apoio” (v. 1a), seguida da chancela divina: “É o meu escolhido, alegria do meu coração” (v. 1b), confirmada pelo derramamento do espírito nele a fim de que leve o direito às nações (cf. v. 1c), ou seja, sua missão é de cunho universal. Feita a eleição, o Servo é descrito em seu atuar: não exerce sua missão pela via do espetáculo ou da promoção de sua imagem pessoal (cf. v. 2), não olha com desesperança para aqueles que ainda não estão voltados para o bom caminho, mas, ainda vê neles possibilidade de soerguimento (cf. 3ab), deixando claro que seu agir não é pela via da exclusão, mas, da paciência escatológica e mansidão de coração. Porém, na sua íntegra fidelidade, promoverá, sem laxismo ou rigorismo, o direito para o país e para todos os povos que aceitem e anseiem pela Lei (cf. v. 4).
 
Israel, luz das nações (v. 6-7): aqui há o tom do envio, uma especificação da missão. Aquele que é escolhido, tomado pela mão e chamado à justiça (cf. v. 6a), recebe o dom gratuito da eleição divina, recebe simultaneamente uma clara missão: formado pelo Senhor ele é encarregado de ser a aliança para o povo de Deus e a luz das nações (cf. 6b). esta missão, contudo, engloba forma muito concreta: abrir os olhos aos cegos, libertar os presos, e retirar do sofrimento aqueles que estão na escuridão (cf. v. 7). Enfim, o chamamento do Servo é para inaugurar uma nova forma de vida a partir do projeto divino de libertação e salvação para todos!
 
 
Salmo 28 (29), 1a.2.3ac-4.3b.9b-10 (R/. 11b)
 
O Salmo é um Hino de Louvor. Hinos eram cantados como parte da adoração em diversas ocasiões, inclusive festivais sagrados, assim como em outros momentos, talvez por um coral ou um cantor individual. De forma geral o salmo convida a ver na tempestade a manifestação do poder e da majestade divina. Aconteça o que acontecer, Deus vela sobre nós. A tranquilidade depois da chuva é símbolo e penhor da paz que o salmista deseja ao povo.
 
 
2ª Leitura: At 10, 34-38
 
A fim de melhor nos situarmos neste texto bíblico, tomemos a introdução aos Atos do Apóstolos da Bíblia da CNBB:
 
Os Atos dos Apóstolos (At) são a continuação do evangelho de Lucas, constituindo a segunda parte de sua obra. Narram a fase da História da Salvação que se seguiu à ressurreição e elevação de Jesus. Como o evangelho de Lucas, também este escrito não é historiografia no sentido científico moderno; não tem a pretensão de fazer uma reconstituição científica dos fatos, mas, baseando-se em fontes fidedignas, procura evocar o significado daquilo que aconteceu e, também, prestar homenagem aos primeiros evangelizadores e fundadores das Igrejas cristãs – especialmente Pedro, primeiro porta-voz da Igreja-mãe de Jerusalém, e Paulo, evangelizador dos gentios. Na parte que narra as viagens marítimas de Paulo, o autor se apresenta como companheiro de viagem, falando na forma “nós”.
 
O livro possui vinte e oito (28) capítulos e, do ponto de vista do conteúdo, pode ser dividido em três partes: I) Atos de Pedro: 1 – 15; II) Elo entre a primeira e a terceira parte: 13 – 15; III) Atos de Paulo: 13 – 28.
 
Nossa perícope encontra-se na primeira parte e trata-se da pregação de Pedro à gente de Cornélio. Todo o trecho (At 10, 34-43) apresenta o querigma ou o anúncio cristão, sendo praticamente um resumo do evangelho, de modo especial o de Marcos. Falando junto ao primeiro pagão itido ao cristianismo – o centurião Cornélio e toda sua família – Pedro, reconhece que o projeto de Deus, em Jesus Cristo, é oferecido a todo ser humano, independentemente de critérios exclusivistas meramente humanos (cf. v. 34-36). Pedro aclara esta novidade a partir do querigma primitivo da Igreja (hoje a liturgia nos apresenta apenas o seu começo). Jesus Cristo, após o batismo no Jordão (cf. v. 37), ou pela terra fazendo unicamente o bem e curando a todos porque recebeu o Espírito divino ungindo-o com poder, isto é, Deu estava com ele (cf. v. 38).
 
 
Evangelho: Mc 1, 7-11
 
O quadro do evangelho de hoje é muito bem delineado: Jesus dirige-se ao Jordão a fim de ser batizado por João (v. 9). O contexto do ritual joanino era importante porque o Batista pregava um batismo de arrependimento e purificação a fim de homens e mulheres estivessem aptos para acolher a iminente intervenção divina contra o mau. Contudo, podemos nos perguntar o sentido deste gesto para Jesus. A fim de esclarecer o que levou Jesus às águas do Jordão, a perícope do batismo está atrelada à perícope anterior onde o ministério de João Batista é apresentado em função da vinda no “mais forte”, ou seja, do Messias.
 
Apresentação do Messias (v. 7-8): o Messias é apresentado por João na tradição profética, ou seja, Ele é quem possui a Força e o Espírito (cf. Is 9, 6; 11, 2). Portanto, João sabe-se apenas o arauto, aquele que prepara o caminho, sendo mais fraco e, por isso, utiliza os dons da natureza – batiza com água; todavia, o Messias é o mais Forte e o doador do Espírito que pode recriar todas as coisas.
 
A manifestação de Jesus como Filho de Deus (v. 10-11): após receber o batismo por João, Jesus sai da água (v. 10) e sua identidade é confirmada. A confirmação da identidade de Jesus dá-se por três símbolos: 1) o céu se rasga: uma clara referência à prece de Is 63, 19 em que se pede a abertura do céu, simbolizando a união entre céu e terra, ou seja, agora o pecado não mais separa os homens de seu Deus; 2) o Espírito em forma de pomba seguramente liga este momento ao estágio antes da criação em que o espírito de Deus pairava sobre as águas (cf. Gn 1, 2), demonstrando que em Jesus há o início da nova criação; e 3) a voz do céu: este é o último símbolo que chancela a identidade de Jesus como o Messias: Deus é quem dele dá testemunho público e notório, ou seja, aquele é o filho de Deus que, na sua fiel obediência, lhe agrada; é importante ler este trecho em relação com a eleição do Servo em Is 42, 1-4. Todavia, é preciso ter em mente que estes três símbolos, na narrativa de Marcos, não públicos, mas, é Jesus quem vê o céu se rasgar, o Espírito descer sobre ele como pomba e só ele escuta a voz do Pai. Esta realidade ocorre no Evangelho de Marcos por conta do segredo messiânico: Jesus se sabe o Messias, tem a confirmação do Pai, mas, ainda não chegou o momento de as multidões saberem.
 
O batismo do Senhor: finalmente, é necessária uma resposta ao sentido do batismo ritual de Jesus por João. Seguramente Jesus não necessitava ar por um rito de purificação dos pecados, pois, ele não conheceu pecado. Entretanto, a importância do rito não é essencial, mas, circunstancial: ao ser batizado no Jordão, Jesus assume sua identidade de Filho de Deus e, ao mesmo tempo, o Pai o confirma como seu Filho para os homens e mulheres. Entretanto, o Filho de Deus não terá privilégios, mas, sua missão será exercida em profunda obediência ao Pai e em inseparável união com os homens e mulheres, afinal, foi por solidariedade aos pecadores que Jesus recebe o batismo. 
 
Pe. Bruno Alves Coelho, C.SS.R.
 
 

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