"Missionários da Esperança, 4c4y72

continuando os os do Redentor" 2p5jq

(Sexênio 2023 - 2028) 2v2x1p




Home > formacoes > Solenidade do Natal do Senhor

Solenidade do Natal do Senhor22/12/2020 6a6x1c

Solenidade do Natal do Senhor – Missa do Dia
“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14a)
 
Tema central da Liturgia
 
A liturgia de hoje nos convida à alegria de termos um Deus tão amoroso e próximo a nós! A encarnação do Filho Unigênito do Pai demonstra a vontade divina de sempre estar ao nosso lado e nos conduzir à vida em plenitude. As leituras de hoje nos conduzirão aos os divinos que, apesar da recusa humana, sempre teimam em nos encontrar.
 
Que o Natal do Senhor seja uma feliz oportunidade de nos encontrarmos com Deus no hoje de nossa história e jamais voltarmos a recusar sua proposta de amor e salvação. Um santo e feliz Natal!
 
 
1ª Leitura: Is 52, 7-10
 
A primeira leitura integra a segunda parte da Profecia de Isaías. Recordemo-la brevemente:
 
Segunda parte: compreende os capítulos 40 a 55 e correspondem à profecia do Segundo Isaías ou Dêutero-Isaías, no contexto dos anos 586 a.C. ao 538 a.C. – tempo em que o povo eleito ava a grande humilhação do Exílio da Babilônia. O autor provavelmente é um longínquo discípulo do Grande Isaías que, à luz de sua profecia, interpreta os acontecimentos do presente no intuito de fortalecer a esperança do povo em Deus, por isso, sua bela profecia é conhecida como o “Livro da Consolação de Israel”. De forma concreta, a redação teve início por volta das primeiras vitórias da Pérsia, liderada por Ciro, contra a Babilônia, em 550 a.C. e teve seu fim com a vitória persa definitiva sobre os babilônios em 539 a.C. que resultou, em 538 a.C. com o Edito de Ciro decretando o retorno dos judeus para sua terra natal, embora este Edito não seja mencionado no Livro.
 
Partindo da triste e calamitosa realidade do povo, simbolizada no texto como as ruinas de Jerusalém (v. 9), o Profeta anuncia a maravilhosa volta do Senhor que irá reinar de forma diferente do reinado dos reis que levaram todos à desolação do Exílio; Ele reinará trazendo paz, bem e salvação (v. 7). Por isso o anúncio do retorno do Senhor é compartilhado com alegria pelas sentinelas do povo, o grito não é de medo ante a investida de um inimigo, mas, de júbilo, pois, anunciam Aquele que veem (v. 8). Portanto, no retorno do Senhor a Jerusalém em ruínas, haverá sua completa restauração e retomada de seu sentido escatológico: o júbilo e exultação do povo reunido com Deus será motivo de salvação para todos os povos do mundo (v. 9-10).
 
 
Salmo 97 (98), 1-4 (R/. 1a)
 
O salmo de hoje é um hino de louvor. Hinos eram cantados como parte da adoração em diversas ocasiões, inclusive festivais sagrados, assim como em outros momentos, talvez por um coral ou um cantor individual.
 
 
2ª Leitura: Hb 1, 1-6
 
A Carta aos Hebreus não é propriamente uma carta, mas, uma homilia dirigida aos cristãos de origem judaica. Sua redação é provavelmente anterior ao ano 70, pois, não há menção à destruição do Templo de Jerusalém como confirmação escatológica da substituição do antigo para o novo sacrifício trazido por Cristo. De forma geral seu conteúdo é uma leitura alegórica do Antigo Testamento: aquilo que os destinatários deste sermão conhecem por experiência – o sacrifício no Templo – é um símbolo explicativo daquilo que ainda não compreendem plenamente: o sacrifício definitivo, único e insubstituível que Cristo ofereceu. Assim, o olhar do crente não deve parar na figura, mas, ir além do que ela representa, ou seja, não é o sacrifício em si o mais importante, mas, a vida e a obra do Cristo, lida alegoricamente como sendo o sacerdócio antigo, o sacrifício antigo, a missão de Moisés, etc.
 
O conjunto do texto é estruturalmente simétrico, sendo que a primeira parte corresponde à última e as partes intermediárias se correspondem mutuamente. Veja o esquema abaixo trazido pela Bíblia da CNBB:
 
Abertura (1, 1-4)
            Jesus, Filho de Deus, irmão dos seres humanos (1, 5 – 2, 18)
                        Jesus, mediador fidedigno e solidário (3, 1 – 5, 10)
                                   Exortação (5, 11 – 6, 20)
                                               O sacerdócio de Melquisedec (7, 1-28)
            Tema central (cf. 8, 1): Jesus sacerdote de uma aliança melhor (8, 1 – 9, 28)
                                               O perdão dos pecados (10, 1-18)
                                   Exortação (10, 19-39)
                        A fé e a conversão (11, 1 – 12, 13)
            A vida cristã (12, 14 – 13, 19)
Doxologia (13, 20-21)
(13, 22-25 é a fórmula de envio da carta)
 
O texto escolhido para a liturgia de hoje (Hb 1, 1-6) integra a parte inaugural do texto, ou seja, a abertura e a introdução da temática de Jesus, Filho de Deus. De forma bela e profunda é-nos apresentado o projeto salvador de Deus: Ele sempre quis estar com os seres humanos, por isso, sempre se comunicou conosco, outrora, e de muitas formas, pelos profetas (v. 1), mas, nos últimos tempos, a partir da Encarnação de seu Filho (v. 2). Para que não haja dúvidas de que Jesus Cristo é o Filho Unigênito do Pai, ou seja, de que Ele é Deus feito carne, o texto apresenta o diz claramente: o Filho “é o esplendor da glória do Pai”, expressão do seu ser, sustenta o universo, purificou a humanidade dos seus pecados, está à direita do Pai, está colocado acima dos anjos (v. 3-4), assim, não restam dúvidas de que a dignidade do Pai é a mesma do Filho (v. 5) e que tudo e todos devem adorá-lo (v. 6).
 
 
Evangelho: Jo 1, 1-18
 
Temos aqui o Prólogo do Evangelho de João, trata-se de um hino cristológico muito bem elaborado e que traz o mote de sua narrativa que, posteriormente será desenvolvido em toda a obra.
 
A identidade do Cristo (v. 1-5.18): João inicia identificando o Cristo como sendo a Palavra, que estava com Deus e era Deus (v. 1-2). Assim, sua proposta é a automática interrelação entre a criação do Livro do Gênesis e a nova criação em Jesus Cristo. Ademais, há a confissão da co-eternidade do Filho (Palavra) com o Pai, ou seja, a Palavra (Deus) criou tudo e sem ela nada foi criado (v. 3), pois, nela está a vida, luz dos homens (v. 4). A identificação total entre a Palavra antes da encarnação e após esta em Jesus Cristo expande ainda mais a compreensão do leitor de que o Cristo é Deus feito homem: ninguém jamais viu Deus, mas, o Filho Unigênito torna ao ser humano conhecer a intimidade do Pai (v. 18).
 
A rejeição de sua proposta/aceitação da proposta (v. 10-13): a proposta de Deus era estar sempre com a humanidade, mas, esta lhe recusou em sua maioria (v. 10-11). A recusa ao projeto de Deus, ou seja, a recusa à Palavra, geradora de vida e luz para o caminho é o que tornou o mundo um lugar de morte e pecado. Entretanto, àqueles que assentiram positivamente ao projeto de Deus, ganharam a graça de se tornarem filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo (a Palavra), v. 12; assim, suas vidas não são mera vontade ou acaso humano, mas, existem por vontade do próprio Deus (v. 13).
 
A encarnação (v. 6-9.14-18): o motivo da encarnação é apresentado como consequência da rejeição da proposta inicial de Deus pela humanidade: a Palavra estava no mundo, mas foi rejeitada e não acolhida pelos seus destinatários (cf. v. 10-11). Assim, há a encarnação, vinda da Palavra ao mundo na carne humana (v. 14) e que João Batista deu testemunho para que todos a Ele se achegassem pela fé (v. 6-9.15). Na encarnação, a Palavra se fez homem, e conviveu com suas criaturas, mostrando a todos sua glória; o Filho Unigênito recebeu do Pai glória e permaneceu cheio de graça e de verdade em sua ação no mundo (v. 14). Desta plenitude recebida do Pai, o Filho transmitiu a todos que o quiseram receber graça por graça (v. 16). Ademais, sua superioridade a todos os homens é latente a tudo que fez, pois, mesmo Moisés é inferior: este trouxe a Lei, mas, no Filho é que temos a graça e a verdade (v. 17), ou seja, a encarnação nos trouxe a possibilidade da salvação! 
 
Pe. Bruno Alves Coelho, C.Ss.R.
 
 

Compartilhar 4zk3d

 
 

Outras formações 5k5s33

<< < 104 > >>

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência de navegação no site. Ao continuar navegando você concorda com essas condições.

Entendi