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Ó adorável Criança, é por mim, eu o sei...!23/12/2013 4v515a

 

Na expectativa para celebrarmos mais uma vez a chegada do Deus que se fez criança, frágil e pobre, e veio morar no meio de seu povo, esta intuição de Santo Afonso ao contemplar o presépio toma conta do nosso coração mais uma vez. Nós estamos também “grávidos” de Deus como Maria. É por cada um de nós que Deus se abaixou até nós, inclinou-se até as nossas misérias. Deus se fez gente por mim, por ti, por todos nós todos. Diante da delicadeza de Deus e da profundidade deste mistério, Afonso exclama: “Tu que habitas na comunhão do Pai colocaste na manjedoura teu amor por nós”.

 

Uma vez mais somos convidados a fazer do nosso coração uma manjedoura aconchegante para acolher a encarnação do Amor enlouquecido de Deus em nós. Mas para isso é preciso desarmar o coração, fazer-se criança de novo, ou seja, sentir-se menino de Deus. Somente a partir da nossa abertura de coração a ternura de Deus Criança nos tocará e transformará a nossa pobre fragilidade humana. O poeta português Fernando Pessoa no belíssimo texto “O guardador de rebanhos” pinta a vida do Jesus Menino como a vida de qualquer criança que vive ao nosso redor, na inocência, na pureza, e no sorriso límpido diante de um gesto de carinho. Vale a pena conferi-lo na integra como preparação para celebrarmos o Natal:

 

“... Hoje ele vive na minha aldeia comigo. É uma criança bonita de sorriso natural, limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças d’água, e colhe as flores, gosta delas e esquece. Atira pedras nos burros, colhe as frutas dos pomares, e foge a chorar e a gritar dos cães. Só porque sabe que elas não gostam que toda gente acha graça, ele corre atrás das raparigas que levam as bilhas na cabeça. E levanta-lhes a saia...”

 
E o poeta continua compondo belas imagens sobre o menino que fugiu do céu e se fez eternamente humano e menino, que o ensina tantas coisas. Lendo esse belíssimo conto, lembro-me da advertência de Jesus nos evangelhos: “Na verdade vos digo: se não vos converterdes e não vos tornarem como crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Portanto, aquele que se fizer pequeno como esta criança é o maior no Reino dos Céus” Mt 18, 3-4. Sim, é preciso deixar nascer aquela parte da criança divina que nos falta tanto! É preciso deixar que o Menino nos ensine e converta o nosso coração. Para acolher o Deus Criança é necessário demorar-se com Ele, para brincar, contar histórias, num belíssimo pacto de amizade. Ser amigo do Deus Criança, dar-lhe a mão como faz uma criança, já pensou nisso?
 
Acreditar no mistério da Encarnação do Amor que nos redime, liberta, encurta as distâncias, ergue o que está caído, purifica, abençoa e transforma vidas, e ter a confiança de uma criança que segura às mãos do Pai e vai... Todo esse mistério contido numa frágil e pobre criança: “Ó adorável criança, é por mim, eu o sei...” Que neste Natal possa o nosso coração sentir a surpresa de Deus, que nos toca através da vinda de seu Filho, e renova nossas alegrias e esperanças mais profundas. Que quando chegar o Natal, possamo-nos fazer criança de novo e repetir com o poeta:
 

“Pega-me tu ao colo, e leva-me para dentro da tua casa, e deita-me na tua cama. Despe o meu ser cansado e humano. Conta-me histórias, caso eu acorde, para eu tornar a adormecer. E dá-me sonhos teus para eu brincar...”

 

Bom Natal a todos!

 

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