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30º Domingo do Tempo Comum – Ano A23/10/2020 2475m

“Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração,
com toda a tua alma e com todo o teu entendimento!
Amarás teu próximo como a ti mesmo”
(Mt 22, 37.39b)
 
 
Tema central da Liturgia da Palavra
 
O centro da liturgia de hoje é o amor como forma inequívoca de estarmos em sintonia real com o projeto do Reino de Deus. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo são o centro da vivência cristã e tudo o mais é desdobramento desta vivência. Se falta cuidado com o que sofre ou se vivemos num mundo marcado por injustiça social, significa que a humanidade não está ouvindo o principal mandamento do qual todos os outros decorrem e dependem.
 
 
1ª Leitura: Ex 22, 20-26
 
A perícope de hoje está circunscrita ao Código da Aliança (Ex 20, 22 – 23, 19) que uma porção prática de desdobramentos dos Dez Mandamentos. Embora o Decálogo seja o norte salvífico que orienta e regulamenta o bem viver do Povo de Deus, a prática diária da vida mostrou-se necessitada de uma ampliação explicativa e aplicativa dos Dez Mandamentos a situações bem concretas, assim, nasce o Código da Aliança que versa sobre enorme gama de situações que envolvia a guarda da Aliança pelo povo em sua relação com Deus e com o próximo. Especificamente, nossa perícope trabalha o cuidado com o mais pobre e o chamado à vivência da justiça social.
 
O texto nos apresenta as três condições mais precárias de vida daquele contexto inaugural do Povo de Deus: o estrangeiro (v. 20), o órfão e a viúva (v. 21) e o empobrecido por dívidas (v. 24). De certa forma, estas três categorias precárias evocam a origem pequena do Povo de Deus e, ao mesmo tempo o cuidado que o Senhor teve para com ele. Assim, o estrangeiro recorda o tempo da escravidão no Egito (cf. v. 20b), período de grande penúria e humilhação daqueles se escravizaram em terra estranha para conseguir sobreviver. A viúva e o órfão recordam como o povo era frágil e susceptível às intempéries sociais e econômicas sem ter a quem recorrer, mas, no auge da desesperança o Senhor ouviu seu clamor e os deu vida e sustento. O empobrecido por dívidas lembra ao povo que entre ele não deve haver necessitado e, se alguém caiu em miséria, é obrigação de cada reerguer este caído a fim de que ele recobre sua dignidade, por isso, nada de cobrar juros ou lhe tomar o essencial para sua sobrevivência (cf. v. 24-26ab), pois, não é justo lucrar sobre o sofrimento alheio e muito menos condená-lo à morte por ganância material.
 
É interessante ainda notar que Deus se coloca como o defensor último destes pequenos, Ele ouvirá sempre o seu clamor e logo lhes atenderá (cf. v. 22.26c). O atender o pobre que sofre não significa apenas o alívio ou o resgate de uma situação difícil para aqueles que sofrem, mas, inclusive a responsabilização daqueles que lhes causaram os sofrimentos ou que testemunharam as situações e nada fizeram: estes últimos sofrerão a ira de Deus e, assim, como infligiram dores aos pequenos, também receberão estas dores e dificuldades com o aval divino.
 
 
Salmo 17 (18), 2-4.47.51ab (R./ 2)
 
O salmo de hoje é uma Ação de Graças Individual. Conforme Hermann Gunkel: “Já que a palavra geralmente traduzida ‘ações de graça’ é a mesma palavra para ‘agradecimento’ (???? todah, ex.: Sl 50, 14.23; Jn 2, 9), fica claro que estes salmos tinham a intenção de serem usados num contexto cúltico. Pensa-se que o indivíduo, na presença da congregação em adoração (ex. Sl 22, 22; 26, 12) testemunharia pessoalmente dos atos salvadores de Deus, acompanhados de um ritual e uma refeição. Eventualmente, estes salmos foram liberados do contexto de sacrifício”.
 
De forma específica, neste grandioso hino de ação de graças, a experiência da salvação recebido do Todo-Poderoso transforma o salmista num vibrante pregador que proclama as maravilhas de Deus.
 
 
2ª Leitura: 1Ts 1, 5c-10
 
Damos continuidade à leitura orante da Primeira Carta aos Tessalonicenses. A perícope de hoje é a sequência da perícope ada, ou seja, é continuação da ação de graças feita por Paulo por conta da realidade da evangelização de Tessalônica e da forma generosa como aquela comunidade abraçou a fé com alegria e determinação, fazendo com que seu testemunho de fé se espalhasse por toda Macedônia e Acaia (cf. v. 7-8).
 
O foco principal, porém, reside na fala do Apóstolo sobre a realidade da fé em Tessalônica: ao mesmo tempo que a comunidade aderiu ao Evangelho com a alegria do Espírito Santo, cada um também sentiu as dificuldades próprias deste caminho (cf. v. 6) devido à resistência de judeus e conflitos com autoridades, além de terem deixado as práticas que antes faziam em vista da espera salvífica do Cristo (cf. v. 9-10).
 
 
Evangelho: Mt 22, 34-40
 
Estamos já avançados na narrativa evangélica de Mateus. O capítulo 22 está circunscrito, mais especificamente, na temática das controvérsias em Jerusalém (cap. 19 ao 23) e, num apanhado geral do Evangelho, no conflito entre Jesus e as autoridades do povo e no consequente caminho para a cruz (cap. 14 ao 28). Assim, o contexto está no ensinamento direto aos discípulos em contraposição às práticas ‘tradicionais’ e fechadas que fariseus e mestres da lei exerciam e difundiam. Neste ínterim, Jesus faz sua entrada em Jerusalém (21, 1-11) e nesta cidade entrará em franca oposição com as autoridades religiosas (21, 12-27).
 
A perícope de hoje apresenta Jesus se defrontando contra outra classe de autoridade judaica: os fariseus (Mateus apresenta três confrontos entre estes e Jesus neste contexto de seu Evangelho: Mt 22, 15-22.34-40.41-46). Após primeira tentativa de apanhar Jesus em dificuldade (cf. Mt 22, 15-22) e de ficarem sabendo que Jesus havia feito calar também os saduceus (cf. Mt 22, 23-33), os fariseus se reuniram e retomam sua carga contra Jesus (cf. v. 34).
 
A polêmica da vez é a questão do “principal” mandamento. Um dos fariseus, que também era doutor da Lei (cf. v. 35), apresenta a Jesus uma questão difícil, pois, havia naquele contexto uma busca por definir bem a interpretação da Lei que legou à vivência quotidiana do povo uma enorme gama de derivações dos mandamentos: coisas que deveriam fazer e também proibições. Acontece que o zelo judaico pela busca da perfeita observância da Lei acabou por gerar muitas derivações que turvaram a visão do essencial.
 
Justamente na busca do essencial, Jesus dará sua resposta evocando a prática do amor, a Deus e ao próximo, como o mandamento principal da Lei. É interessante notar que Jesus não cria nada, portanto, não pode ser acusado injustamente de incapaz de interpretar com ortodoxia a Lei. Assim, Jesus traz à memória de seus ouvintes que o mandamento principal é o amor a Deus (cf. v. 37), e como o trecho do Levítico (Lv 6, 5) era bem conhecido, não precisou explicar, mas, apenas dizer.
 

Todavia, como na experiência religiosa judaica não há amor a Deus desvinculado da vivência real na comunidade, Jesus vai além em sua resposta e coloca em paralelo ao primeiro mandamento o segundo mais importante: o amor ao próximo (cf. v. 39), também citando o Levítico (Lv 19, 18). Com isto, Jesus recorda que o judeu é chamado à religião do amor e que esta deve estar voltada amorosamente tanto para Deus quanto para as pessoas.

 

Entretanto, se Jesus não inova, mas recorda, na questão do “principal” mandamento, ele inova sim ao dizer: “Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos” (v. 40), ou seja, a revelação de Deus aos homens baseia-se não na prática ritual ou legal, mas, na qualidade do amor dirigido a Deus e expressado no trato com as pessoas na mesma intensidade, daí, ama a Deus quem ama na prática seu próximo, gerando vida e sendo justo! 

 

Pe. Bruno Alves Coelho, C.Ss.R.

 

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