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RECOLHIMENTO DE ESPÍRITO E O SILÊNCIO22/10/2020 t6q59

 

 

Muitas pessoas há, que não podem, por mais que o queiram, recolher-se à solidão e separar-se das criaturas para se ocuparem só com Deus; cumpre, porém, observar que pode a gente gozar dos benefícios da solidão do coração em outros lugares que não sejam desertos e grutas. Aqueles mesmos que se veem na necessidade de viver no mundo podem sempre conservar, ainda no meio dos caminhos, praças públicas e ocupações, a solidão do coração e a união com Deus, uma vez que tragam o coração livre de mundanos apegos.
 
Nenhuma ocupação impede a solidão do coração, uma vez que tenha por objeto o cumprimento da vontade de Deus. Se quiseres entreter-te continuamente com Deus, ama a solidão. Toma a peito as palavras que o Senhor disse um dia a Santa Teresa: “Com que gosto não falaria eu com muitas almas; mas o mundo faz tanto barulho em seus corações, que elas não ouvem mais a minha voz
 
Marca uma hora certa do dia para o silêncio e retira-te durante ela para um lugar solitário. Se isso não te for possível, procura ganhar de vez em quando alguns momentos livres para o recolhimento interior. Compenetra-te bem da verdade de que Deus está a teu lado em toda a parte e observa todas as tuas ações.
 
“Nele vivemos, nos movemos e somos” (At 17, 28)
 
Esse pensamento te ajudará a evitar todo o pecado e ter em vista unicamente o beneplácito de Deus em tudo que fizeres. Acostuma-te a dirigir tuas vistas das criaturas a Deus, que lhes deu a existência e destinou-as ao nosso serviço. Fa­ze então atos de agradecimento e amor, recordando-te que Deus, desde toda a eternidade, pensou em obrar tantas maravilhas para ganhar teu coração. Procura, além disso, avivar a tua fé na verdade de que Deus mora de um modo especial em lua alma: “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?” (1 Cor 3, 16)
 
Ao recolhimento opõe-se a dissipação, que se não deve confundir com a distração. A distração não destrói o recolhimento; a dissipação é a sua ruína, tornando-a impossível. O espírito distraído presta inconscientemente atenção a qualquer objeto estranho à ocupação do momento e isso sem que o coração a ele se apegue. A alma dissipada, ao contrário, vítima de qualquer apego do seu coração, difunde-se sobre as criaturas que a seduzem, como a borboleta que adeja de flor em flor, sempre à procura de algum gozo novo.
 
É evidente que a distração não favorece o recolhimento; todavia o coração que quer só Deus retrairá facilmente o seu espírito dessas distrações para voltar ao pensamento de Deus, enquanto a alma dissipada é arrastada para longe de Deus pelo peso dos seus apegos e de suas afeições naturais.
 
Inteiramente outra é a conduta da alma recolhida. Sempre voltada para Deus, conserva-se diretamente unida a Deus, o mais possível, e só deixa o exercício da oração quando a vontade divina a chama manifestamente para outra ocupação. Daí o grito de Santo Afonso: sejamos sempre avaros do tempo, para consagrá-lo à oração; a alma recolhida só deixa Deus para Deus, cuja divina vontade deseja cumprir em tudo.
 
É, sobretudo pelo coração, pelo amor, que a alma adere a Deus e Lhe fica unida. O pensamento leva o coração a Deus; mas muitas vezes também o coração conduz o pensamento a Deus. Santo Afonso, falando do exercício da presença de Deus, a qual nos é recomendada com tanta insistência, e que é praticamente a perfeição do recolhimento, enumera não só os meios a tomarmos para dirigir o nosso pensamento a Deus, mas também os atos pelos quais o nosso coração se deve apegar a Deus. São atos breves, mas firmes, enérgicos, ardentes. O recolhimento não é tampouco a oração, o entretenimento mais ou menos prolongado com Deus; é a sua condição indispensável, a preparação, é, se quiser o começo.
 
 
Oração para conseguir o recolhimento (Santo Afonso)
Até aqui, ó meu Jesus, mui pouco tenho amado a vida retirada. por isso que mui pouco Vos tenho amado. Fui mendigar prazeres e consolações entre as criaturas, e estas me foram causa de perder a Vossa graça, ó Bem infinito. Quão desgraçado sou por ter conservado o meu coração entregue, durante tanto tempo, à dissipação, ocupado tão somente em gozos terrestres, e vivendo no esquecimento do meu Deus! Ah! Meu Jesus, apoderai-Vos do meu coração, que à custa do Vosso sangue resgatastes; inflamai-o no Vosso amor, e possuí-o todo, todo.
 
 
Oração a Maria (Santo Afonso)
Ó Virgem santa, obtende-nos o amor da oração e solidão, a fim de que, desprendendo-nos das criaturas, possamos aspirar a Deus só e ao paraíso, onde esperamos ver-vos um dia, pará louvar e amar sem cessar convosco o vosso Filho Jesus, pelos séculos dos séculos. Assim seja.
 
 
Bibliografia:
OMER C.SS.R., Padre Saint. Escola da Perfeição Cristã para Seculares e Religiosos: Obra compilada dos escritos de Santo Afonso Maria de Ligório, Doutor da Igreja. Editora Vozes, 1955, p. 251-267)
 AZEVEDO C.SS.R., Padre Oscar das Chagas. As Doze Virtudes para cada Mês do Ano. Editora Vozes, p. 191-207
OMER C.SS.R., Padre Saint. As Mais Belas Orações de Santo Afonso: Edição atualizada e acrescida de novos exercícios e orações. Editora Vozes, 1961, p. 311-312
 

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