Os Meios de Comunicação no Vaticano06/03/2013 6e314z
Pe. Carlos Viol, C.Ss.R., Redentorista da Província do Rio e Ecônomo da Comunidade Santo Afonso em Roma, fala sobre a cobertura jornalística no Vaticano, durante o processo para a eleição do novo Pontífice.
Segundo dados fornecidos pelo diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Federico Lombardi, são 4.300 os profissionais dos meios de comunicação credenciados para seguir a Sede Vacante e o Conclave para a eleição do sucessor de Bento XVI (entre jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas e profissionais de televisão e web). Deste total, 3.600 foram credenciados temporariamente junto ao Vaticano. Sinal da relevância do acontecimento.
ando perto do portão de entrada da Sala Paulo VI, onde estão acontecendo as primeiras reuniões dos cardeais, fiquei observando o movimento dos jornalistas: aparecia um cardeal (principalmente os que chegavam a pé) e ao seu encontro ia uma nuvem de profissionais de comunicação. Em busca de uma declaração ou de uma distração exclusiva.
Sem dúvida, um trabalho muito importante. Eu mesmo tenho lido, sobretudo pela internet, as poucas notícias que estão sendo veiculadas. Bom ver que o Brasil tem a presença de muitos profissionais de redes católicas e comerciais.
O clima entre os cardeais que davam declarações era de muita tranquilidade. Quando perguntados sobre quem seria o próximo Papa, todos concordavam que a origem geográfica, a cor da pele e a idade são relativas, uma vez que a Igreja é universal como seu próprio nome diz "Católica".
Gostaria de lembrar algo simples: as notícias precisam ser lidas com olhar crítico. Primeiramente, porque sabemos que o que atrai o leitor/telespectador/ouvinte/usuário-web muitas vezes é a curiosidade. Logo, o que chama a atenção é o polêmico, o trágico, o gossip ou o excêntrico. Existe sempre o risco da informação se transformar em entretenimento ou espetáculo. Em segundo lugar, porque existe um modo de ver a Igreja como se veem as outras instituições com disputas pelo poder numa corrida com vencedores e derrotados. Ora, por mais que existam marcas por demais humanas na Igreja de Cristo, ela é outra realidade.
Entre o deslumbre e a desconfiança em relação aos meios de comunicação, o católico bem formado aprende a usar esses preciosos instrumentos para informar e se informar.
Informou: Pe. Carlos Viol – Roma, Itália