Semana Santa22/03/2016 6j645o
Uma semana para reavivar a presença misericordiosa de Deus
Aconteceu o inesperado.
São diversas as situações destrutivas que vivemos. E o mundo ansiando por ESPERANÇA. Neste contexto, nós cristãos tornamos a Semana Santa como fonte de vida. Dela brotam experiências de ressurreição em nossos caminhos. Sim, bendita e louvada seja a CRUZ de Jesus de Nazaré, a cada ano reapresentada cravada no coração da História humana e sua evolução. É a celebração da morte glorificante de Jesus, pois Ele vive. Ressuscitou! E caminha conosco para que sejamos adores desta ressurreição que pode tornar-se nossa também.
O que nos acontece hoje precisa estar em relação com os 4 efeitos da ressurreição, dada a presença viva de Jesus entre nós, em nós. Conosco. Bendita esta misericórdia de Deus para com a condição humana: todos nós, pessoas, nacionalidades, culturas. Cantemos vitória. Semeemos Esperança. Ele caminha conosco. É que aconteceu o inesperado. Aconteceu o avesso dos que decidiram e tramaram sua destruição. Nem sua verdade, nem sua pessoa desapareceram na humilhação. O Pai, de quem Jesus disse “enviado” (messias), o confirmou como Filho eterno e redentor da humanidade encurralada nos limites da frágil e, por vezes, desastrada condição humana.
Morte glorificante.
Cruz gloriosa. O Pai ressuscitou Jesus de Nazaré. Ele tornou-se o CRISTO, o ungido. Sua morte é glorificante. Somos libertados por sua trajetória de vida neste planeta Terra. E o fi m trágico de sua paixão-e-morte abriu para a novidade da Ressurreição. As mortes rondam a condição de ser gente. É espantosa a força da morte: matam possibilidades, enterram sonhos de companheirismo, sacrificam vidas na ambição sem medida.
Celebrar a Ressurreição de Jesus é assumir o compromisso de luta por mais vida. A Semana Santa nos re-apresenta à verdade da total misericórdia divina para as gerações humanas que se sucedem na História. E a esperança ou renasce ou se confirma: e a vida pode ser bem melhor. E será! Sempre vencendo as tendências de matar e o medo de morrer e tudo se acabar.
Aleluias. É Páscoa.
A Semana Santa tem nos aleluias da liturgia da Páscoa a atualização da Ressurreição de Jesus: - Ele vive! Ele é Deus e Senhor. Ele caminha conosco para que sejamos adores dos efeitos de sua Ressurreição na vida pessoal, familiar, societária. Não apenas choramos dores. Acende-se a LUZ do perdão reconciliador: volta a ternura relacional que nos faz recomeçar: tudo para todos, em fraterna partilha. A vida no planeta Terra, nossa casa comum, é tarefa nossa. Há que se cuidar. A vida em igual dignidade para todos é nossa luta. Crer na ressurreição é se comprometer com as libertações.
Aleluias! A misericórdia é a fidelidade de Deus em nos amar, dando-nos condições de a vida vencer. Misericórdia divina é um nome adequado para abalizar nossos sonhos coletivos do bem-viver na verdade do Amor que liberta.
Semana Santa? Todo santo dia.
A vida, qualquer vida, cada feto e cada flor, cada criança e cada velho, cada avanço das ciências e cada luta por igual dignidade são manifestações em nós da misericórdia divina que nos potencia a combatentes do Amor.
A Semana Santa renova a força e põe de pé os caídos. Faz de cada seguidor de Jesus Cristo um semeador de esperanças. Somos para muitos outros a Boa Notícia de Deus Misericordioso. O Reino vai se implantando.
Leitor (a), o que há em sua vida de novidade que a Ressurreição? Ponha um pouco mais de sabor em sua convivência. Um pouco mais de fermento nas tarefas que realiza. Encontre parceiros da mesma Esperança e juntos celebrem suas vidas em transfigurações. Isso é ser Igreja de Jesus. Através das agruras da vida alcance já agora o gosto bom do apoio, do estímulo da solidariedade. Confirme a bondade radical da vida que vence toda forma de morte.
Isso é Páscoa.
Crer. Comprometer-se. Lutar por mais vida. Não haja ninguém excluído, indigno, inferior. É missão pascal enxugar as lágrimas, recomeçar. Criar parcerias de misericórdia.
Isso é Páscoa: desistir de apenas defender nossa pele. Páscoa nos chama para não nos tornarmos distantes dos outros. Há que se aproximar deles, os que se encontram além do círculo familiar. Importa quebrar as amarras da classe social a que pertencemos, da religião que é nossa, da cor e da cultura que não nossas.
Páscoa? O Cristo total. O Cristo cósmico. A luz verdadeira que a todos aclara.
Livra-nos, Senhor, misericordiosamente, do mal da insensibilidade à dor do mundo. Abre nossos olhos para a totalidade da existência humana em sua extraordinária diversidade. Que sejamos TESTEMUNHAS DE RESSURREIÇÃO.
Fonte: Pe. Dalton Barros de Almeida, C.SS.R.