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Os olhos verão a Deus22/10/2013 3l5p4a

          A temática do olhar ou da visão é sempre recorrente no Cristianismo. A escritura é permeada por imagens que dizem do olhar de Deus sobre seus filhos ou do desejo de contemplar a face do Deus Vivo. Na tradição, encontramos também inúmeras imagens que evocam o olhar. Igualmente, na mística judaica e cristã encontramos a riquíssima perspectiva do olhar, pois para os místicos, se o ser humano tem um par de olhos é para chegar à visão de Deus. Para Simone Weill, filósofa e mística do século XX, “uma das verdades do cristianismo, verdade por demais desconhecida, é esta: o que salva é o olhar”. De fato, o olhar nos salva de diversas cegueiras que nos impedem de reconhecer a delicadeza e a misericórdia de Deus que nos abraça no tempo e nos permite contemplar a própria vida como dom e mistério, é por isso que o místico alemão Angelus Silesius dizia que “a alma tem dois olhos: um olha o tempo, o outro a eternidade”.

 

Nos evangelhos, verificamos que o tema da cegueira é bastante central no ministério de Jesus: “Teus olhos são como lâmpada para o corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado” Mt 6, 22, é o que diz Jesus, e são muitos os que o procuram para que Ele lhes restitua a visão. Como não se impressionar com o pedido do cego de Jericó: “Senhor, que eu veja” Lc 18, 41! A libertação para uma vida nova, a também pela restituição da visão. É pelo olhar que reconhecemos o Absoluto em toda a criação, e compreendemos que tudo é graça, por isso caímos em êxtase. Santo Afonso de Ligório (1696-1787) nos convida a contemplar a criação e a maravilhar-se por ela:

 

“Quando contemplares as várzeas, as flores

e os frutos que te alegram com sua

beleza e perfume, exclama:

Quantas maravilhas Deus criou

para mim nesta terra para convidar-me a amá-lo,

e quantas delicias me reserva no paraíso!”

 

Para perceber a gratuidade de Deus na criação é preciso ter um olhar educado e atento, aberto para deixar-se surpreender pelo inusitado e pela beleza que se irrompe naquilo que é tão frágil, tão insignificante aos olhares comuns. Como dizia o místico Teilhard de Chardin, “nada é profano para quem sabe ver”.

 

Estamos na primavera, a estação da explosão estonteante de vida. Quanta beleza se derrama diante de nossos olhares! Basta caminharmos por nossas cidades para contemplarmos a criação que se desperta de seu sono e deseja romper-se em dilúvios de vida. Contemplar é experimentar a magnanimidade de Deus, em outras palavras, “ver a Deus”.

 

Que ao fazer a experiência de ver a Deus em tudo e em todos, possamos aprender a grandeza de alma, a sermos generosos sem medida, jamais pequenos, pusilânimes, escondedores do dom! Que possamos aprender e dizer com a grande mística do século XIV, Teresa de Ávila: “Teu desejo seja de ver a Deus; teu amor, de vir a perdê-lo; tua dor de não o gozares, e teu gozo o que te pode levar a Ele, e viverás com grande paz”.    

 

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