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6º DOMINGO DO TEMPO COMUM09/02/2024 421e3x

 

 

TOCAR PARA CURAR
 

 

Tocar e saber-se tocado é uma necessidade humana básica. A pele é o nosso meio de contato com o mundo, através dela experimentamos outro tipo de comunicação, aquela da ternura, da acolhida e do cuidado, que nos aproximam encurtando as distâncias. Acontece que nem sempre os serem humanos puderam ser tocados com liberdade. A Palavra de Deus testemunha uma legislação marginalizadora da religião judaica para aqueles que possuíam algum tipo de doença de pele, comumente denominada “lepra” (cf. Lv 13,1-2.44-46). A doença era considerada um castigo terrível de Deus, como consequência de um pecado grave, e aqueles que eram acometidos por essa enfermidade eram excluídos do convívio comunitário e da relação com Deus. Para além de ser uma medida de higiene, essa prática denuncia a inabilidade da comunidade de Israel lidar com o diferente, bem como traduz uma imagem deturpada de um Deus que discrimina e exclui.
 
Também Jesus se utilizou do toque em sua ação curativa, como no episódio da cura do leproso (cf. Mc 1,40-45). Ele não teve medo de tocar a carne ferida de quem sofre e nem se deixou limitar por uma Lei que não traduz a vontade de Deus para o ser humano. Aquele homem sem nome, excluído por sua enfermidade rompe a barreira sanitária imposta pela Lei e dirige a Jesus seu comovente pedido: “Se queres, tens o poder de curar-me”, confiando em seu poder de tirá-lo daquela condição desumana. Jesus não apenas consente com pedido, mas toca a pele ferida do homem impuro, correndo o risco da contaminação e da impureza. Com esse gesto, Jesus não apenas declara abolida a distinção entre puro e impuro prevista pela Lei e justificada em nome de Deus, mas deseja tocar a dor do outro, como quem deseja compartilhá-la. Ele toma em suas mãos o sofrimento e a impureza alheia, libertando-a de toda exclusão e devolvendo sua dignidade perdida. Uma vez curado e incluído, o homem pôde retornar ao convívio comunitário, mas agora é Jesus que não pode mais entrar na cidade e deve ficar na periferia. É como se Ele trocasse de lugar com o leproso.
 
Jesus desce ao mais profundo de nossa miséria para nos elevar. O grande milagre que Jesus realiza é o da inclusão e da aceitação do diferente, a possibilidade de sermos sempre tocados e abraçados. E isso começa da parte de Deus, que nos olha com compaixão e nos convida a participar da família do seu Reino. 
 
 
Pe. Rodrigo Costa, C.Ss.R.
 
 

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