Província do Rio 1r6fx Formações - 4º DOMINGO DO TEMPO COMUM

4º DOMINGO DO TEMPO COMUM25/01/2024 86m3s

UMA AUTORIDADE QUE LIBERTA

Acompanhamos Jesus em sua missão de instaurar o Reino de Deus, derrotando todas as forças do mal que travam a vida do ser humano e o impedem de crescer. Somos transportados à sinagoga de Cafarnaum, lugar da oração e escuta da Palavra. Lá, Jesus é convidado a pregar, e o faz de um jeito tão original, que desperta curiosidade e iração em seus interlocutores. Os judeus estavam habituados com a pregação e ensino dos escribas e mestres da lei, peritos na interpretação e aplicação minuciosa da Palavra de Deus. Porém, Jesus prega e ensina não como quem repete fórmulas decoradas ou interpretações de outros, pois sua Palavra vem de dentro, tem a marca da autoridade de quem realmente vive aquilo que anuncia. Esta Palavra que vem de Deus mesmo tem o poder de realizar o que anuncia, desperta as consciências adormecidas e faz desabrochar o novo que há em cada um de nós. A autoridade que Jesus demonstra diante do povo é fruto da ação do Espírito Santo, com o qual foi ungido no batismo, e de sua comunhão ímpar e profunda com Deus. Essa autoridade não se restringe ao ensino, mas é acompanhada de uma ação libertadora, que confirma seu ensinamento. Suas palavras e ações testemunham que a realidade do Reino já está presente, suscitando a conversão e adesão a sua proposta.

Nesse contexto, Jesus demonstra sua autoridade realizando um exorcismo. É constante a luta de Jesus contra o “espírito mau”, símbolo daquilo que escraviza o ser humano, prejudica a convivência consigo e com os outros, e faz radical oposição a Deus. Para a mentalidade daquele tempo, o ser humano estava sujeito à ação de “espíritos maus” e só a intervenção divina poderia libertá-lo. Portanto, no profeta Jesus, Deus vem ao encontro do ser humano, como prometera a Moisés, para libertá-los de todas as formas de escravidões e oferecer-lhes uma proposta de vida plena (cf. Dt 18,15-20). Ao contrário dos líderes deste mundo, cuja autoridade baseia-se num poder de dominação e coerção, a autoridade de Jesus é um poder de vida, que anima, faz crescer, e desperta o que há de divino em nós. Já escutamos tantas vezes a Palavra de Jesus Cristo e testemunhamos seus sinais, mas é preciso escutar de modo novo, para que sua autoridade em palavras e ações nos liberte dos “maus espíritos” que nos habitam, abrindo-nos a uma existência sempre nova.

Pe. Rodrigo Costa, C.Ss.R.