Solenidade de Cristo, Rei do Universo24/11/2023 133x6d
REINAR É SERVIR
O ano litúrgico se conclui com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Não por acaso esta celebração está no final, pois quer nos indicar que a meta final da caminhada cristã e da história é o Reino de Deus. Celebramos, ao mesmo tempo, a realeza de Jesus Cristo sobre todo o universo e a implantação desta realidade nova que Ele veio inaugurar, e que é oferecida a todos.
Primeiramente, somos convidados a descobrir de que natureza é a realeza exercida por Jesus. O profeta Ezequiel se utiliza da metáfora do pastor para indicar que Deus mesmo tem a iniciativa de cuidar do seu próprio rebanho, destituindo os maus pastores, fazendo-se companheiro das suas ovelhas, defendendo-as dos perigos e tratando cada uma de acordo com suas necessidades. Diferentemente dos governantes deste mundo, que frequentemente usam do poder para o próprio benefício e para explorar seu povo, Jesus é um rei-pastor que serve e se desdobra em cuidado pela humanidade, à semelhança do próprio Deus.
Em segundo lugar, é preciso reconhecer e viver aqui e agora essa realidade nova do Reinado de Deus. Na realidade, aquilo que viveremos plenamente após a vinda de Jesus, já é decidido no hoje de nossas vidas e atitudes. O Evangelho nos apresenta a parábola do julgamento final, quando o próprio Jesus virá separar os que fizeram o bem dos que praticaram o mal. Para a surpresa de todos, bons e maus, o critério a ser utilizado não é o religioso, que nos separa entre crentes e não crentes, mas se agimos ou não de acordo com os valores do Reino. Aqueles que participaram da realeza de Cristo, servindo os mais pobres e cuidando da vida, é reservada a bem-aventurança final. Por outro lado, aqueles que se fecharam no egoísmo e não exerceram o serviço amoroso aos mais pobres, ainda que fossem crentes, receberão a condenação eterna. É importante lembrar que não é Deus quem nos condena, mas são nossas próprias atitudes que corroboram para esse veredicto final.
Portanto, celebrar Cristo Rei é reafirmar que o horizonte final da nossa vida é o Reino de Deus, que é vida, justiça e paz para todos. Sendo assim, o reino da morte e do egoísmo não triunfará sobre a humanidade. Mas também, é uma oportunidade para revisarmos o modo como estamos exercendo a realeza de Jesus, que recebemos no batismo: no final de tudo, o que ficará de nossa vida? Não nos esqueçamos: “No entardecer da vida seremos julgados pelo amor” (São João da Cruz).
Pe. Rodrigo Costa, C.Ss.R.