25° DOMINGO DO TEMPO COMUM22/09/2023 3t3x30
Neste 25° Domingo do Tempo Comum somos convidados a voltarmos para Deus, nos convertendo aos seus pensamentos e aos seus caminhos, frequentemente muito distantes dos nossos (cf. Is 55,6-9). No Evangelho, Jesus conta-nos a parábola do “dono da vinha” (cf. Mt 20,1-16a), que nos ajuda a compreender o modo do agir de Deus para conosco, que supera lógica do mérito e da retribuição. A parábola reflete o contexto social e econômico da Galileia no tempo de Jesus. Numa situação de desemprego e de total dependência dos latifundiários, muitos camponeses ficavam nas praças à espera de quem lhes contratasse para trabalharem na vinha ou no campo. Era comum que alguns desses patrões possuíssem trabalhadores fixos, de confiança, com quem sempre podiam contar e que recebiam um tratamento diferenciado. Esses são os que foram contratados primeiro. Acontece que o trabalho demandou mais mão de obra, fazendo com que o patrão contratasse outros trabalhadores ao longo do dia. No final da jornada, cada um recebeu um pagamento de uma diária, começando pelos últimos que trabalharam apenas uma hora e os primeiros que trabalharam o dia todo. Esse gesto gerou um desconforto nos trabalhadores da primeira hora, porque esperavam um tratamento especial, porém o patrão os igualou aos últimos. O dono da vinha lhes respondeu que eles nada tinham a exigir, afinal de contas o combinado foi cumprido e ele pode fazer de seus bens o que lhe aprouver. A atitude desse patrão, tão distante da lógica da produtividade e da meritocracia, nos desconcerta, pois muitas vezes cultivamos uma relação com Deus, baseada no mérito, na recompensa, numa verdadeira relação de troca. Imaginamos ter mais direitos sobre aqueles que chegaram à comunidade depois de nós. Para Deus, porém, não importa em que momento respondemos ao seu convite, o que importa é que tenhamos decidido a ir trabalhar na vinha do seu Reino. Na comunidade dos discípulos de Jesus, há uma igualdade fundamental: Deus oferece gratuitamente e indistintamente o seu amor e a sua bondade. Cabe a nós, simples trabalhadores da vinha, abrir mão dos nossos interesses pessoais e de retribuição, viver e trabalhar para Cristo (cf. Fl 1,20c-24.27a), pois “conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber. Tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas. Fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria.” (DA 29)
Pe. Rodrigo Costa, C.Ss.R.