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25º Domingo do Tempo Comum – Ano A17/09/2020 1f3b2r

 “Toma o que é teu e vai! Eu quero dar a este último o mesmo que dei a ti” (Mt 20, 14)

 
Tema central da Liturgia da Palavra
 
O centro da liturgia de hoje é a lógica do Reino de Deus. Deus não pensa ou age como nós (Primeira Leitura e Evangelho), portanto, sua busca por nós e nossa adesão ao seu projeto deve levar em conta nossa mudança de mentalidade (Evangelho). Tal mudança será possível em nossa vida quando abraçarmos o projeto de Deus em sua integralidade e encararmos a vida com radical disponibilidade e fé (Segunda Leitura).
 
 
1ª Leitura: Is 55, 6-9
 
Estamos na profecia do Segundo Isaías, especificamente na segunda e última parte temática de seu livro: restauração de Israel e salvação universal (cap. 49-55). A primeira leitura nos apresenta o Deus que, se buscado, se deixa facilmente encontrar porque ele está sempre perto (cf. v. 6). Entretanto, sua busca deve nos colocar num caminho novo, pois, Deus é comivo e rico no perdão (cf. v. 7b), donde aquele que caminha no pecado deve se converter (cf. v. 7a). Esta realidade é possível porque nosso Deus não pensa ou age como os seres humanos (cf. 8-9), mas, tem seus próprios desígnios de amor e realização para aqueles que o buscam.
 
Assim, ao povo se preparava para deixar a terra do exílio, era importante reencontrar o seu Bom Deus e assumir a volta para a terra natal não como apenas um deslocamento geográfico, mas, sobretudo para uma volta à Aliança que busca nova vida e novas relações com Deus e entre os irmãos, onde não mais existam maldades e pecados.
 
 
Salmo 144 (145), 2-3.8-9.17-18 (R./ 18a)
 
O salmo é um Hino de Louvor. Hinos eram cantados como parte da adoração em diversas ocasiões, inclusive festivais sagrados, assim como em outros momentos, talvez por um coral ou um cantor individual. De forma específica, o salmista bendiz o Senhor porque é bom, lento para a ira, rico de graça, fiel e providente, justo e amável; proclama que o Reino de Deus é glorioso e eterno.
 
 
2ª Leitura: Fl 1, 20c-24.27a
 
Aproximemo-nos da Carta aos Filipenses partindo da introdução da Bíblia de Jerusalém, a fim de conhecermos o pano de fundo de sua redação.
 
Filipos, importante cidade da Macedônia e colônia romana, tinha sido evangelizada por Paulo durante sua segunda viagem, entre o outono de 48 e o verão de 49 (At 16, 12-40). Ele tornou a ar por lá duas vezes, quando da sua terceira viagem, no inverno de 54-55 (At 20, 1-2) e na Páscoa de 56 (At 20, 3-6). Os fiéis que ele conquistou lá para Cristo testemunharam uma tocante afeição por seu Apóstolo, enviando-lhe socorros a Tessalônica (Fl 4, 16) e depois a Corinto (2Cor 11, 9). E quando Paulo lhes escreve, é precisamente para agradecer-lhes novos recursos que ele acaba de receber por intermédio do delegado deles, Epafrodito (Fl 4, 10-20); aceitando sua oferta, ele, que ordinariamente receava parecer interesseiro (At 18, 3+), dá provas de que confiava neles de modo todo especial.
 
O momento em que Paulo escreve aos Filipenses é muito difícil para o Apóstolo, pois, ele se encontrava na prisão – talvez em Éfeso. Assim, sabedor dos riscos e perigos à sua vida e nutrindo grande apreço por esta comunidade, acaba por relatar bastante daquilo que se ava em seu coração (Fl 1, 12-26). Nossa perícope de hoje integra esta temática.
 
Tomado pela incerteza do futuro, mas, consciente de sua vocação da Apóstolo amparada na intimidade com Deus, Paulo não se apega à mera existência neste mundo: “Para mim, de fato, o viver é Cristo e o morrer, lucro” (v. 21). É preciso notar que Paulo vive por Cristo e para pregar o Evangelho, por isso, ele sabe de sua importância nos planos divinos (cf. v. 22.24), mas, por outro lado, sabe que a morte não é o fim da vida e também não a encara como fuga dos sofrimentos do tempo presente; para Paulo a morte é o cumprimento definitivo da união com seu Deus (cf. v. 23). Portanto, quer na vida quer na morte, o que está em jogo e o que realmente importa a Paulo e a todo cristão é viver dignamente o Evangelho de Cristo (cf. v. 27a).
 
 
Evangelho: Mt 20, 1-16a
 
Estamos já avançados na narrativa evangélica de Mateus. O capítulo 20, hoje iniciado, está circunscrito, mais especificamente, na temática das controvérsias em Jerusalém (cap. 19 ao 23) e, num apanhado geral do Evangelho, no conflito entre Jesus e as autoridades do povo e no consequente caminho para a cruz (cap. 14 ao 28). Assim, o contexto está no ensinamento direto aos discípulos em contraposição às práticas ‘tradicionais’ e fechadas que fariseus e mestres da lei exerciam e difundiam. Neste ínterim, Jesus apresenta uma parábola sobre o Reino de Deus e, uma vez mais, apresenta quem é o Pai e qual deve ser a postura do discípulo do Reino.
 
A parábola dos trabalhadores da vinha: nossa perícope é composta basicamente por esta parábola. O seu sentido é bastante claro para seus ouvintes, pois, naquele contexto de bastante arroxo fiscal, muitos trabalhadores rurais acabaram por perder suas pequenas propriedades e, para conseguirem o necessário para o sustento próprio e familiar, vendiam sua força de trabalho por jornadas laborais a ricos proprietários de terra. O costume era a reunião destes na praça do povoado, onde o proprietário ou um encarregado seu iria contratar homens para o dia de trabalho. Por se tratar de relações mais pessoais, seguramente havia entre esses trabalhadores aqueles que se destacavam mais no trabalho e, por isso, tinham certa preferência e predileção no momento da contratação.
 
A forma de contratação era por dia trabalhado. Aqueles que conseguiam o trabalho, receberiam ao final do dia o correspondente à jornada laboral. Segundo a parábola, o trabalho da vinha era imenso, pois, o dono saiu muitas vezes para contratar trabalhadores: de madrugada (cf. v. 1), de manhã (cf. v. 3), ao meio-dia e à tarde (cf. v. 5) e no finalzinho da tarde (cf. v. 6). Com todos fora combinado o equivalente ao dia de trabalho, independentemente das horas trabalhadas.
 
O dono da vinha: seguramente a personagem principal da parábola é o dono da vinha. Sua atitude de contratação segue o padrão de todos os proprietários de terras da época, ou seja, sai ao encontro de mão-de-obra que dê conta do trabalho diário em sua propriedade e acerta o pagamento padrão com estes. Entretanto, chama a atenção que sua vinha exige bastante trabalho e ele sai várias vezes em busca de sempre mais trabalhadores. Assim, a vinha é metáfora para o Reino de Deus: sempre há espaço disponível para se juntar mais gente e sua relação deve ser sempre a de justiça. O dono é metáfora para Deus Pai que sempre sai pelos caminhos da vida chamando as pessoas para o seu Reino, onde serão tratados com equidade e respeito.
 
Os trabalhadores: embora haja clara crítica social subjacente a esta parábola, pois, aqueles trabalhadores estavam ociosos por terem perdido injustamente suas terras no real da vida, o foco recai sobre a teologia da prosperidade. Seguramente os trabalhadores da primeira hora eram os preferidos na hora da contratação e sempre encontravam emprego e, justamente por isso, talvez se achassem melhores que os outros; por outro lado, os trabalhadores da última hora eram sempre os esquecidos e, justamente por falta de oportunidades, talvez fossem tidos como menos importantes e, por isso, merecessem ser menos valorizados. Esta é a lógica da teologia da prosperidade, presente e seguida sobretudo por fariseus no tempo de Jesus, e mesmo presente em nossos dias em círculos evangélicos e pentecostais: os ‘preferidos’ de Deus recebem mais que os outros justamente por mérito pessoal. Jesus quebra esta lógica quando apresenta o pagamento dos trabalhadores (cf. v. 8-15): independentemente do tempo de caminha e da ‘fidelidade’ ao trabalho, ou à vida eclesial, o ‘pagamento’ não está atrelado ao mérito pessoal, ou seja, a nossa paga nasce da bondade de Deus. Portanto, na vinha do Senhor não há espaço para privilegiados, mas, para todos aqueles que ouvem seu chamado e querem viver na justiça.
 
No ambiente da comunidade cristã esta parábola também é muito importante, pois, em sua origem a comunidade mateana, vinda diretamente do judaísmo encontrou dificuldades em acolher novos membros vindos do paganismo, portanto, expressa a dificuldade entre os trabalhadores da primeira hora em relação aos da última hora. De certa forma, esta chamada de atenção continua atual e necessária para a Igreja do século XXI.
 
Pe. Bruno Alves Coelho, C.Ss.R.
 

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