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23º Domingo do Tempo Comum – Ano A04/09/2020 q2z5h

 “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles” (Mt 18, 20)

 
Tema central da Liturgia da Palavra
 
O centro da liturgia de hoje é a corresponsabilidade comunitária pela vivência eclesial do perdão e da correção fraterna de acordo com os critérios do Reino de Deus. Embora a comunidade cristã seja um ambiente de fé e oração (Evangelho), unida pelos vínculos do amor (Segunda Leitura), esta é formada por pessoas concretas, que erram. O erro deve ser encarado com amor e não com julgamento, por isso, há que se buscar a correção (Primeira Leitura e Evangelho). A correção daqueles que erram na comunidade cristã deve ocorrer sempre em discernimento orante e pela insubstituível regra do amor fraterno.
 
 
1ª Leitura: Ez 33, 7-9
 
O ministério profético de Ezequiel deu-se em meio aos exilados da Babilônia, nos anos 593 a.C. (antes do exílio, mas, já vivendo a primeira tomada de Jerusalém por Babilônia) e 571 a.C. (já com a tomada total de Jerusalém e a segunda grande leva de exilados para Babilônia). Assim, Ezequiel atuou em Jerusalém e em Babilônia junto ao povo exilado. O livro da profecia de Ezequiel se apresenta como um todo muito bem ordenado. A redação do livro pode ser dividida em quatro partes, contendo previamente uma introdução, capítulos 1-3: I. capítulos 4-24 apresentam censuras e ameaças contra os israelitas pecadores antes do cerdo de Jerusalém; II. capítulos 25-32 são formados por oráculos de condenação contra as nações; III. capítulos 33-39 o profeta consola o povo durante e após o cerco de Jerusalém, apresentando um futuro de esperança; e IV. capítulos 40-48 anunciam o novo estatuto da nova comunidade restabelecida e livre no futuro.
 
A primeira leitura de hoje faz parte da terceira parte redacional, ou seja, apresenta a consolação de Ezequiel ao povo durante e após o cerco de Jerusalém por Nabucodonosor. Especificamente Ezequiel se apresenta como a sentinela: o profeta faz uma última tentativa para acordar o povo antes que a catástrofe se abata sobre ele e, neste caso, cada um é responsável por ela.
 
A missão profética de Ezequiel apresentada na imagem da sentinela, significa que o Profeta é aquele que vigia o povo em nome de Deus (cf. v. 7a) e só agirá sob os comandos divinos (cf. v. 7b). Justamente por causa da obediência, o Profeta é aquele que deve corrigir o povo em seus maus caminhos (cf. v. 8a.9a). Há sérias consequências tanto para o profeta quanto para os ímpios: à advertência pedida por Deus a ser feita aos ímpios pelo Profeta, este tem duas opções: ou anuncia ou não anuncia. Todavia, se o profeta não anunciar a ordem divina de mudança de conduta aos ímpios, a responsabilidade pela não conversão recai sobre o Profeta; já se o Profeta anunciar como lhe fora pedido por Deus e mesmo assim os ímpios não se converterem, a responsabilidade não mais recairá sobre o Profeta, mas, sobre aqueles que ouviram e não obedeceram.
 
 
Salmo 94 (95), 1-2.6-9 (R./ 8)
 
O Salmo é do gênero litúrgico. Estes salmos são caracterizados pela estrutura antífona, particularmente adequados para cultos coorporativos.
 
v. 1: por se tratar de um salmo litúrgico, há o convite à assembleia para exultar e aclamar o Senhor, Rochedo que salva, numa clara referência à água que jorrou do rochedo no deserto para saciar a sede mortal do povo em Ex 17, 1ss.
 
v. 2: o reconhecimento da salvação de divina é motivo de forte alegria e festejos, assim, a louvação e a aclamação devem ser feitas com entusiasmo e música!
 
v. 6-7: estar na presença divina com respeito, pois, há que se reconhecer que todos são obra de suas mãos; que Ele é quem sustenta sua criação, como se ele fosse o pasto e as criaturas o rebanho. Por Ele ser o nosso Deus, é necessário que hoje ouçamos sua voz.
 
v. 8-9: a importância de todo o povo reunido ouvir o Senhor é fundamental para que não se repitam os pecados e ingratidões do ado, quando o povo que caminhava no deserto duvidou da presença e do poder divino, mesmo vendo suas obras, ou seja, ouvir o Senhor é reconhecer suas obras é remédio contra o fechamento e a dureza de coração.
 
 
2ª Leitura: Rm 13, 8-10
 
Damos continuidade à reflexão da Carta de São Paulo aos Romanos. Entretanto, a temática de hoje está inserida nas palavras do Apóstolo sobre a vida cristã e suas orientações práticas (cf. cap. 12, 1 – 15, 13). Hoje especificamente Paulo apresenta à comunidade o mandato supremo e insubstituível do amor.
 
A coesão comunitária dá-se pelo vínculo do amor, por isso, o amor é sempre devido ao outro (cf. v. 8b), não como dívida, mas como dádiva a ser compartilhada e sempre mais renovada entre os cristãos. Ademais, é este amor vivido e compartilhado eclesialmente que torna os cristãos aptos ao perfeito cumprimento dos mandamentos (cf. v. 8c), pois, todos os mandamentos da Lei (cf. v. 9) são resumidos a um só: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo”. Como o amor não faz o mal nem contra si e nem contra o outro, o amor, e não outra conduta, é o perfeito cumprimento da Lei (cf. v. 10).
 
 
Evangelho: Mt 18, 15-20
 
O capítulo 18 do Evangelho de São Mateus é conhecido como o Sermão da Comunidade. Aqui Jesus instrui de forma mais incisiva e detalhada como os discípulos do Reino devem viver e agir eclesialmente. No tocante à perícope de hoje, dois temas são trabalhados.
 
A correção fraterna (v. 15-18): a comunidade cristã é formada por pessoas comuns, ou seja, criaturas falhas que não são perfeitas, mas, estão em busca de Deus. Justamente por isso, é bastante provável que durante a caminhada comunitária ocorram pequenos ou grandes conflitos pessoais. Esta é uma realidade da vivência humana: a convivência quotidiana implica também conflitos interpessoais.
 
Tendo em vista esta faceta da vivência em comunidade, Jesus deixa a forma correta para que tal evento não mine a vivência cristã comum. Assim, se alguém errar contra outro alguém, o objetivo deve ser sempre a busca pela reconciliação. Entretanto, a reconciliação cristã, embora seja clara no apontamento do equívoco alheio, não implica na exposição e humilhação do outro que errou, mas, isto sim, na amorosa e discreta correção fraterna entre os envolvidos. Todavia, se aquele que errou não se emendar em sua conduta, aquele que se sentiu lesado deve recorrer a outros irmãos e, se ainda assim não houver mudança, deve, finalmente, recorrer à comunidade como um todo. O testemunho dos irmãos de caminhada é a confirmação da busca pela reconciliação que implica não um simples pedido e aceite de desculpas, mas a responsabilização e o compromisso por novas condutas de vida.
 
Note-se que recorrer à comunidade de fé não está em função da humilhação daquele que errou, mas, em função da coesão comunitária. Ademais, a chancela eclesial é fundamental neste caso, pois, se aquele membro não quiser se emendar, ele estaria ferindo o sentido maior da coesão grupal e, assim, o grupo eclesial deve decidir como irá tratá-lo: a dureza da exclusão é o último recurso e está fundada na profissão de fé de Pedro e no consequente poder da Igreja em ligar e desligar.
 
A oração em comum (v. 19-20): é interessante notar que a autoridade eclesial no trato com quem erra está vinculada aos ditos de Jesus sobre a oração comum. Não pode haver caminhada eclesial verdadeira sem a coesão dos membros em oração. A oração comum é a possibilidade real do discernimento comunitário e, ao mesmo tempo, a garantia da presença divina no grupo. Assim, a oração comunitária não é apenas a reunião para recitação de ofícios, mas, deve ser local de profunda comunhão entre o cristão e seu Deus e entre os membros da comunidade entre si. Assim ocorrendo, a prática da correção fraterna torna-se expressão real do amor divino compartilhado pela igreja.
 
Pe. Bruno Alves Coelho, C.Ss.R.
 
 

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