Pobreza15/05/2020 6h6dn
Estamos inseridos numa sociedade de contrastes absurdos. A desigualdade social é gritante em nosso país. Enquanto uma classe privilegiada ostenta, nababescamente, luxo, abundância de riquezas, luxúria; milhares vivem desafortunadamente à mercê da sorte, da caridade; de um salário mínimo, do emprego informal, sofrendo na indigência e na miséria. São os “pobres invisíveis”.
Esta pobreza se visibiliza e se escancara aos nossos olhos em tempos de calamidades, como agora, com a pandemia causada pelo COVID-19. As filas quilométricas mostram esta triste realidade em busca do auxílio de seiscentos reais do governo federal, que, diga-se de agem, não é caridade. É o dinheiro dos impostos que pagamos. “Pobres cada vez mais pobres e ricos cada vez mais ricos”, disse João Paulo II, aqui no Brasil, em 1980.
Pobreza que tem uma causa: a política neoliberal pautada no lucro abusivo em detrimento dos trabalhadores. Na contramão desta realidade, os Missionários Redentoristas professam o voto de pobreza. Não para viverem na privação de bens úteis a uma vida digna. Emitem-no para retratarem na vida o Cristo que, sendo de condição divina, se fez pobre (Fl 2,7). É uma exigência ética para todos os cristãos. “Há pessoas que querem se santificar, mas a seu modo, isto é, sem renúncias. Amam a Deus mas se não conseguem tal emprego, vivem inquietas, amam a Deus mas não se desapegam das riquezas, honras do mundo, às vaidades. Pode estar certo de que ninguém vive no mundo mais contente do que aquele que menospreza todas as coisas terrenas e só cuida de cumprir a vontade de Deus”, ensina-nos Santo Afonso.
Peçamos a virtude da pobreza neste mês de maio, por intercessão dos apóstolos São Felipe e São Tiago, rezando esta oração de Santo Afonso: “Ó Deus de minha alma, sois um bem infinitamente maior do que todos os outros bens. Sois o único objeto do meu amor. Nada desejo acumular aqui na terra, mas se fosse permitido, quereria desejar possuir todos os tesouros deste mundo para renunciá-los imediatamente por amor a vós. Destruí em mim toda a inclinação que não tiver a vós por objeto e fazei que eu viva unicamente para vos agradar. Amém!”.
Autor: Pe. Ronaldo Divino de Oliveira, C.Ss.R.