Vida e história dos Redentoristas09/11/2023 15l1e
Hoje contemplemos uma árvore que um dia foi semente no sentido aristotélico de potência e ato. Ela se chama Congregação Redentorista, que foi plantada desde 09/11/1732, em Scala/Itália, pelo próprio Deus, jardineiro e agricultor, e Madre Celeste, visionária e mística, sob o cultivo de Afonso, trabalhador e missionário, juntamente com os primeiros padres Vicente Mannarini, Pedro Romano, João Batista Donato, João Mazzini e o leigo Silvestre Tosquez, os quais participaram da eucaristia, presidida por Dom Falcoia para incendiar os corações consagrados no desejo de evangelizar os mais pobres. Posteriormente, ingressaram os padres César Sportelli e Vítor Curzio, impossibilitados de participarem inicialmente.
Neste contexto histórico, destaco três fatos impactantes vinculados ao nascedouro da família redentorista[1] em pleno Século XVIII: “1) A visão de Madre Celeste, comunicada a Dom Falcoia em outubro de 1731, véspera da Festa de São Francisco de Assis, sobre ter visto Jesus Cristo conversando com esse Santo, reformador da igreja e pobre, e Afonso, desapegado e intuitivamente pastoralista, para a criação de uma nova sociedade de missionários; 2) A estafa de Afonso por causa dos excessos de trabalhos em Nápoles, seguida do retiro em Scala fez com que enxergasse os cabreiros, camponeses abandonados; 3) A decisão de Afonso, mesmo relutando interiormente a esse papel de fundador, após discernimento e oração, em aceitar como vontade de Deus essa missão de continuar o Redentor”.
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Eis outro texto bíblico fundante que marcou o início da vida pública de Jesus em Nazaré e sua relação íntima com o nascimento dessa Congregação em Lc 4,18-19, que explícita essa opção fundamental pelos mais abandonados. Nessa linha da consciência e conversão, Afonso combateu o jansenismo que negava o amor e cultuava a dor, dificultava o o à comunhão dos fiéis e cultuava o pecado. Existia também forte descaso aos mais abandonados que eram ignorados por parte da igreja e sociedade, além da tensão entre o rigorismo e laxismo na moral, que foram rebatidos com o antídoto do “equiprobabilismo”, ou seja, “do mais possível, justo e equilibrado” entre a lei e liberdade, o real e ideal na vida cristã.
Conclui-se que no espírito do fundador devemos ir preferencialmente ao encontro dos mais abandonados. A proximidade com o povo tem a marca redentorista da acolhida e hospitalidade, simplicidade pessoal e zelo pastoral. A reestruturação em curso nas unidades redentoristas e no governo geral, surgida na década de 90 para o ano de 2022, almeja priorizar a missão e solidariedade nas comunidades para a retirada do comodismo pastoral e conventual, deslocando-lhes as periferias existenciais e urbanas, onde nascemos e ainda estão os destinatários desprovidos de socorros espirituais.
Autor: Pe. José Geraldo de Souza, C.Ss.R.
Reitor da Comunidade Redentorista Sto. Afonso-RJ
Reitor da Comunidade Redentorista Sto. Afonso-RJ
[1] MEULEMEESTER, M. Historie Sommaire de la Congrégation du T.S. Rédempteur. Louvain: Imprimerie St. Alphonse, 1950, Pág. 21-62.
[2] REY-MERMET, T. Afonso de Ligório, uma opção pelos abandonados. Aparecida: Ed. Aparecida, 1984, Pág. 463-467.
[3] Ibidem, Pág. 455.