Começa o conclave13/03/2013 585w5d
Pe. Carlos Viol, C.Ss.R., Redentorista da Província do Rio e Ecônomo da Comunidade Santo Afonso em Roma, fala sobre a cobertura jornalística no Vaticano, durante o processo para a eleição do novo Pontífice.
Os olhos de milhões pessoas do Mundo todo estarão voltados, a partir da tarde dessa terça-feira, 12 de março, para uma chaminé instalada sobre o telhado da Capela Sistina na expectativa da fumaça branca, sinal da escolha do novo pontífice. A regra para eleger o novo Papa é clara: o candidato deve atingir 77 dos votos dos 115 cardeais eleitores. É evidente que se trata de um grande consenso. Ainda que as especulações dos Meios de Comunicação tivessem algum fundamento quando falam de dois grupos já mobilizados para eleger seus candidatos (Angelo Scola e Odilio Scherer), seria impossível pensar que um grupo pudesse fazê-lo sem o consenso de uma grande maioria. E aqui entram critérios que vão além daqueles que am pelos meios de informação que insistem em comparar o conclave às eleições políticas tal como acontecem nos Estados democráticos.
Grande parte das intervenções dos cardeais nas Congregações Gerais (reuniões que precederam o conclave até ontem pela manhã) destacaram a necessidade de mudanças em algumas áreas como a Cúria Romana e a atenção que se deve dar à Nova Evangelização. Naturalmente se pode deduzir que os cardeais falaram dos problemas mais recentes. Mas seria apressado afirmar que isso pode definir a escolha do novo Papa. A resposta aos problemas atuais (disciplinares e istrativos) é parte da missão do sucessor de Pedro, mas não se pode imaginar em alguém com o perfil apenas para estes desafios. Creio que os cardeais e o futuro Papa serão capazes de interpretar os sinais recentes como um apelo do Espírito Santo a não deixar as estruturas criadas para agilizar a missão da Igreja se transformarem em fins em si mesmas.
D. Raymundo Damasceno disse-nos, ando por nossa casa, que dificilmente teremos a eleição nos primeiros escrutínios (a partir de quarta-feira serão quatro votações por dia) porque não apareceu nessa primeira semana de reuniões um nome em condições de produzir um consenso imediato, mas que ao mesmo tempo não espera um conclave longo, o que segundo o cardeal de Aparecida poderia ser interpretado como sinal de pouca união dos cardeais eleitores.
Talvez, pelo que lemos brevemente dos perfis dos cardeais, pode acontecer que o homem de branco que vai aparecer no balcão da Basílica de são Pedro não seja o nosso candidato, mas não tenhamos dúvida: será o nosso Papa!