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ENTREVISTA COM O PE. ROGÉRIO GOMES27/09/2022 57261n

 

                                                                                             Foto: cssr.news - Igreja de Santo Afonso - Roma - Itália
 
ENTREVISTA COM O PE. ROGÉRIO GOMES, C.SS.R.
 
No dia 27 de setembro de 2022, durante o XXVI Capítulo Geral da Congregação do Santíssimo Redentor, foi eleito o novo Superior Geral, o Pe. Rogério Gomes, C.Ss.R. Pois, também em setembro, o Akikolá o entrevistou, ainda no cargo de Conselheiro Geral da Congregação Redentorista. Para conhecermos um pouco mais sobre o Pe. Rogério Gomes, C.Ss.R. colocamos abaixo a entrevista concedida ao Akikolá.
 
 
Somando forças em prol da Congregação
 
Conselheiro Geral da Congregação do Santíssimo Redentor, o Pe. Rogério Gomes, C.Ss.R. fala sobre o dinamismo e a cooperação no trabalho com o Governo Geral, deixando pistas importantes sobre como viver o carisma Redentorista no mundo atual. O sacerdote também assinala os temas mais urgentes que serão tratados no XXVI Capítulo Geral.
 
 
 
Qual avaliação o Sr. faz do trabalho do Governo Geral neste último sexênio?
O sexênio começou com um trabalho intenso: colocar em movimento as 52 decisões do XXV Capítulo Geral que afetaram toda a vida da Congregação em vista do processo de reestruturação e de reconfiguração. O Governo Geral elaborou um Plano Estratégico para realizar as suas atividades. Em meio aos trabalhos, a pandemia de SARS-Covid 19 impossibilitou a grande maioria de atividades programadas. Graças às plataformas digitais, foi possível dar continuidade aos trabalhos planejados que não exigiam presença in loco. O próprio processo de reestruturação e de reconfiguração acabou sendo comprometido pela pandemia. Era possível realizar muito mais coisas, no entanto, deparamo-nos com esses limites, mas, no geral, vejo os resultados como positivos.
 
Qual a pertinência do lema do sexênio para a vida Redentorista?
O lema escolhido para o sexênio, no XXV Capítulo Geral (2016), na Tailândia, foi: “Testemunhas do Redentor, solidários para a missão em um mundo ferido”. Este lema não foi por acaso. Os capitulares, além de refletirem acerca da situação que o mundo vive hoje, com suas alegrias, tristezas e feridas, também estavam em um contexto de muitas feridas e redenção, a Fundação Padre Ray (Father Ray Foundation: https://www.fr-ray.org/). Esta instituição Redentorista, onde foi sediada o Capítulo, cuida e educa 850 crianças carentes e estudantes com diferentes necessidades especiais: cegueira total, membros amputados, paralisias corporal e cerebral, cadeirantes, Síndrome de Down etc. São pessoas extremamente vulneráveis, excluídas pela própria família e pela sociedade. Entre as sessões de trabalho, durante o dia, os capitulares atravessavam os diferentes ambientes e encontravam com essas realidades de profunda exclusão e feridas. Ao mesmo tempo, viam o trabalho da instituição ao potencializar cada pessoa, de modo que ela pudesse superar suas próprias dificuldades, um verdadeiro trabalho de redenção. Era possível ver jovens cegos operando computadores, a a do centro numa cadeira de rodas percorrendo todo o prédio, o jovem que filmou o Capítulo com apenas pedaços do antebraço e no final das sessões pegar a sua motocicleta e voltar para seu abrigo... Além disso, inspirou-nos o retiro do Cardeal Tagle, a partir da aparição do Ressuscitado aos discípulos e o seu diálogo com Tomé e o pedido para que esse tocasse as feridas de Jesus (cf. Jo 20,24-29). Portanto, o lema de sexênio nasce de um contexto concreto do mundo que vivemos e da experiência vivida in loco.
Naquele momento, não se esperava que, depois de 03 anos, o mundo seria profundamente ferido pela pandemia de SARS-Covid 19, fazendo cada um sentir na própria pele as diferentes dores.
Se o mundo já era ferido, com a pandemia elas se escancararam. Nesse sentido, a pertinência do lema para a vida Redentorista está num convite explícito de que, mais do que nunca, é necessário testemunhar o Redentor, sendo samaritano (cf. Lc 10,25-37) para ajudar a curar as feridas dos caídos à beira da estrada do mundo. Aí também se encontra a solidariedade para a missão, aquela de superar barreiras étnicas, sociais, culturais, políticas, abaixar-se e colocar o avental de serviço, água na bacia, abaixar-se, limpar e curar à semelhança do Redentor as feridas dos caídos. Além disso, o lema foi, nesse sexênio, um modo de sensibilizar toda a Congregação e animá-la em sua missão de anúncio do Evangelho aos mais pobres e abandonados e de responder ao carisma, lendo os sinais dos tempos e os tempos dos sinais.
 
Como viver a identidade e o carisma Redentoristas neste mundo atual, tão ferido e em constantes mudanças?
Não se pode viver a identidade e o carisma Redentorista se não há o Redentor como centro. Ele é a razão da existência da Congregação, de nosso seguimento e do nosso anúncio aos mais pobres e abandonados. Isso tem implicações sérias em nossa vida, tanto de batizados, como cristãos, quanto membros professos da Congregação. São elas: crer no ser humano. A Constituição 5 nos lembra que “o mandato conferido à Congregação de evangelizar os pobres visa a libertação e a salvação da pessoa humana toda”. Portanto, antes de anunciar, cremos que o humano é viável, a começar por nós Redentoristas, que o Senhor chamou com nossas fragilidades e riquezas e nos fez experimentar a redenção. É crer no humano como ser capaz de surpreender e, apesar de suas ambivalências, de ser bom e redentor. O mundo hodierno tende a mostrar o ser humano cada vez mais malvado, doentio. Esquece de mostrar que se o mundo ainda está de pé é porque existe muita humanidade, bem sendo feito, redenção e salvação que acontecem na carne humana criada por Deus.
O outro aspecto a ser considerado é o mundo como lugar da redenção. Atualmente, estamos imergindo numa visão de mundo de luta do bem contra o mal. Cria-se uma mentalidade bélica, um mundo de tensão, de polarização, de puros contra impuros, dos bons contra os maus, dos poucos salvos e dos outros no inferno. Esta mentalidade é extremamente reducionista e maléfica. O próprio Deus se encarna neste mundo, a partir da carne humana, em uma história concreta com suas vicissitudes. O mundo é lugar de salvação, de redenção. Não salvamos fora dele! E, sim, dentro dele, na medida em que assumimos, em nossa própria carne, a identidade do Redentor. Se assim o é, o mundo não é lugar de perdição, mas lugar onde se realiza o Reino de Deus, na concretude de nossa carne e história, de modo que a história de cada ser humano é uma história de salvação em um mundo como lugar de redenção.
Por fim, para viver o carisma Redentorista nesse mundo atual é preciso cultivar a vida mística, a partir dos próprios pilares da Espiritualidade Redentorista: Encarnação, Eucaristia, Cruz e Maria. Eles têm todos os elementos necessários para nutrir a vida missionária do Redentorista e também dos leigos e leigas que caminham conosco.
 
Quais temas serão mais urgentes nas discussões deste Capítulo?
A Comissão Preparatória Central fez uma consulta a todos os membros professos da Congregação, aos governos (vice) provinciais, às regiões, às missões e aos leigos que compartilham de nossa vida e missão. Este material foi recolhido, analisado e estudado, fornecendo elementos para as discussões da fase 1 do Capítulo Geral, realizada nas 05 Conferências da Congregação (Europa, América do Norte, América Latina e Caribe, Ásia-Oceania e África-Madagascar). Depois da realização em todas as Conferências, a Comissão estudou todos os materiais e identificou 05 questões que emergiram em todas elas. São: 1) Identidade Redentorista; 2) Missão Redentorista; 3) Vida Consagrada Redentorista; 4. Formação para a Missão e 5) Liderança para a Missão. São esses os temas mais urgentes a serem trabalhados pelo XXVI Capítulo Geral. Além desses, os capitulares podem abordar outros temas de interesse da Congregação.
 
Qual a função do Superior Geral e dos Conselheiros Gerais?
O Superior Geral e os Conselheiros Gerais formam o Governo Geral que “expressa a unidade de toda a Congregação. Preserva-a e vela para que exista um vínculo orgânico entre todas as partes da Congregação” (Estatuto 0120). O Superior Geral “tem poder sobre todas as Províncias, casas e religiosos do instituto e deve exercê-lo segundo o direito próprio” (CDC, can. 622). Ele é o responsável primeiro, juntamente com seu conselho, pelo serviço de animação da vida apostólica de toda a Congregação e responsável pelas relações com a Santa Sé, outras instituições religiosas e civis (Cf. Constituições, n. 115-116). Ele preside o Conselho Geral e executa as deliberações tanto do Conselho, quanto aqueles que lhes são de competência própria. A função de um Conselheiro Geral é ser uma assessoria qualificada ao Superior Geral. Além disso, “promover o bem da Congregação. Dependem de seu dinamismo e de sua competência a execução das decisões do Capítulo Geral, a eficácia do poder conferido ao Superior Geral e a colaboração de todas as (vice) Províncias na promoção missionária da obra da Congregação (Constituição, n. 118). Cada Conselheiro Geral se ocupa de um secretariado ou comissão próprias do Governo Geral, que auxiliam no serviço de animação congregacional.
 
Que mudança fundamental vai proporcionar o processo de reestruturação?
A mudança de mentalidade de que somos um corpo missionário e de que a Congregação é maior do que a própria unidade, a qual estamos, e de que necessitamos mais disponibilidade para a missão. Do ponto de vista estrutural, a reestruturação provoca uma nova organização das unidades da Congregação (reconfiguração) para responder melhor aos desafios hodiernos. Provoca-nos a pensar novos modelos istrativos, novas formas de liderança, a colocarmos vinhos novos em odres novos (cf. Mc 2,22) para renovar todas as coisas (cf. Ap 21,5).
 
Qual a sua mensagem para os leigos e leigas que participam de nossa obra Redentorista?
É a de que continuem participando de nossa missão e possam trazer mais pessoas para beberem da Espiritualidade Redentorista e compartilhá-la com o mundo. A presença dos leigos e leigas na vida consagrada é de um valor inestimável. Há um enriquecimento mútuo. Os leigos e leigas também são convidados a serem testemunhas do Redentor, solidários para a missão em um mundo ferido, “pois participam no múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, [...] têm parte ativa na vida e na ação da Igreja [...]. Fortalecidos pela participação ativa na vida litúrgica da comunidade, empenham-se nas obras apostólicas da mesma. Conduzem à Igreja os homens que porventura andem longe, cooperam intensamente na comunicação da Palavra de Deus, sobretudo pela atividade catequética, e tornam mais eficaz, com o contributo da sua competência, a cura de almas e até a istração dos bens da Igreja” (Apostolicam actuositatem, n. 10). A Congregação, cada vez mais, toma consciência da importância do papel dos leigos e leigas na sua vida e os tem incorporado em sua missão e também nas discussões sobre a nossa vida apostólica, como tem ocorrido nos últimos Capítulos Gerais.

 

 
 
 

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