Entrevista com o Secretário Geral15/09/2022 4hu3e
A segunda fase, ou fase canônica, do 26º Capítulo Geral da Congregação do Santíssimo Redentor acontece em Roma, Itália, entre os dias 11 de setembro e 7 de outubro. Durante a sessão de quatro semanas, os delegados de todas as Unidades Redentoristas vão estabelecer um rumo para a Congregação para os próximos seis anos e eleger um novo Governo Geral para supervisionar a implementação dessa caminhada.
Os preparativos para esse importante evento começaram há mais de dois anos, conduzidos pela Comissão Preparatória Central, cujo trabalho é coordenado pelo Pe. Brendan Kelly, C.Ss.R., Secretário Geral da Congregação, que fala sobre o processo de preparação para o Capítulo Geral.
Padre Brendan, a última reunião da Comissão Preparatória Central antes do Capítulo Geral foi realizada em julho, na cidade de Roma. O que foi discutido nesse encontro?
Devido à pandemia, esta foi a primeira reunião que fizemos como Comissão em que estivemos juntos na mesma sala. Obviamente, fazíamos reuniões periódicas, mas, infelizmente, eram reuniões virtuais. Ainda que tenham sido valiosas, há um grande benefício em sentar-se juntos e discutir os problemas. E isto foi o que fizemos nesses dias, com o Superior Geral, seu Conselho e os Coordenadores das Conferências.
Apesar dos desafios apresentados pela Covid, conseguimos completar as cinco reuniões da primeira fase. Cada Conferência apresentou um relatório à Comissão Preparatória a respeito da situação atual de cada Conferência e os temas que a seu ver devem ser tratados na segunda fase do Capítulo. Estudamos com muito empenho essas informações e, com a ajuda do Espírito, nos esforçamos por “ler os sinais dos tempos” através da lente desses relatórios e tratamos de definir uma agenda para a fase II. Não foi fácil: vivemos em um mundo que está saindo de uma pandemia, um mundo onde há uma crescente polarização e um mundo no qual a Igreja e a Congregação lutam para encontrar um papel e uma contribuição enquanto buscamos formas de continuar a missão do Redentor.
Nem é preciso dizer que também abordamos alguns dos problemas práticos que devem ser resolvidos quando se organiza um evento desse tipo. Em setembro, vão reunir-se em Roma 90 capitulares, 5 Leigos colaboradores e uns 15 confrades e colaboradores para ajudar no bom desenrolar do Capítulo.
No final das nossas últimas reuniões, creio que alcançamos nossos objetivos: temos uma agenda e um programa.
Como foi o processo de preparação para o Capítulo Geral no nível da Congregação?
Organizar este Capítulo foi um desafio! A Covid nos põe doidos! Mas apesar desses desafios, creio que temos conseguido muita coisa. Com o risco de parecer presunçoso, creio que nenhum Capítulo Geral anterior tenha empreendido tal processo de preparação e consulta. Começamos consultando o Conselho Geral e os Coordenadores das Conferências. Seguiu-se uma consulta da qual participaram os Conselhos de todas as Unidades da Congregação. Consultamos também missiólogos e teólogos em busca de seus pontos de vista sobre a situação atual de nosso mundo ferido.
Com base nas respostas que recebemos, e com o auxílio do Secretariado de Comunicações da Congregação, produzimos uma série de quatro apresentações em vídeo, que abordam o tema do atual sexênio “Testemunhas do Redentor, Solidários para a Missão, em um mundo ferido”. Na produção desses vídeos, recebemos uma grande ajuda dos confrades e colaboradores leigos das diversas Conferências da Congregação.
Mediante esses vídeos, pudemos interagir com confrades e leigos de toda a Congregação. Os vídeos foram apresentados e discutidos na grande maioria das comunidades da nossa Congregação, e suas reações e comentários foram apresentados à Comissão Preparatória.
Todas as respostas que recebemos permitiram à Comissão preparar um documento de trabalho para a fase I do Capítulo, cujo tema central refletiu o desejo que ficou claro nas respostas que recebemos: a necessidade de “reimaginar” o nosso carisma enquanto navegamos em um mundo novo e complexo. O documento de trabalho proporcionou um ponto de partida para as reuniões do Capítulo da fase I e, a meu ver, foi um documento e uma ideia que ressoou entre muitos membros do Capítulo da primeira fase.
Quais objetivos se propôs a Comissão no processo de preparação do Capítulo Geral? Foram alcançados?
Penso que a resposta a esta pergunta foi dada quando respondi a pergunta anterior. Como Comissão, nos propusemos empreender um processo de consulta na Congregação que envolvesse todos os confrades e colaboradores leigos, bem como os que têm a tarefa de liderar. Queríamos fazer-nos uma ideia do que os confrades e os colaboradores estão vivendo neste momento em que estamos realizando a missão da Congregação. Nossa expectativa era que o processo de consulta nos permitiria trabalhar por um Capítulo que respondesse as “perguntas ansiosas” que muitos de nós temos neste momento. Creio que conseguimos isto.
Embora reconheçamos as fragilidades na fase preparatória, cremos que foi criado um processo de consulta que envolveu do melhor modo possível os confrades e os leigos, levando em conta as limitações que tivemos de enfrentar.
Usamos no documento de trabalho uma frase que talvez possa descrever este Capítulo: é o Capítulo mais significativo para nós desde o Concílio Vaticano II. Essa afirmação tem sido questionada. Reconheço. Mas continuo achando que é certa! Já em 2015, o Papa Francisco afirmava que “não estamos numa época de mudança, e sim numa mudança de época”. Essas palavras são mais significativas hoje do que naquele ano! Os desafios que enfrentamos são grandes. Podemos responder? Depende de nós! Está em nossas mãos!
Fonte: Scala News