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Vida Religiosa Consagrada14/08/2020 6wx2i

 

 

Vida Religiosa Consagrada, o que dizes de ti mesma?
 
 
Neste terceiro domingo de agosto, a Igreja no Brasil reflete e reza sobre a Vida Religiosa. Um dos elementos mais valorizados e explicitados da Vida Consagrada ao longo dos tempos foi sempre o Profetismo. Tinha-se, às vezes, a impressão de que nós éramos seus detentores e detentoras na Igreja. Hoje, as dificuldades da caminhada, a desconstrução do modelo tradicional e a busca de recuperar e revitalizar os três elementos fundamentais da Vida Religiosa Apostólica, nos levam a perguntar-nos também por essa dimensão profética, a fim de “re-situá-la”.
 
 
Toda vocação profética se fundamenta numa profunda experiência do Deus que alcança, toca, queima e arrasta a muitas mulheres e homens, comunicando-lhes a paixão (pathos) pelo Senhor e seu projeto em favor de seu povo. A profetisa e o profeta contemplam o mundo com os olhos e o coração de Deus. Como a sentinela - que desde seu posto de vigilância espreita o horizonte - denunciam a situação de pecado, idolatria, falso culto e injustiça nas relações humanas, e anunciam a esperança nas promessas de Deus e num futuro de paz e abundância para o povo: a utopia do Reino. Daí o chamado que eles sempre nos dirigem à conversão e mudança pessoal, comunitária e social.
 
 
Em relação à Vida Religiosa através da História, veremos que ela nasce de uma forte experiência de Deus – a experiência fundante - e está estritamente ligada a momentos críticos na História da Igreja e da sociedade (basta recordar o surgimento do Monaquismo, das Ordens Mendicantes, das Ordens apostólicas, dos Institutos Religiosos modernos, etc.). Por isso, o profetismo exige também muita renúncia pessoal e grupal e o compromisso com a transformação de uma realidade de pecado em realidade de graça.
 
 
Acredito que na Vida Religiosa, o profetismo se realiza mediante palavras e ações tais como: o testemunho simbólico da própria vida, expressado na vivência dos votos, da vida comunitária e convivência fraterna, da tolerância com as diferenças, do ardor com a missão apostólica, da vida de oração comunitária e pessoal, do amor e solidariedade com os pobres e necessitados.
 
 
Portanto, celebrar a nossa vocação de Religiosos pede que façamos alguns questionamentos sobre o que é mais importante no profetismo da Vida Religiosa na Igreja:
 
 
• Uma coisa é afirmar que os nossos Fundadores e Fundadoras foram profetas e outra bem diferente que suas Congregações e comunidades são hoje proféticas. Basta afirmar que a Vida Religiosa é profética para que se tornem também proféticas suas instituições educacionais, pastorais, sociais...? Existirá uma profecia hereditária, institucionalizada?
 
 
Outro interrogante é este: O mundo da pós-modernidade foge, às vezes, de grandes palavras, gestos e relatos. Como ser profetas e profetisas neste contexto, quando nossos esquemas mentais e nossas instituições estão ainda ligados à ideia de um profetismo expressado em grandes obras e realizações, a um protagonismo baseado na visibilidade, aparência e poder?
 
 
• Costumamos dizer que somos profetas do Reino e dos valores escatológicos, mas, o que mostra nosso presente? Não existirá certa “hiperinflação de profetismo” em nossa vida, tantas vezes marcada pelo comodismo e práticas rotineiras? O que dá realmente sentido e densidade à nossa missão e a torna profética? Podemos dizer como, Jesus na sinagoga de Nazaré, que “hoje” se cumpre em nós a profecia? (Cf. Lc 4, 21)
 
 
Estas e outras interrogações que me vieram ao coração, certamente nos preocupam bastante atualmente. E não devem nos trazer pessimismo ou desânimo. Pelo contrário! Elas nos tornam mais conscientes da urgência de recuperar a experiência fundante; de conscientizar-nos de que o mais importante não é que proclamemos aos quatro ventos nosso profetismo, e sim que, nossa prática pessoal, comunitária e institucional o traduza em gestos concretos, transparentes e significativos, ainda que muitas vezes pequenos e sem brilho.
 
 
Isto nos exige, como se deduz do que vamos vendo, realizar “uma guinada vital”: ar da linha do fazer à do ser uma presença efetiva; ar de uma Vida Consagrada considerada mais como função e ofício a uma vida de convicções e gestos pessoais e grupais cheios de sentido evangélico, numa atitude de grande abertura ao Espírito que fala em nós, através de nós e apesar de nós...
 
 
Supõe também viver “em estado de vigilância e de conversão”: ar continuamente de uma situação de busca do poder e do prestigio social e eclesial a um lugar “mais simples e normal” nas Paróquias e Santuários, nas novas fronteiras e nos espaços em transformação, juntamente com os leigos e leigas que participam conosco, visando a reciprocidade, a participação e a colaboração.
 
 
Que a força e a misericórdia do Deus Pai, a paixão e a compaixão do Filho, companheiro de caminho, a luz e a ternura do Divino Ruah, continuem a animar-nos nas buscas e na caminhada como Missionários Redentoristas, no seguimento e prosseguimento de Jesus de Nazaré, hoje, de acordo com o carisma e a intuição de Afonso de Ligório.
 
 
A Vida Religiosa tem valor! Vale a pena apostar a vida nesta vocação. Sigamos juntos na profecia e dando testemunho para que muitos jovens venham se encantar com este projeto! Avante, pois!

Pe. Nelson Antonio Linhares de Souza, C.Ss.R.
Animador Provincial da Província de MG/RJ/ES – FJ2600

 

 

 

 
 

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