APRENDA A REZAR A VIA LUCIS15/04/2020 32b1j
VIA LUCIS
Introdução
Presidente: Os dias quaresmais foram muitíssimo importantes na vida dos cristãos. Foi durante esse tempo de preparação para a Páscoa que procuramos intensificar os nossos exercícios espirituais para o próprio aperfeiçoamento. Com a celebração do dia da Ressurreição do Senhor ficámos extraordinariamente alegres, mas logo a seguir descuidamo-nos, esquecendo que o tempo que se lhe segue, cinquenta dias, persiste o denominado ciclo Pascal, que termina com a festa do Pentecostes. Nela festejamos o começo da Igreja edificada por Cristo, a sua consistência e o início da difusão como cumprimento do mandato do Senhor aos seus Apóstolos e a todos os baptizados no fogo do Espírito.
Para melhor o vivenciarmos, procuraremos trazer à memória com a “Via lucis”, ou Via Gloriosa de Jesus Cristo, a Sua presença em todos os momentos da nossa peregrinação em demanda da Terra Prometida, a caminho do Banquete final do Reino de Deus.
Saibamos saboreá-la em festa, como tempo de paz, de alegria e de interiorização do mandato que nos foi confiado no nosso Batismo!
1.ª ESTAÇÃO
Jesus não está morto, mas vivo
Leitor 1: “Não vos assusteis. Procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou...” (Mc 16, 6).
Leitor 2: Esqueçamos a tristeza, o abatimento, a penitência da quaresma e Jesus crucificado, porque Jesus está vivo!
Leitor 3: “Cristo Ressuscitou”. Esta saudação materializa e proclama, o conteúdo essencial da nossa fé cristã: “festejamos a morte da morte”. O Senhor ressuscitou e presenteou-nos com a vida. Porém, mais do que isso, continua vivo e doando vida.
Presidente: Senhor, Tu continuas presente no meu dia-a-dia. Ajuda-me a ver-Te sempre vivo e actuante em tudo aquilo que faço, que vivo, que sofro ou que me alegra.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
2.ª ESTAÇÃO
Provavelmente Jesus aparece a Sua Mãe
Leitor 1: É bem provável que Jesus tenha aparecido primeiramente a Sua Mãe, muito embora a Bíblia nada nos descreva sobre isso. Mas, não seria crível que o Senhor o não fizesse.
Leitor 2: Seguramente que, no seu coração de Mãe, Maria deveria ter guardado o pressentimento de que O reencontraria, pois Ele havia previamente anunciado a sua Ressurreição. Presumo que terá ficado imensamente feliz com o reencontro, pois sempre acreditou em tudo aquilo que seu Filho dissera. Assim se cumpria o que o Anjo havia profetizado na Anunciação.
Leitor 3: O encontro com Jesus vivo é um momento de satisfação e alegria.
Acreditamos que “quem O vê, vê o Pai”, como Ele afirmou... ou mantemos dúvida sobre a Sua afirmação?
Presidente: Senhor Jesus, eu creio que apareceste a Tua Santa Mãe primeiro do que a mais alguém. Decerto que na alegria do reencontro lhe lembraste que Ela olhasse por nós, como lhe tinhas solicitado anteriormente na cruz.
Auxilia-nos, Senhor, a produzir dentro de nós esta convicção da Tua companhia e do contínuo apoio de Tua santíssima Mãe.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
3.ª ESTAÇÃO
Jesus ressuscitado descoberto pelos olhos da fé
Leitor 1: ”«Mulher, porque choras? Quem procuras?» [...pensando ser o jardineiro] Maria Madalena disse: «Se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste para eu ir buscá-l’O» [...] Jesus disse: «Não Me toques, porque ainda não voltei para o Pai.»”(Jo 20,15.17).
Leitor 2: Maria Madalena fez menção de lhe tocar. O Mestre disse-lhe que o não fizesse, porque ainda não entrara na glória do Pai.
Leitor 3: Jesus vivo já não se manifesta de modo físico, como durante a Sua vida terrena. São os olhos da fé que o manifestam. Ele está a nosso lado e esta é a única mensagem que nos traz esperança e verdade.
Presidente: Senhor Jesus, quantas vezes amos a Teu lado sem Te identificarmos. Podes ser o mais humilde dos artesãos, um jardineiro, um pedinte, uma criança, um velhinho, um marginalizado, um sem abrigo, um varredor de ruas... Todavia amos adiante, acotovelamos, ou talvez choremos, mas não Te descobrimos.
Ajuda-nos, Senhor, a estarmos vigilantes para Te identificarmos no aspecto que encarnas no nosso quotidiano.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
4.ª ESTAÇÃO
O encontro com os discípulos
Leitor 1: “Ao anoitecer desse dia, estando fechadas as portas do lugar onde se achavam os discípulos por medo das autoridades dos judeus, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: «A paz esteja convosco!» (Jo 20, 19)
Leitor 2: Os discípulos, estavam reunidos, mas com as portas fechadas, pois estavam atemorizados. Jesus, apesar dessa circunstância, entrou e saudou-os com a Sua paz.
Leitor 3: O medo revela-se naqueles que enfrentam problemas de saúde, de idade avançada, de desgraças... temos medo de nós mesmos... ele corrói a paz dos corações, enche a alma de angústia porque a incerteza que se amplia resulta inável. Mas, mesmo com as portas do coração fechadas à Sua entrada, Jesus procura-nos, interpela-nos, dá-nos a Sua paz.
Presidente: Meu Senhor e meu Deus, ajuda-me a abrir totalmente os os do meu coração, para que possa afastar os meus temores e obtenha a Tua paz e a serenidade que ela me proporciona.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
5.ª ESTAÇÃO
Jesus vive na comunidade
Leitor 1: “Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos ficaram contentes por ver o Senhor” (Jo 20, 20)
Leitor 2: Até os apóstolos, que tinham ouvido do próprio Senhor que ao terceiro dia ressuscitaria, tiveram dificuldades para aceitar o anúncio da Sua ressurreição. Jesus repreendeu-os por causa da sua falta de fé e pela dureza de coração, pois não tinham acreditado.
Leitor 3: À semelhança dos discípulos também nós pretendemos ver, para acreditarmos ... para sentirmos que Ele está realmente presente. Isso seria o nosso contentamento!
Presidente: Desculpa-nos, Senhor, porque só quando verificamos o resultado dos acontecimentos é que nos alegramos. Só assim temos a audácia suficiente para rejubilarmos, embora pressintamos que Tu estás sempre presente quando Te buscamos com sinceridade de coração.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
6.ª ESTAÇÃO
Jesus ressuscitado, envia os discípulos em missão
Leitor 1: “Então Jesus disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda a humanidade». (Mc 16,15)
Leitor 2: Ao saudá-los uma segunda vez na paz, para tranquilizar os seus corações alvoroçados, Jesus envia-os em nome de Seu Pai, com a bênção do Espírito Santo.
Leitor 3: Sabemos que fomos baptizados no Espírito, para sermos enviados a anunciar a Boa Nova. Será que a paz e a graça recebidas aquando do nosso Baptismo nos consciencializaram da missão que nos foi transmitida?
Presidente: Abençoa-nos, Senhor, para que com a ajuda do Espírito Santo, sejamos fiéis ao Baptismo recebido, a fim de nos tornarmos mensageiros da Boa Nova, por palavras e através do testemunho das nossas obras, sem fraquejarmos perante as dificuldades encontradas.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
7ª ESTAÇÃO
Jesus ressuscitado manifesta-se à comunidade
Leitor 1: “Tomé (...) não estava com eles quando Jesus veio (...) Os outros discípulos disseram-lhe: «Nós vimos o Senhor». Tomé disse: «Se não vir (...) não acreditarei»! Jo 20, 24-25)
Leitor 2: Tomé não estava com eles quando Jesus se lhes manifestou. Por esse motivo não acreditou que Jesus estivesse vivo. Queria evidências... Queria certezas.
Leitor 3: A certeza só é prova para a ciência experimental. Todavia, a fé não precisa de ver para acreditar, brota do coração, não dos olhos. Para um coração enamorado basta-lhe a idoneidade daquele que o rodeia e a verdade testemunhal de quem se ama e por quem se é realmente amado.
Presidente: Senhor, certamente, para muitos, as nossas palavras continuam soando “como delírio”. Se para alguns constituis motivo de zombaria, se por outros és caluniado, reinas, contudo, no coração dos fiéis. O testemunho autêntico daqueles a quem aparecestes e a Tua própria palavra são a certeza de que estás vivo. Todavia, em alguns de nós ainda persistem muitas dúvidas, porque somos homens e mulheres de pouca fé.
Perdoa-nos a nossa debilidade e auxilia-nos a crescer com fé na Tua Palavra e na Tua pessoa.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
8.ª ESTAÇÃO
Jesus aparece de novo aos discípulos estando Tomé presente
Leitor 1: “Uma semana depois, os discípulos estavam outra vez reunidos. Desta vez Tomé estava com eles (...) disse a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê (...) e não sejas incrédulo, mas crente». «Acreditaste porque viste. Felizes os que acreditam sem terem visto»”. (Jo 20, 26-29)
Leitor 2: Tomé só acreditou vendo. Mas todos os outros, mesmo vendo, ainda duvidaram durante muito tempo.
Leitor 3: Apesar da irregularidade da nossa fé em Jesus Cristo, Ele apelidou-nos de felizes, de bem-aventurados, porque confiamos sem havermos tido a oportunidade de O ver. Isto deve servir-nos de consolação na nosssa existência.
Presidente: Estamos gratos, Senhor, pela satisfação de sermos designados de venturosos, apesar dos nossos muitos desaires. Pedimos-Te que aumentes a nossa fé na Tua pessoa e a sustentes em lealdade e congruência.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
9.ª ESTAÇÃO
Jesus no caminho dos homens
Leitor 1: “Nesse mesmo dia, dois discípulos iam para uma aldeia, chamada Emaús (...) o próprio Jesus aproximou-se e começou a falar com eles (...) Então começando por Moisés e continuando por todos os Profetas, Jesus explicava aos discípulos as agens da Escritura que falavam a respeito d´Ele (...) Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão, abençoou-o, depois partiu-o e entregou-lho. Os olhos dos discípulos abriram-se (...) «Não ardia o nosso coração quando Ele nos falava...»” (cf .Lc 24, 13-35)
Leitor 2: Sem ser reconhecido, Jesus caminha lado a lado com dois discípulos. Somente quando o coração deles se abre ao entendimento da Palavra e presenciam o partir do Pão é que o seu coração se inflama e reconhecem a Sua presença e o Seu o.
Leitor 3: Senhor Jesus, Tu acompanhas-nos sempre na nossa peregrinação terrena. Estás connosco nas nossas aflições e nas nossas dores. Poucas vezes, porém, conseguimos sentir a Tua presença a nosso lado, para conseguirmos ouvir com atenção o que nos pretendes dizer...
Presidente: Continua, Senhor, a acompanhar-nos em todas as ocasiões da nossa existência. Ajuda-nos a sentirmos o coração entusiasmado pela Tua presença, a fim de que o ilustremos, com ardor, a todos quantos privam connosco.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
10.ª ESTAÇÃO
Jesus ressuscitado aparece a Simão
Leitor 1: “... «Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». (disseram os outros aos discípulos de Emaús) (Lc 24, 34)
Leitor 2: Certamente que este primeiro encontro de Simão com o Mestre terá sido um pouco comprometedor para Pedro. Na conversa que tiveram, Pedro terá ficado em silêncio? Decerto ficou surpreendido e envergonhado, mas pensativo!...
Leitor 3: Alguma vez teremos experimentado na nossa vida presenças do Mestre? Estaremos vigilantes para nos darmos conta dessas presenças? Quando? Onde? Como? Somos resistentes a elas ou respeitosamente obedientes?
Presidente: Que o nosso testemunho, Senhor Jesus, faça crível a Tua presença de ressuscitado em todos os momentos da nossa vida: na manifestação da nossa alegria; na vivência em comunidade eclesial; quando comungamos; quando Te descortinamos nos que precisam; quando reencontramos a paz connosco, com os outros e contigo; quando a Tua presença nos estimula a consciência de serviço apostólico.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
11.ª ESTAÇÃO
Na margem do Mar de Tiberíades Jesus aparece aos discípulos
Leitor 1: “... na margem do Tiberíades (...) eles (Pedro e os discípulos) entraram na barca (para pescar). Mas naquela noite não pescaram nada. Quando amanheceu, Jesus estava na margem (...) Logo que saltaram para terra, viram um peixe nas brasas e pão”. (cf. Jo 21, 1-14)
Leitor 2: Apesar de uma noite inteira de trabalho os discípulos nada conseguiram pescar. À palavra de Jesus, que se encontrava na margem, conseguiram uma tal abundância de peixe que quase se rebentavam as redes.
Leitor 3: A comunidade cristã que age sem estar unida à pessoa e missão de Jesus continua na escuridão sem produzir frutos, pois trabalha sem perceber a presença do Ressuscitado e sem conhecer o modo correcto de realizar a acção.
A nossa ciência, a nossa aptidão, o nosso saber, nada alcançam se Tu não estiveres presente e não desenvolveres a nossa actividade.
Presidente: Senhor Jesus, acreditamos que somente contigo por perto conseguiremos levar a cabo os nossos intentos. Faz-Te presente na nossa actividade de todos os dias. Que nunca desejemos agir sem que estejas presente como conselheiro e consolidador, dando sentido a todo o nosso trabalho.
Pai nosso... Ave Maria... Glória...
12. ª ESTAÇÃO
Para dirigir a comunidade é preciso amar
Leitor 1: “Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, amas-me mais do que estes?» Pedro respondeu: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Jesus disse: «Cuida dos meus cordeiros» (...) Então Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava” (Jo 21, 15-17)
Leitor 2: Enquanto Jesus falava corajosamente diante das autoridades, Pedro não foi capaz de vigiar e cai na tentação de abandonar o seguimento do Mestre. Nega-O cobardemente, por três vezes, diante de pessoas simples. À tríplice pergunta de Jesus se O amava, Simão, lembrado das vezes que negara o Senhor, ficou triste. Com sincero arrependimento, mas com pesar, três vezes repetiu o seu amor.
Leitor 3: O Senhor, mantendo aquilo que anteriormente lhe tinha dito, confirmou nele toda a Sua confiança como chefe da Igreja que constituíra. Garantiu-lhe o poder de governar no amor, em comunhão com os restantes apóstolos, essa mesma Igreja,.
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