Advento: é tempo de sonhar de novo12/12/2013 45e5v
Com estas linhas do verso “lapinha” de Adélia Prado temos uma bela descrição da dinâmica do tempo litúrgico que estamos vivendo. De fato, a palavra ADVENTO, cujo significado evoca uma espera alegre e contagiante toca nossas esperanças mais profundas e nos sitia no dizer de Adélia, enquanto esperamos aquele que vem despido de todo seu poder e esplendor, como uma criança frágil e pobre à primeira vista, mas aos olhos da fé, a encarnação da potência absoluta: “Hoje nasceu para vós o salvador” Lc 2, 11.
A chegada do menino-Deus, o paradoxo central da fé cristã, a encarnação da potencia absoluta em uma frágil criança tão precária, mas tão pulsante de vida, rompe com o nosso cotidiano reto, uniforme e ordinário, como também todas as decepções, lutas e medos que vivenciamos no dia-a-dia, e nos projeta para a máxima novidade, nos permite achegarmos e sentirmos o maior gesto da delicadeza de Deus:
No ADVENTO experimentamos o já e o ainda não, a certeza de que a nossa esperança foi realizada, o desejo da paz duradoura, da abundância e da fartura em nossas mesas, o fim das cercas, dos muros da divisão e exclusão, e o sonho de uma humanidade reconciliada reunida como uma só grande família finalmente foi concretizado no maior gesto de delicadeza possível: “... encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura” Lc 2, 12.
Que nesse tempo do ADVENTO possamos renovar o coração, e como uma criança que se maravilha diante de um presente tão esperado, deixar-nos tocar pela grandiosidade do mistério que invade o coração daqueles que professam sua fé no Cristo Senhor e também daqueles que mesmo sendo de outras tradições, ficam extasiados com a novidade de um Deus feito criança, o Deus que veio visitar o seu povo e trouxe a paz, o amor, a esperança.