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Advento: é tempo de sonhar de novo12/12/2013 45e5v

 

 
“Quando éramos pobres e eu menina
Era assim o Natal em nossa casa:
Quatro semanas antes
A palavra ADVENTO sitiava-nos,
Domingo após domingo”[1].
 

Com estas linhas do verso “lapinha” de Adélia Prado temos uma bela descrição da dinâmica do tempo litúrgico que estamos vivendo. De fato, a palavra ADVENTO, cujo significado evoca uma espera alegre e contagiante toca nossas esperanças mais profundas e nos sitia no dizer de Adélia, enquanto esperamos aquele que vem despido de todo seu poder e esplendor, como uma criança frágil e pobre à primeira vista, mas aos olhos da fé, a encarnação da potência absoluta: “Hoje nasceu para vós o salvador” Lc 2, 11.

 

A chegada do menino-Deus, o paradoxo central da fé cristã, a encarnação da potencia absoluta em uma frágil criança tão precária, mas tão pulsante de vida, rompe com o nosso cotidiano reto, uniforme e ordinário, como também todas as decepções, lutas e medos que vivenciamos no dia-a-dia, e nos projeta para a máxima novidade, nos permite achegarmos e sentirmos o maior gesto da delicadeza de Deus:

 
“Porque o MENINO estremecia no feno
e nos compadecíamos de Deus até as lágrimas”[2].
 

No ADVENTO experimentamos o já e o ainda não, a certeza de que a nossa esperança foi realizada, o desejo da paz duradoura, da abundância e da fartura em nossas mesas, o fim das cercas, dos muros da divisão e exclusão, e o sonho de uma humanidade reconciliada reunida como uma só grande família finalmente foi concretizado no maior gesto de delicadeza possível: “... encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura” Lc 2, 12.

 
“Olhando a manjedoura, o que eu sentia
- sem arrimo de palavras –
era o que eu sinto ainda:
‘o desejo da esbeltez será concretizado’.
À luz que não tolera excessos,
o musgo, a areia, a palha cintilavam,
a pedra. Eu cintilava”.[3]
 

Que nesse tempo do ADVENTO possamos renovar o coração, e como uma criança que se maravilha diante de um presente tão esperado, deixar-nos tocar pela grandiosidade do mistério que invade o coração daqueles que professam sua fé no Cristo Senhor e também daqueles que mesmo sendo de outras tradições, ficam extasiados com a novidade de um Deus feito criança, o Deus que veio visitar o seu povo e trouxe a paz, o amor, a esperança.

            


[1] PRADO, Adélia: Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991, p. 258.
[2] Idem
[3] Ibidem
 

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