33° Domingo do Tempo Comum17/11/2023 t1c4a
O INVESTIMENTO DE DEUS EM NÓS
Concluindo mais um ano litúrgico, a Palavra de Deus reflete sobre o modo como estamos vivendo a nossa vida em vista da segunda vinda de Jesus Cristo. O mais importante não é saber o momento exato da vinda de Cristo, mas viver cada momento em espírito de vigilância, como filhos da luz e do dia, dispostos a fazer frutificar os bens que o Senhor nos confiou (cf. 1Ts 5,1-6). Sendo assim, somos convocados a fazer um balanço ou uma revisão constante da nossa vida, para verificarmos se estamos ou não correspondendo ao investimento que Deus fez em cada um de nós, ao nos criar e confiar-nos talentos preciosos para serem multiplicados e postos a serviço da comunidade.
Na parábola dos talentos (Mt 25,14-30), encontramos a imagem desse Deus que à semelhança do patrão, confia livremente seus bens aos seus empregados, para que possam istrá-lo, de acordo com suas capacidades. O talento era uma quantia considerável, equivalia a 35 kg de prata ou o salário de vinte anos de um trabalhador não qualificado. Essa pequena fortuna confiada aos servos representa o investimento de Deus em nossa existência, dotando-nos de dons e carismas diversos para serem utilizados em prol do bem da comunidade. O importante aqui não é quantidade diferenciada que fora confiada, mas se cada qual fez bom uso desses dons. Depois de um tempo, o patrão pede contas da istração de cada servo, que apresentam os resultados obtidos. Os dois primeiros são elogiados por terem aplicado e feito render os bens, recebendo como recompensa a participação na alegria e no convívio do patrão. O terceiro, porém, é taxado como mal e preguiçoso, porque paralisado pelo medo, foi incapaz de arriscar e de fazer crescer o talento recebido. Seu destino não será outro, senão a esterilidade e o esquecimento.
É importante lembrar que o nosso Deus não é um empresário que está atrás de rendimentos, e nos recompensa de acordo com nossos méritos ou nossa produtividade, mas Ele espera que permaneçamos na vigilância ativa, como personificada na mulher virtuosa e diligente, que vive do essencial, isto é, no temor a Deus e na atenção aos necessitados (cf. Pr 31,10-13.19-20.30-31). O que está em jogo é o quê estamos fazendo da nossa vida e em quê investimos as nossas energias. O verdadeiro discípulo de Jesus sabe ser fiel nas coisas grandes e pequenas, e sabe ariscar e gastar a vida em prol da construção do Reino de Deus. Só não pode compactuar com o medo e a preguiça que paralisam a vida e nos impede de ser mais.
Pe. Rodrigo Costa, C.Ss.R.