32° Domingo do Tempo Comum10/11/2023 2v511y
NA EXPECTATIVA DA VINDA DO SENHOR
Em cada Eucaristia, a Igreja reza pedindo a vinda do Senhor: “Anunciamos Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde Senhor Jesus”. Com esse pedido, expressamos nossa fé e esperança na segunda vinda de Jesus Cristo, para colocar um ponto final vitorioso nesta história e no mundo, fazendo tudo convergir para o seu Reino glorioso. É certo que o Senhor virá a nós definitivamente por ocasião de nossa morte, e vem constantemente em nossas vidas por meio dos sinais e acontecimentos do cotidiano. Acontece que não sabemos ao certo quando será esta vinda de Jesus e corremos o risco de estarmos despreparados para acolhê-lo. A comunidade primitiva vivia na expectativa iminente da chegada do Senhor, o que causava grande preocupação sobre o modo como este evento se realizaria e suas consequências. Respondendo aos tessalonicenses, Paulo os exorta a se manterem firmes na esperança da nossa salvação e a afastarem todas as preocupações desnecessárias (cf. 1Ts 4,13-18). A atitude mais adequada para acolhermos a vinda de Cristo é a vigilância e a prudência.
Para ilustrar a preparação permanente do cristão, Jesus conta-nos a parábola das dez virgens (cf. Mt 25,1-13). Naquele tempo, era costume no dia do casamento, a noiva reunir as melhores amigas, que seriam responsáveis por realizar o cortejo nupcial até a casa do noivo, onde aconteceria a festa de casamento. A cerimônia acontecia à noite, por isso a necessidade das lâmpadas. O noivo da parábola é Jesus, a noiva e as dez virgens representam a comunidade cristã. O óleo é símbolo daquilo que dá valor a nossa existência: a fidelidade ao projeto de Jesus. Entre as virgens, estão as sensatas e previdentes, que representam aqueles que vivem preparados à espera do Senhor e atentos as coisas essenciais; e as descuidadas e imprevidentes, que simbolizam aqueles que vivem presos na superficialidade da vida e acabam por se descuidar do essencial. Ambas acabaram adormecendo com a demora do noivo, mas o que as diferencia é o fato de que as previdentes já guardavam o essencial antes de adormecerem.
Coisa semelhante acontece conosco quando pelos altos e baixos da vida, nossa fé se torna morna e descomprometida, e podemos ser apanhados sem estarmos preparados. Para permanecermos vigilantes, Deus nos agraciou com o dom da sabedoria, que nos ajuda a discernir os acontecimentos e viver na prudência, atentos ao que é essencial e capazes de reconhecer o Senhor que chega constantemente em nossas vidas (cf. Sb 6,12-16).
Pe. Rodrigo Costa, C.Ss.R.