31° Domingo do Tempo Comum03/11/2023 5q5p4d
SANTIDADE: CAMINHO PARA SER FELIZ
A Igreja dedica um dia do calendário litúrgico para recordar-nos o convite que Deus nos fez desde o batismo: “Sede, pois santos, porque eu sou santo” (Lv 11,45); bem como celebrar o testemunho de tantos homens e mulheres que responderam positivamente a esse chamado divino e já se encontram na glória de Deus. Embora não tenham sido declarados oficialmente como santos pela Igreja, esses irmãos nossos, conhecidos ou desconhecidos, brilham como exemplos que nos inspiram no seguimento de Jesus e intercedem por nós. São os “santos ao pé da porta”, para lembrar uma feliz expressão do Papa Francisco.
A primeira carta de João nos lembra que Deus nos agraciou com um grande presente: “sermos chamados filhos de Deus” (1Jo 3,13). Só Deus é o Santo, mas ele nos associou a esta santidade, quando pelo batismo nos tornamos seus filhos. Portanto, a santidade não é algo que está reservado para além desta vida, mas é um dom que já está em nós, e já estamos dando os nesse caminho. Santo é todo aquele que abriu a existência para hospedar o divino de Deus. Apesar de ser um dom ível a todos, temos dificuldade para vivermos a santidade. Talvez porque nos habituamos a vê-la como algo fora da realidade, inível, reservado a poucas pessoas. Esquecemos que a santidade é o caminho para nossa felicidade, e o seu conteúdo são os valores vividos e propostos por Jesus Cristo, que estão sintetizados nas bem-aventuranças (cf. Mt 5,1-12a). Jesus declara felizes, não os que sempre triunfam neste mundo e que confundem a felicidade com a posse dos bens materiais, mas afirma paradoxalmente que são bem aventurados os pobres, os aflitos, os mansos, os que têm fome, os que choram, os misericordiosos, os puros de coração, os promotores da paz e os que são perseguidos. São felizes porque configurados a Cristo, não se deixam vencer pelas adversidades, mas conseguem extrair daí a alegria verdadeira e a confiança necessária para caminhar.
Somos como aquela multidão incontável que ou por grandes tribulações, conforme a visão do Apocalipse (cf. Ap 7,2-4.9-14). Caminhamos na penumbra da fé. Mas trazemos em nós, o selo do Espírito Santo, que nos capacita para refletirmos em nossa vida a santidade divina, experimentando aqui e agora a felicidade que se consumará na eternidade. Até lá, contamos com a amizade e as orações daqueles que nos precederam na fé.
Pe. Rodrigo Costa, C.Ss.R.