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16° DOMINGO DO TEMPO COMUM21/07/2023 4m2d3c

 

A AMBIGUIDADE QUE NOS HABITA
 
Continuamos neste 16° Domingo do Tempo Comum, a leitura do Discurso sobre as “Parábolas do Reino”, que nos oferecem ao mesmo tempo, um retrato da nossa condição humana e da realidade do Reino de Deus que está presente em nosso meio apesar dos obstáculos. Na parábola do trigo e do joio (Mt 13,24-30), primeira das três parábolas que escutamos, Jesus nos apresenta mais um fato da vida cotidiana: um homem semeou boa semente no seu campo, mas um “inimigo” semeou o joio no meio do trigo, uma semente muito parecida com o trigo, e que na verdade é uma erva daninha capaz de danificar a plantação. Ao perceberem a situação, os empregados dedicados não compreendem o aparecimento do joio no meio da plantação e prontamente se oferecem para arrancá-lo. Dado o fato de serem muito parecidos, o proprietário do campo permite o crescimento do joio ao lado do trigo, e só na colheita, quando aparecerão os frutos, realizar a separação daquilo que deveria ser guardado no celeiro e do que deveria ser queimado.
 
Esta parábola nos recorda uma realidade tão humana e que muitas vezes tentamos abafar ou esconder: a ambiguidade. Tal como aquele campo, nenhum de nós é somente trigo ou somente joio. Somos essa mistura de trevas e luz, bem e mal, às vezes difícil de compreender e separar. Todos carregamos essa cisão em nós. Essa sensação de que convivemos com realidades tão opostas. Mas o que fazer diante desse traço da nossa condição humana? Ficarmos de braços cruzados? Fecharmos os olhos à realidade do mal que se enraíza em nós? A atitude do proprietário daquele campo, que é a imagem do modo como o próprio Deus nos trata, serve de inspiração para a nossa luta diária em sermos boa semente e estarmos atentos ao joio que se aninhou em nossa vida sem que percebêssemos.
 
O Pai do Céu, que é “bom, clemente e fiel” (Sl 85), nos trata com profunda humanidade e espera pacientemente que a boa semente do Reino germine e cresça em nós, ainda que ela precise conviver por um tempo com a erva daninha que tenta tomar seu lugar. Se Deus nos trata assim, também devemos nos pautar por sua lógica, ou seja, perdoando e sendo misericordiosos conosco mesmos e com o nosso próximo (cf. Sb 12,13.16-39). A intolerância e a impaciência para com os “defeitos” alheios não combinam com o discípulo do Reino, porque este também se sabe atravessado pela ambiguidade, ora faz o bem ora faz o mal, de forma consciente ou não.
 
A tarefa do autoconhecimento e da busca pela inteireza é permanente, mas não estamos sozinhos nesse trabalho interior, pois podemos contar sempre com Espírito “que vem em socorro da nossa fraqueza” (cf. Rm 8,26-27), e nos faz descobrir o que é a semente do Reino em nós e o que é a semente do “anti-reino”, o que deve ser cultivado para dar frutos de qualidade e o que deve ser extirpado e jogado fora, porque de nada serve.
 
 
Pe. Rodrigo Costa, C.Ss.R.
 
 

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