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4º Domingo da Quaresma – Ano B11/03/2021 3j1d1t

“Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16)
 
Tema central da Liturgia da Palavra
 
O 4º Domingo da Quaresma, chamado de laetare, isto é, Domingo da Alegria, nos apresenta a face misericordiosa de Deus que quer a salvação do mundo. Mesmo sem merecermos (Segunda Leitura), apesar de nossos pecados e suas consequências (Primeira Leitura), o Bom Deus nos oferece o dom da Salvação eterna pela paixão-morte-ressurreição de seu Filho Unigênito (Evangelho). O critério para a salvação, em última análise, consiste em termos fé em Cristo Jesus e abandonemos as más obras.
 
 
1ª Leitura: 2Cr 36, 14-16.19-23
 
Aproximemo-nos deste importante livro bíblico a partir da introdução aos livros das Crônicas da Bíblia da CNBB:
 
Os dois livros das Crônicas (1-2Cr) – que só foram separados no século 15dC – foram compostos por volta do ano 300aC. Constituem a “historiografia cronista”, à qual se associam também os livros de Esdras e Neemias. Os tradutores gregos lhes deram o título de “Paralipômenos”, suplementos (nome que até há pouco figurava também nas traduções latinas e neolatinas). Na realidade, porém, as Crônicas não se apresentam como suplemento, e sim, como recapitulação de toda a memória nacional e religiosa dos judeus.
No momento em que os livros foram compostos, o antigo Israel estava desfalcado, em consequência das sucessivas deportações (reino do Norte para a Assíria, em 722 aC, e do reino do Sul para a Babilônia, em 586 aC). Em 538, alguns “judaítas” tinham voltado para Judá (mais exatamente, para o distrito de Jerusalém), onde restauraram a comunidade fiel de Israel; os demais israelitas piedosos viviam fora da Palestina, na diáspora, espalhados pelo Médio e Próximo Oriente. Evidentemente, o grupo de Judá, próximo do templo reconstruído e das Escrituras em vias de composição, toma a liderança da comunidade fiel de Israel, que daí em diante vai ser chamada de “judaica”.
É neste contexto do “judaísmo” que as Crônicas fazem a releitura da memória de Israel, antes registrada principalmente nos livros de Samuel e Reis.
 
Tomando os livros de Crônicas em sua unidade original, sua divisão narrativa, por capítulos, pode assim ser estabelecida: I) de Adão até Saul (1Cr 1 – 10); II) Davi (1Cr 11 – 29); III) Salomão (2Cr 1 – 9); IV) de Roboão até Acaz; e V) Ezequias, Josias, exílio babilônico (2Cr 29 – 36).
 
A perícope de hoje encontra-se na última parte dos Livros de Crônicas e narra o fim do cativeiro em Babilônia e o retorno para Judá. Todavia, antes de narrar a volta, os autores contam o motivo daquela humilhação. Dentro do esquema da retribuição, ou seja, se o povo for fiel à Aliança receberá bênçãos, e se for infiel, receberá maldições, fica evidente a razão do exílio babilônico: chefes, sacerdotes e o povo foram infiéis, atoram costumes pagãos, profanaram o templo, não ouviram os profetas que buscavam a sua correção e mesmo chegaram a desprezar as palavras proféticas, isto é, desprezaram a Palavra de Deus. Justamente por esta contínua desobediência, foram castigados (cf. v. 14-16).
 
É interessante notar, todavia, que o castigo divino é operado pelas nações estrangeiras que destroem a nação israelita, tomam cativos e aos outros fazem escravos (cf. v. 20). Contudo, se a infidelidade do povo foi constante durante toda sua história e, por isso, merecia tal castigo, a punição divina, embora dura, tem mais um caráter pedagógico do que punitivo. Assim, se Deus utilizou-se da Babilônia para mostrar a consequência dos pecados de seu povo, também se utilizará de outra nação estrangeira, a Pérsia, para demonstrar sua força na história (cf. v. 22-23). Daí, não foram os deuses pagãos que venceram quando da queda de Judá, mas, definitivamente, foi o próprio Deus quem permitiu aquele castigo a fim de que seu povo buscasse novo rumo de vida.
 
A simbologia dada pelos livros de Crônicas ao exílio babilônico dá-se pela interpretação teológica dos números: setenta anos (cf. v. 21). O número 70 aqui se refere a um forçado jubileu que fusca a reparação da desobediência do povo em guardar o sábado. Justamente por não ter guardado o dia do Senhor, empreendendo trabalhos de toda a sorte em dia de sábado, agora, por setenta anos a terra irá descansar, não produzirá em razão de seu abuso prévio pelo povo, o templo destruído não mais aceitará sacrifícios em reparação dos pecados, mas, por todo este tempo o povo sofrerá as consequências de suas escolhas erradas sem a intervenção da Providência.
 
 
Salmo 136 (137), 1-6 (R/. 6a)
 
Este é um salmo misto, ou seja, não possui gênero definido. Os versículos selecionados para a liturgia de hoje apresentam o drama do povo no exílio babilônico. Com a dor da destruição de Jerusalém, os deportados choram de saudade e de tristeza pelas humilhações recebidas em terras estrangeiras.
 
 
2ª Leitura: Ef 2, 4-10
 
A fim de melhor nos situarmos neste texto bíblico, tomemos a introdução à Carta aos Efésios da Bíblia da CNBB:
 
A Carta aos Efésios (Ef) é uma carta circular dirigida aos cristãos da Ásia menor (hoje Turquia), província romana que tinha a cidade de Éfeso como capital. O caráter circular da carta confirma-se pelo fato de a menção a Éfeso, em 1, 1, faltar em muitos manuscritos. De carta ela só tem a forma; o conteúdo é uma homilia. A comparação com a Carta aos Colossenses (que se destinava a diversas igrejas) mostra que o autor se inspirou nessa carta e a transformou numa homilia destinada a um público mais amplo.
 
Embora curta, possui apenas seis (06) capítulos, do ponto de vista do conteúdo, a Carta aos Efésios pode ser dividida em quatro partes: I) Saudação: 1, 1-2; II) Parte doutrinal: 1, 3 – 3, 21; III) Exortação: 4, 1 – 6, 20; e IV) Conclusão: 6, 21-23.
 
Nossa perícope encontra-se na segunda parte da Carta e apresenta a doutrina sobre a ressurreição.
 
Paulo é bem enfático e claro ao afirmar que o dom a ressurreição de Cristo ao ser humano dá-se pela misericórdia de Deus e não por mérito humano. Misericordioso e imensamente amoroso para com o ser humano (v. 4), mesmo este vivendo em morte por causa dos pecados (cf. v. 5a), Deus deu vida à humanidade por meio de Cristo (v. 5b). Esta vida é salvação ofertada gratuitamente (v. 5c).
 
A salvação dada por Deus à humanidade ou pela ressurreição de Cristo; em Jesus Cristo ressuscitado, assentado nos céus, a humanidade recebe a ressurreição e também nos céus se assenta, por conta da união de Cristo para com o ser humano (cf. v. 6), afinal, Jesus Cristo se encarnou e era verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Assim, a bondade infinita de Deus demonstrada em Jesus Cristo, é estendida a toda a humanidade e evidencia, para sempre, a riqueza de sua graça (cf. v. 7).
 
Entretanto, receber a graça da salvação é viver com fé este dom. Assim, ter fé em Deus que irá nos salvar é não nos incharmos na tentativa de alcançar a graça divina por merecimento próprio. Não! A salvação vem de Deus é dom, é de graça, é graça (cf. v. 8) e não vem das nossas boas obras (cf. v. 9). Afinal, nem nossas boas obras são méritos próprios, pois, foi Ele quem nos fez e em Cristo Jesus fomos recriados para nos dedicarmos exclusivamente às boas obras, já de antemão preparadas por Deus para que praticássemos (cf. v. 10).
 
 
Evangelho: Jo 3, 14-21
 
A perícope mostra a finalidade da missão de Jesus: salvar o mundo e todos aqueles que creem em seu nome. Esta salvação se dará do alto da cruz (cf. v. 14) e é estendida para todos que crerem, legando-lhes a vida eterna (cf. v. 15). Jesus, o Filho de Deus, é enviado ao mundo porque Deus amou muito o mundo (v. 16a). O amor divino pelo mundo implica a caminha próxima junto de nós, por isso, ele nos deu seu único Filho como salvador e doador da vida eterna (v. 16b).
 
Assim, não obstante o pecado fruto da desobediência humana aos desígnios divinos, o envio do Filho único não é em vista de nossa condenação, mas, de nossa salvação (v. 17).
 
Todavia, nossa salvação está condicionada à livre adesão de mente e coração ao Filho de Deus, isto é, aquele que crer será salvo, já aquele que não crê já está condenado (v. 18a). A condenação por não crer em Jesus não diz respeito ao mero viver religioso, isto é, não se trata de práticas religiosas rituais ou de credos decorados pelo intelecto, mas, na postura de vida: aquele que crê em Jesus será salvo porque tomou sua vida como modelo próprio de existência no mundo, aquele que não crê, mesmo que diga com a boca, mas não vive os valores evangélicos estará condenado porque não se tornou filho de Deus, afinal, um filho de Deus deve viver como Jesus. Assim, acreditar nome do Filho de Deus (v. 18b) é algo mais profundo do que mera crença vazia, significa moldar a existência pessoal e familiar sob os critérios de Jesus.
 
Aceitar a salvação, pois, é buscar um caminho de conversão, deixando o caminho das trevas e aceitando a luz (cf. v. 19a). Aceitar a luz, professar a fé em Jesus Cristo significa mudar de conduta de vida, ou seja, abandonar as más ações e ar a fazer boas ações, donde o critério destas é viver na luz (cf. 19b). Portanto, mostra-se na prática da vida pertencer a Cristo aquele que não tem medo de viver a fé abertamente, pois, aquilo que crê no coração é manifestado por seus atos, havendo autenticidade e coerência entre fé e vida (cf. v. 20-21).
 
Pe. Bruno Alves Coelho, C.Ss.R.
 
 
 
 

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