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3º Domingo da Quaresma – Ano B04/03/2021 2i5q

 “Destruí este Templo, e em três dias eu o levantarei” (Jo 2, 19)

 
Tema central da Liturgia da Palavra
 
O 3º Domingo da Quaresma apresenta-nos a face de nosso Deus que está sempre disposto a caminhar com a humanidade de modo a lhe proporcionar o caminho de cuidado, amor e realização.
 
Que este domingo da Quaresma nos encontre dispostos a darmos o necessário salto da fé a fim de experimentarmos e vivenciarmos as maravilhas de nosso Deus por iniciativa própria e não ficarmos apenas amparados nas palavras alheias.
 
 
1ª Leitura: Ex 20, 1-17
 
A narrativa do Livro do Êxodo é, literariamente, estruturada em dois grandes blocos temáticos: a libertação do Egito (1, 1 – 15, 21) e a Aliança no Sinai (19, 1 – 40, 38); entretanto, estas duas temáticas principais são interligadas pelo bloco temático da caminhada no deserto (15, 22 – 18, 27).
 
A perícope narra os termos da Aliança firmada por Deus e seu povo. O texto apresenta ao povo quem é Deus e o que Ele fez para o seu povo (v. 2) e enfatiza seu poder que cobra responsabilidade (cf. v. 5b), mas, sobretudo demonstra sua infinita misericórdia (cf. v. 6).
 
Embora o v. 1 apresente toda a perícope como sendo Deus falando, a sequência narrativa apresenta variações: ora Deus fala na primeira pessoa, ora na terceira pessoa do singular. De qualquer forma, o importante é ter diante dos olhos a apresentação do Decálogo, código de conduta do povo que firmou Aliança com Deus. Dos Dez Mandamentos, quatro (04) dizem respeito à relação humana com Deus e seis (06) abordam as relações interpessoais e comunitárias.
 
Relação homem-Deus (v. 3-11): a primeira obrigação do povo é a exclusividade ao Senhor: não haverá outros deuses e imagens de ídolos (cf. v. 3-4); só ao Senhor o povo prestará culto e adoração (cf. v. 5). O povo também não deverá tomar o nome do Senhor em vão (cf. v. 7): isto significa a não manipulação do divino para o utilitarismo de projetos meramente humanos ou egoístas. De modo afirmativo, o sábado deve ser observado como dia especial de culto ao Senhor, sacralidade que deve envolver toda a criação (cf. v. 8-11).
 
Relações interpessoais e comunitárias (v. 12-17): aqui o Decálogo apresenta a ética pela qual devem ser desenvolvidas as relações comunitárias. O ponto de partida é o respeito e a valorização das raízes familiares (cf. v. 12). Os valores familiares devem ser estendidos à vida em sociedade, por isso, o outro se torna “sagrado”, visto que não pode ser morto (cf. v. 13), não pode ser traído conjugalmente (cf. v. 14), não pode ser lesado em seus bens (cf. v. 15.17) e não pode ser moralmente ofendido por falso testemunho (cf. v. 16). Tudo isto garante a harmonia das relações e cura os maus instintos e o egoísmo não pode dominar o coração.
 
 
Salmo 18 (19), 8-11 (R/. Jo 6, 68c)
 
O Salmo 18 (19) é um Hino de Louvor. Conforme Hermann Gunkel: “Hinos eram cantados como parte da adoração em diversas ocasiões, inclusive festivais sagrados, assim como em outros momentos, talvez por um coral ou um cantor individual”. De forma bela e consciente o salmista louva o Senhor por haver dado ao seu povo sua Lei.
 
 
2ª Leitura: 1Cor 1, 22-25
 
 A Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios é relativamente longa, possui dezesseis (16) capítulos, contendo três (03) partes muito evidentes: I) reação às notícias de Cloé: 1Cor 1, 10 – 6; II) resposta à carta recebida: 1Cor 7 – 14; e III) a ressurreição: 1Cor 15. Sendo que 1Cor 1, 1-9 forma a introdução e 1Cor 16 a conclusão.
 
A perícope de hoje integra a segunda parte narrativa da Carta e, de forma específica, apresenta parte da argumentação de Paulo sobre a pregação da cruz e a sabedoria. Sua fala neste ponto ocorre por conta das notícias sobre as divisões na comunidade por conta da adesão aos partidários de um ou outro pregador eloquente e ilustrado pelo conhecimento filosófico (cf. 1Cor 1, 10-17).
 
Diante desta dura realidade comunitária, o Apóstolo é bastante incisivo em alertá-la sobre a lógica divina comparada à busca de conforto e segurança exteriores buscada por judeus e gregos (cf. v. 22). A lógica divina não se aplica à lógica buscada por judeus e gregos (cf. v. 23). Todavia, aos que abraçam a fé, tanto judeus quanto gregos, o Cristo crucificado são a segurança de vida e a sabedoria divina (cf. v. 24): afinal, é pela radical doação de Cristo na cruz que se tornou visível o projeto salvífico do Pai para a humanidade pela ressurreição. Assim, o cristão é chamado a viver em sua vida e comunitariamente este saber e poder divinos que dão a real segurança e a salvação (cf. v. 25).
 
 
Evangelho: Jo 2, 13-25
 
A perícope evangélica de hoje pertence à seção narrativa do Livro dos Sinais (Jo 1, 19 – 12, 50), local em que Jesus apresenta as grandes linhas de seu apostolado com palavras, gestos e ações. É nesta perspectiva que devemos nos aproximar da narração de hoje.
 
De forma direta somos introduzidos no espírito festivo que envolvia todas personagens e o local onde tudo acontece: próximo à festa da Páscoa dos judeus em Jerusalém (v. 13). A subida a Jerusalém era um costume anual e Jesus participava desde seus doze anos de idade (cf. Lc 2, 41-42). Assim, tudo o que ele encontrou nesta subida estava exatamente como aos outros anos: congregação de multidões, sacrifícios e comércio no Templo e em toda Jerusalém (cf. v. 14). Assim, a ato de Jesus não está em desaprovação das tradições do povo ou circunscrito a uma surpresa pela situação, mas, em vista do gesto profético que inaugura sua ação missionária.
 
O gesto de Jesus não é movido por sentimentos de raiva ou desaprovação, mas, está em função do anúncio posterior à expulsão dos cambistas e animais do Templo (cf. v. 15): o seu gesto anunciava a Nova Aliança expressa num culto novo! A constituição da Nova Aliança implicou a revogação do antigo culto, por isso, a fala aos vendedores: a partir de agora a graça seria gratuita e não mais pelo sacrifício dos animais (cf. v. 16).
 
A sequência apresenta a imediata reação dos judeus, pedindo as razões dos atos de Jesus e com qual autoridade ele aquilo fazia (cf. v. 18). É justamente aqui o momento em que o gesto profético de Jesus adquire algo imensamente profundo e carregado de mistério: Ele não apenas anuncia o fim do antigo culto, mas, inclusive coloca-se como Ele mesmo sendo o novo Templo de modo que, ao mesmo tempo, também abole o antigo sacrifício de animais, pois, Ele é quem será morto, daí, Jesus se apresenta como Templo e vítima pelo horizonte da ressurreição (cf. v. 19-22). Portanto, a autoridade dos gestos de Jesus naquele contexto é a própria ressurreição, este é o sinal. Exatamente por isso, Jesus parece ignorar aqueles que só seguiam por conta de seus sinais extraordinários, mas, no fundo não criam radicalmente em sua ação messiânica (cf. v. 23-25).
 
Pe. Bruno Alves Coelho, C.Ss.R.
 
 

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