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4º DOMINGO DO TEMPO COMUM28/01/2021 3h4j3


Autor: Pe. Bruno Alves Coelho, C.Ss.R. 302b14

Missionário Redentorista da Província do Rio.


 

4º Domingo do Tempo Comum – Ano B
 
“Todos ficaram irados com seu ensinamento, pois ele os ensinava como quem tem autoridade” (Mc 1, 22)
 
Tema central da Liturgia da Palavra
 
O centro da liturgia de hoje é a confirmação de Jesus como o profeta esperado! O anúncio de que suscitaria um profeta do meio do povo (Primeira Leitura) é plenificado quando o Bom Jesus inaugura novo ensinamento junto aos excluídos com autoridade de palavra, gestos e ações, libertando seu povo e propondo a vida nova do Reino de Deus (Evangelho). Aqueles que abraçam esta nova vida em Cristo, devem estar voltados inteiramente para este mistério e, alguns que receberam o dom do celibato, devem radicalmente se aprofundarem no amor a Deus e no serviço aos irmãos (Segunda Leitura).
 
1ª Leitura: Dt 18, 15-20
 
A perícope do Livro do Deuteronômio apresenta a forma peculiar como Deus irá entrar em contato com seu povo quando tiver entrado na Terra Prometida e não mais contar com a presença de Moisés, o mediador (cf. Dt 5, 23-31). Acontece que a maneira como Deus se comunicava com seu povo, a partir das teofanias, gerava temor e tremor, ademais, devido à grandiosidade e profundo mistério, ninguém poderia ver Deus face a face e, justamente por isso, o povo tinha medo da morte (cf. v. 16).
 
Vindo em socorro da fragilidade de seu povo e respeitando suas limitações (cf. v. 17), o próprio Deus é quem sugere a forma nova pela qual se comunicaria com seu povo doravante: suscitaria do meio do povo um profeta (cf. v. 15). Este profeta, à semelhança de Moisés, é quem deveria ser ouvido a fim de que o povo estivesse conforme a vontade de Deus, pois, ele terá em sua boca a palavra divina que o próprio Deus colocará e terá a função de comunicar integralmente tudo o que Deus ordenar (cf. v. 18).
 
Diante da realidade profética, surgem duas consequências: a primeira diz respeito ao povo. Deus pedirá contas a seu povo se não escutar e colocar em prática as palavras anunciadas pelo profeta (cf. v. 19). A segunda diz respeito ao profeta: o profeta que desvirtuar a mensagem divina ou cair na idolatria deverá morrer (cf. v. 20).
 
Esta bela agem do Deuteronômio deve ser vista em chave messiânica, pois, a vocação profética não é uma propriedade de quem a exerce e nem mesmo quem a exerce é seu centro, afinal, o profeta é chamado por Deus para uma missão que deve ser cumprida integralmente e sem desvios, afinal, ele está no papel de intermediador entre Deus e seu povo.
 
Salmo 94 (95), 1-2.6-9 (R/. 8)
 
O Salmo é do gênero litúrgico. Estes salmos são caracterizados pela estrutura antífona, particularmente adequados para cultos coorporativos.
 
v. 1: por se tratar de um salmo litúrgico, há o convite à assembleia para exultar e aclamar o Senhor, Rochedo que salva, numa clara referência à água que jorrou do rochedo no deserto para saciar a sede mortal do povo em Ex 17, 1ss.
 
v. 2: o reconhecimento da salvação de divina é motivo de forte alegria e festejos, assim, a louvação e a aclamação devem ser feitas com entusiasmo e música!
 
v. 6-7: estar na presença divina com respeito, pois, há que se reconhecer que todos são obra de suas mãos; que Ele é quem sustenta sua criação, como se ele fosse o pasto e as criaturas o rebanho. Por Ele ser o nosso Deus, é necessário que hoje ouçamos sua voz.
 
v. 8-9: a importância de todo o povo reunido ouvir o Senhor é fundamental para que não se repitam os pecados e ingratidões do ado, quando o povo que caminhava no deserto duvidou da presença e do poder divino, mesmo vendo suas obras, ou seja, ouvir o Senhor é reconhecer suas obras é remédio contra o fechamento e a dureza de coração.
 
2ª Leitura: 1Cor 7, 32-35
 
Continuamos a leitura sistemática da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios estendida até o Sexto Domingo do Tempo Comum. Assim, tomemos a introdução da Bíblia da CNBB a fim de melhor nos inteirarmos sobre este livro.
 
 
A Primeira Carta aos Coríntios (1Cor) faz parte de uma correspondência intensa entre Paulo e a igreja de Corinto. Segundo At 18, 1-18, Paulo fundou durante a 2ª viagem missionária, em 50/51 dC, a comunidade de Corinto, mantendo com ela o contato por escrito, durante a 3ª viagem. Da parte de Paulo temos conhecimento, através das cartas conservadas (1 e 2Cor), de, no mínimo, cinco cartas:
 
- a carta “pré-canônica” mencionada em 1Cor 5, 9-13 (talvez o fragmento que atualmente se encontra em 2Cor 6, 14 – 7, 1);
 
- 1Cor, reação a notícias recebidas por meio de Cloé (1Cor 1, 11) juntamente com uma carta (7, 1), quando Paulo estava em Éfeso (entre 53/54 e 56/57);
 
- a “carta em lágrimas” mencionada em 2Cor 2, 3.4.9; 7, 8.12, escrita para resolver um desentendimento entre ele e a comunidade;
 
- 2Cor, para refutar as calúnias de que Paulo era vítima;
 
- a(s) carta(s) de solidariedade com a coleta para os pobres de Jerusalém, atualmente incluída(s) em 2Cor 8-9.
 
1Cor é uma carta circunstancial, um diálogo a distância, a ponto de reconhecermos nas respostas de Paulo as questões e opiniões dos destinatários. A finalidade é, em primeiro lugar, pôr fim aos partidarismos (sobretudo em torno dele e de Apolo), remediar as práticas inissíveis na jovem comunidade da cidade dissoluta e consolidar a base da vida cristã: a fé na ressurreição.
 
  
A carta é relativamente longa, possui dezesseis (16) capítulos, contendo três (03) partes muito evidentes:
 
I) reação as notícias de Cloé: 1Cor 1, 10 – 6; II) resposta à carta recebida: 1Cor 7 – 14; e III) a ressurreição: 1Cor 15. Sendo que 1Cor 1, 1-9 forma a introdução e 1Cor 16 a conclusão.
 
A perícope de hoje está circunscrita à segunda parte temática da carta e versa sobre a vida cristã no mundo. De forma específica, Paulo conversa com a comunidade sobre a vida conjugal e a vida celibatária: ambas devem estar voltadas para Deus! Num olhar desatento, à primeira vista, parece que o Apóstolo está a desmerecer a vida matrimonial em detrimento do celibato, todavia, é preciso lembrar que mais acima ele reconhece que estas duas realidades dão dons de Deus (cf. v. 7).
 
Todavia, Paulo, um celibatário convicto e todo dedicado ao Evangelho de Cristo, irá se posicionar favoravelmente ao celibato por conta de seu testemunho como radical doação ao Reino de Deus. Afinal, o casamento exige que marido e mulher não dediquem exclusiva atenção às coisas de Deus, uma vez que um e outra podem cair na busca pela satisfação dos caprichos alheios e, nisto, perderem o essencial. Assim, Paulo não desmerece o matrimônio, mas, chama a atenção aos casados para que não percam o essencial da vida cristã: servir ao Senhor Jesus na construção do Reino.
 
Por outro lado, mesmo que os celibatários em hipótese alguma sejam superiores aos casados, de forma muito evidente este novo jeito de ser no mundo testemunha a pertença a Deus e seu projeto de vida: totalmente dedicados a Deus, os celibatários não têm outras preocupações em suas vidas a não ser amar a Deus e servir aos irmãos.
 
Evangelho: Mc 1, 21-28
 
O Evangelho de Marcos pode ser visto estruturado em dois grandes blocos: a apresentação de quem é Jesus e o anúncio do Reino de Deus (Mc 1, 14 – 8, 30) e a consequência lógica de reconhecer em Jesus o Messias de Deus (Mc 8, 29) e segui-lo com radicalidade (Mc 8, 31 – 16, 20). A perícope do Evangelho de hoje encontra-se no início do primeiro bloco narrativo e nos conta o começo das atividades messiânicas de Jesus junto ao povo: já na companhia de seus primeiros discípulos, Jesus inicia o anúncio do Reino de Deus com palavras, gestos e ações na periferia de Israel, isto é, na região conhecida pejorativamente como Galileia dos Gentios e testifica o motivo da fama de Jesus se espalhar por toda a região (cf. v. 28).
 
A cena evangélica narra a entrada de Jesus e seus discípulos em Cafarnaum, num sábado à hora em que a comunidade judaica se reunia na sinagoga para sua liturgia (cf. v. 21). Ao que parece Jesus foi convidado a tecer algum comentário sobre as leituras escolhidas para o dia (a proclamação da palavra de Deus na sinagoga consistia em dois trechos escriturísticos distintos: um da Torah e outro de um dos profetas), pois, o fim do v. 21 diz que Jesus pôs-se a ensinar. O ensino de Jesus, todavia, era diferente daquele que a comunidade estava acostumada, fato que causou iração entre os presentes, pois, Jesus ensinava com autoridade, ou seja, trazia algo novo e inaudito até então (cf. v. 22).
 
Todavia, a autoridade de Jesus não fica restrita às palavras que poderiam gerar comoção ageira e não produzir efeitos, mas, demonstra-se também em gestos de cura e libertação. Diante das palavras de novidade trazidas por Jesus, os presentes iraram-se, mas, não o reconheceram. Chama muito a atenção que justamente um “homem de espírito impuro” (cf. v. 23) é quem reconhece Jesus e de onde vem sua autoridade: Ele é Jesus Nazareno, o Santo de Deus (cf. v. 24). O gesto seguinte de Jesus é fundamental para a fé do cristão: Jesus manda que ele se cale e saia dele (cf. v. 25) ao que o espírito impuro obedece prontamente (cf. v. 26). Este evento é fundamental para a fé em Jesus, pois, demonstra que a fé não pode nascer do apontamento de outros, mas, deve nascer e se fortalecer a partir do seguimento e aprendizado com o Mestre; por isso Jesus não permite que sua identidade messiânica seja revelada na vulgaridade da vida. Ademais, a brutalidade do “espírito impuro” na presença de Jesus, demonstra que a proposta trazida por Ele entrará em choque com a maldade presente no mundo, isto é, a proposta de Jesus é a libertação integral do ser humano!

 

A reação e o testemunho dos presentes na sinagoga de Cafarnaum (cf. v. 27) é decisivo para que o cristão se aproxime sem equívocos de Jesus: ele traz novo ensinamento, autoridade em palavras, gestos e ações que são capazes de destruir tudo o que aprisiona a vida humana e, em contrapartida, apresenta o Reino de Deus que quer libertar o ser humano dando-lhe dignidade e felicidade completas.
 

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