"Missionários da Esperança, 4c4y72

continuando os os do Redentor" 2p5jq

(Sexênio 2023 - 2028) 2v2x1p




Home > formacoes > 32º Domingo do Tempo Comum – Ano A

32º Domingo do Tempo Comum – Ano A06/11/2020 2a810

 “O noivo está chegando. Ide acolhê-lo!” (Mt 25, 6b)

 
Tema central da Liturgia da Palavra
 
O centro da liturgia de hoje é a sabedoria com a qual o cristão abraça e vive a fé. Esta sabedoria outra coisa não é do que a atenção vigilante para a prática desta mesma fé. O cristão deve ser vigilante e sempre estar na expectativa da volta do Senhor: assim se portanto, não será surpreendido pelo dia e pela hora de Deus!
 
 
 
1ª Leitura: Sb 6, 12-16
 
A primeira leitura de hoje é um importante trecho do Livro da Sabedoria. Este livro aparece com o nome oficial de Sabedoria de Salomão, mas, não foi escrito por ele e, por isso, deve ser tomado apenas como atribuição literária, uma vez que o rei Salomão é tido em Israel como o símbolo da Sabedoria. O livro foi escrito em Alexandria do Egito no século I a.C. pelos judeus que lá viviam, em língua grega. É importante ressaltar que o território egípcio ava pelo processo de helenização cultural, devido ao governo da Dinastia Ptolomaica – série de reis provenientes da Macedônia que tinham o nome de “Ptolomeu” que regeram o Egito desde a morte de Alexandre Magno até a ascensão do Império Romano, ou seja, de aproximadamente 305 a.C. até 30 a.C. O contexto de redação do Livro da Sabedoria deu-se sob os governos de Ptolomeu VII e Ptolomeu VIII, período de duras perseguições (de 140 a.C. a 80 a.C.) que os adeptos do judaísmo foram vítimas.
 
O livro é estruturado em três partes: I) 1, 1 – 8, 16: exortação aos príncipes sobre a justiça que vem da Sabedoria; II) 8, 17 – 9, 18: prece para obter a Sabedoria; III) 10, 1 – 19, 22: meditação sobre a Sabedoria divina na História, especialmente no Êxodo. De forma geral, pode-se dizer que todo o livro é estruturado a partir da segunda parte: a prece de Salomão para se obter a Sabedoria divina. A primeira parte é uma exortação aos príncipes a terem a mesma atitude de Salomão. A terceira parte é resultante da prece, pois, a partir dela nasce a meditação da presença da Sabedoria divina na História de Israel (Sb 10) em contraponto à idolatria e injustiça presentes no Egito (Sb 11 – 19).
 
Nossa perícope demonstra a forma como Deus provê os caminhos dos homens com sua sabedoria que visa à felicidade daqueles que a buscam com sinceridade. A sabedoria é apresentada como uma luz que nunca murcha e é facilmente encontrada por quem a ama e a procura (cf. v. 12). O “esforço” pessoal sequer é levado em conta, pois, a sabedoria se antecipa e apresenta àqueles que a desejam (cf. v. 13) e, mesmo ao madrugadores que a buscam, não se cansarão, afinal, ela já está à sua espera em sua porta (cf. v. 14). Portanto, aos que gastam tempo em sua busca e meditação já podem contar com sua segurança (cf. v. 15), pois, se mostraram dignos dela e, por isso, a sabedoria, cheia de bondade, está em seus caminho e projetos (cf. v. 16).
 
 
Salmo 62 (63), 2-8 (R./ 2b)
 
Este é um salmo de súplica individual. O salmista encontra-se em meio a grande dificuldade, provavelmente preso a um deserto (literal ou metafórico). Em sua necessidade, clama por Deus como terra sedenta e sem água; recorda-se dos tempos ados em que se encontrava com o Senhor (oração e contemplação) no santuário, onde reconhecia sua glória e seu poder (v. 2-3). A partir desta recordação, percebe o quanto ama o Senhor e que este amor vale mais do que a vida. Justamente por isso, por seu amor, já vislumbra um futuro, embora ainda não o esteja vivendo em seu presente, em que glorificará, bendirá, adorará, se saciará, se alegrará e louvará a Deus por ter sido socorrido (v. 4-6).
 
Confiante em Deus, o salmista só de recordar, ainda em seu leito de dor, o Senhor e seu socorro, já se sabe contemplado por Deus e seguro à sua sombra (v. 7-8), ou seja, não sente medo de encarar a atual dificuldade que se lhe apresenta a vida, pois, no Senhor, já é vitorioso!
 
 
2ª Leitura: 1Ts 4, 13-18
 
Damos continuidade à leitura orante da Primeira Carta aos Tessalonicenses. A perícope de hoje está na segunda parte da carta e trata especificamente da esperança dos cristãos no que tange à segunda vinda do Cristo e à ressurreição dos mortos.
 
Paulo atende a uma dificuldade bastante prática da comunidade no entendimento da ressurreição: tanto o Apóstolo quanto a comunidade de Tessalônica acreditavam na iminente volta do Senhor Jesus, todavia, quando deste escrito, ano 50 ou 51, alguns membros da comunidade já haviam morrido e, disso, surgem as dúvidas: se os irmãos morreram, como eles poderiam participar desta segunda vindo do Cristo? Paulo irá reconfortar a comunidade com as palavras da fé a este respeito (cf. v. 18).
 
Assim, partindo da dúvida sobre os mortos (cf. v. 13) primeiramente Paulo afirma a fé da comunidade: se cremos que Jesus Cristo morreu e ressuscitou, também cremos que Deus salvará a todos, inclusive os já falecidos (cf. v. 14). A partir desta fé na salvação universal, Paulo propõe que a ressurreição chegará primeiro aos irmãos já falecidos e, depois, aos vivos (cf. v. 15-16). Os que ainda estiverem vivos participarão da ressurreição como testemunhas da segunda vinda do Senhor Jesus, mas, sem a morte prévia, de forma que mortos e vivos estaremos todos no Senhor (cf. v. 17). Todavia, é preciso notar que Paulo recorre a uma linguagem simbólico-apocalíptica que manterá o véu do mistério sobre este assunto, afinal, são realidades que escapam à explicação racional.
 
 
 
Evangelho: Mt 25, 1-13
 
Terminada a narração das controvérsias em Jerusalém (cap. 19-23), Mateus nos apresenta o último sermão de Jesus: o Sermão Escatológico (cap. 24-25). Este sermão apresenta a fala de Jesus sobre as coisas últimas esperadas para o final da história e também versa sobre a sua segunda vinda. É justamente esta segunda temática que aborda a perícope de hoje.
 
A narrativa apresenta a segunda vinda de Jesus sob o pano de fundo do casamento judaico. De forma bem resumida, a prática do casamento judaico era uma tradicional e demorada negociação como parte dos ritos. Assim, o noivo, com sua família, deveria se dirigir à casa de sua noiva a fim de tratar com sua família sobre os dotes que ofereceria por sua mão. Geralmente as negociações demoravam porque era visto com bons olhos por ambas as famílias maiores exigências por parte da família da noiva: por um lado a família da noiva demonstrava que estava abrindo mão de uma preciosidade e, por outro, a família do noivo deixava claro que estava recebendo uma pessoa extremamente valorosa! Findados os ritos de negociação, era anunciada a ida do noivo que se dirigia ao encontro da noiva escoltado por virgens amigas dela. Daí a cerimônia festiva tinha início.
 
A narração nos apresenta a parábola das dez virgens. O objetivo desta parábola é mostrar que a atitude cristã no mundo deve ser de prudência e vigilância constantes. Ancorada no pano de fundo do casamento judaico, a narrativa demonstra duas atitudes possíveis ante as promessas da fé: abraçar a vida cristã com esmero (virgens previdentes) e, por outro lado, viver esta fé sem convicção (virgens imprevidentes) [cf. v. 2-4]. Justamente por se tratar de fé, não cabe ao cristão decidir a hora certa para a vinda do Senhor (cf. v. 5), mas, aguardar prevenida e confiantemente o momento em que o Senhor virá (cf. v. 6). O que importa é a forma como o cristão aguarda o tempo de Deus: ter lâmpadas e óleo para iluminar a noite escura é o ato da constante oração e vigilância pedidas a cada um (cf. v. 7), que, desafortunadamente, não pode ser repartida dos previdentes para os descuidados, pois, esta é uma adesão e preparação pessoais (cf. v. 8-9).
 
O desfecho para as virgens descuidadas foi trágico: iniciada a festa, aquelas que acompanharam o noivo no tempo certo entraram com ele; já as que se atrasaram por falta de preparo, não apenas lhes foi negada a entrada como também foram tidas como desconhecidas (cf. v. 10-12), demonstrando que é justamente a preparação que torna possível o conhecimento pessoal entre o crente e o Senhor, afinal, a lâmpada é a fé que ilumina o caminhar cristão e o óleo, a oração necessária para manter a luz da fé acesa! Daí, a chamada imperiosa do v. 13: “vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora”, demonstrando claramente como deve ser o proceder cristão no mundo.
 
Pe. Bruno Alves Coelho, C.Ss.R.
 
 
 

Compartilhar 4zk3d

 
 

Outras formações 5k5s33

<< < 112 > >>

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência de navegação no site. Ao continuar navegando você concorda com essas condições.

Entendi