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Solenidade de Todos os Santos30/10/2020 m6h3k

“Grande será a vossa recompensa nos céus” (Mt 5, 12)
 
Tema central da Liturgia da Palavra
 
A liturgia deste domingo chama-nos a vivenciar conscientemente nossa mística união com a Igreja Celeste e, ao mesmo tempo, proclamarmos nossa esperança na salvação que vem de Deus. No Brasil, por determinação da CNBB e aprovação da Santa Sé, celebramos liturgicamente Todos os Santos no domingo; caso o dia 1º não caia num domingo, a celebração é automaticamente transferida para o domingo seguinte. Entretanto, quando o dia 02 de novembro é domingo, a celebração de Todos os Santos ocorre no sábado, dia 1º de novembro. O Missal Romano assim nos apresenta esta Solenidade:
 
“A Igreja é indefectivelmente santa: Cristo amou-a como sua esposa e deu-se a si mesmo por ela a fim de santificá-la; por isso todos na Igreja são chamados à santidade (cf. LG 39). A Igreja prega o mistério pascal nos santos que sofreram com Cristo e com ele são glorificados; propõe aos fieis seus exemplos que atraem todos ao Pai por meio de Cristo, e implora por seus merecimentos os benefícios de Deus (cf. SC 104). Hoje numa só festa celebram-se, junto com os santos canonizados, todos os justos de toda raça e nação, cujos nomes estão inscritos no livro da vida (cf. Ap 20, 12). Começou-se a celebrar a festa de todos os santos, também em Roma, desde o séc. IX”.
 
 
1ª Leitura: Ap 7, 2-4.9-14
 
O Livro do Apocalipse integra a literatura cristã do nascimento da Igreja. Devido ao difícil contexto para a vivência cristã, devido às diversas perseguições, o Apocalipse é um livro do mistério da Igreja no mundo. De forma concreta toda sua redação é feita de forma codificada, de modo que apenas os iniciados na fé compreendessem seu conteúdo e suas exortações de perseverança na fé.
 
A perícope de hoje encontra-se no chamado suspense narrativo do livro (6-11), tematizo pelos sete selos, pelas sete trombetas e pelo tempo do testemunho. De forma específica, nossa perícope encontra-se entre a abertura do sexto selo e a narrativa do sétimo selo (o fim da história), que não é aberto, e fala sobre os eleitos (Ap 7, 1-12) e sobre os mártires (Ap 7, 13-17).
 
As primeiras perseguições tinham feito cruéis destruições nas comunidades cristãs, ainda tão jovens. Iriam estas comunidades desaparecer, acabadas de fundar? As visões do profeta cristão trazem uma mensagem de esperança nesta provação. É uma linguagem codificada, que evoca Roma, perseguidora dos cristãos, sem a nomear directamente, aplicando-lhe o qualificativo de Babilónia. A revelação proclamada é a da vitória do Cordeiro. Que paradoxo! O próprio Cordeiro foi imolado. Mas é o Cordeiro da Páscoa definitiva, o Ressuscitado. Ele transformou o caminho de morte em caminho de vida para todos aqueles que O seguem, em particular pelo martírio, e eles são numerosos; participam doravante ao seu triunfo, numa festa eterna [FONTE: https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=2678].
 
 
Salmo 23 (24), 1-4ab.5-6 (R/. cf. 6)
 
O salmo de hoje é classificado como litúrgico. Estes salmos são caracterizados pela estrutura antífona, particularmente adequados para cultos corporativos. Entretanto, é preciso notar que justamente as partes das antífonas (cf. v. 7-10) não foram selecionadas para a liturgia deste Domingo.
 
 
2ª Leitura: 1Jo 3, 1-3
 
De forma profunda a perícope de hoje avança a reflexão sobre o destino último dos cristãos, ou seja, reflete sobre a escatologia, já abordada inicialmente em 1Jo 2, 18, é a última hora, o definitivo já começou, embora ainda não se tenha manifestado completamente: “Desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos” (1Jo 3, 1). O definitivo já está presente e projeta sua luz sobre o nosso agir [cf. Introdução à 1ª Carta de São João da Bíblia da CNBB].
 
 
Evangelho: Mt 5, 1-12a
 
Neste dia tão especial para nossa fé, queremos compartilhar aqui as palavras de Santo Agostinho sobre as bem-aventuranças:
 
 
A primeira bem-aventurança — os pobres em espírito
 
O que diz, então, o Senhor? “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.”
 
Lemos na Sagrada Escritura acerca da cobiça dos bens temporais que “Tudo é vaidade e presunção dos espíritos”. Ora, presunção de espírito quer dizer orgulho e arrogância. Assim é dito, frequentemente, dos orgulhosos que estão cheios de si. Com razão, pois, a palavra “espírito” também significa vento. De fato, está escrito: “O fogo, o granizo, a neve, a geada, o vento das tempestades”. Na verdade, quem ignora que se diz dos soberbos que eles estão inchados como se estivessem cheios de vento? Isso levou o Apóstolo a dizer: “A ciência incha; é a caridade que edifica”.
 
Logo, com razão se entende aqui que são pobres de espírito os humildes e tementes a Deus, isto é, os desprovidos de todo espírito que incha.
 
Essa bem-aventurança não poderia ter sido iniciada de outro modo, porque ela deve fazer-nos chegar à suma sabedoria, e que: “O princípio da sabedoria é o temor de Deus”.
 
Enquanto, pelo contrário, “O princípio de todo o pecado é a soberba”. Desse modo, que os soberbos apeteçam e procurem os reinos da terra, mas “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”.
 
 
Os mansos
 
“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” Esse tema, creio eu, é aquele do qual fala o salmista quando diz: “Tu és a minha esperança, a minha porção na terra dos viventes”. Dá-nos ele aí a entender que se trata de certa firmeza e estabilidade da herança eterna. Lá, onde a alma descansará como em seu lugar próprio, em seu santo amor; assim como o corpo descansará na terra. E lá, ainda, onde ela encontrará seu alimento, como o corpo o tira da terra. Essa herança é o repouso e a vida dos santos.
 
Os mansos são aqueles que cedem diante das injustiças de que são vítimas, que não opõem resistência ao mal, mas que “vencem o mal com o bem”.
 
Portanto, que os homens irascíveis briguem e pelejem pelos bens terrenos e perecíveis, mas “Bem-aventurados os mansos, porque possuirão em herança a terra”, da qual não poderão ser despojados.
 
 
Os que choram
 
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.”
 
O luto é devido à tristeza que sentimos pela perda de entes amados. Ora, todos os que se convertem a Deus perdem as alegrias fáceis deste mundo, alegrias que tanto amavam neste mundo. Deixam de gozar aquilo que antes os deleitava. Suas alegrias mudam de natureza e, por isso, enquanto seu coração não se inflamar pelo amor das coisas eternas, ver-se-ão aflitos por certa tristeza. O Espírito Santo, porém, logo os consolará. Precisamente por isso, é chamado Paráclito, isto é, Consolador. Em lugar da alegria ageira que perderam, ele os fará entrar na posse da eterna alegria.
 
 
Os que têm fome e sede
 
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.”
 
Jesus designa aqui aqueles que procuram com empenho o verdadeiro e imutável bem. Eles serão saciados com o manjar do qual o próprio Senhor declarou: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou”. Aí está a justiça. E serão saciados com aquela água que produz em todo o que a beber “uma fonte de água jorrando para a vida eterna”, como ele mesmo declarou.
 
 
Os misericordiosos
 
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.”
 
Proclama o Senhor que são felizes os que socorrem os necessitados, pois receberão em troca a libertação de seus próprios males.
 
 
Os puros de coração
 
“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.”
 
Insensatos são os que buscam a Deus com estes olhos corporais, já que ele somente pode ser visto com os olhos do coração. Assim está escrito: “Buscai o Senhor com simplicidade de coração”. Coração puro é o mesmo que coração simples. E assim como é necessário ter os olhos do corpo sadios, para vermos a luz do dia, assim Deus não pode ser visto a não ser que estejam purificados os olhos do coração, com os quais unicamente podemos contemplá-lo.
 
 
Os construtores da paz
 
“Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.”
 
A perfeição está na paz, uma paz na qual não existe luta alguma. Os pacíficos são chamados filhos de Deus, porque neles nada se opõe a Deus. Na verdade, os filhos devem se parecer com seu Pai. Encontram a paz em si mesmos aqueles que dominaram todos os movimentos de sua alma e os submeteram à razão, isto é, à mente e ao espírito. E por ter dominado todas as concupiscências da carne, tornam-se o Reino de Deus. Nesse Reino, tudo está em ordem perfeita, de modo que aquilo que é o mais excelente e importante no homem domina sem encontrar resistência alguma daquela outra parte que nos é comum com os animais. Mas aquilo mesmo que no homem é mais nobre, isto é, a mente e o espírito, deve estar, por sua vez, submisso a um ser mais elevado, que é a própria Verdade, o Filho único de Deus.
 
Com efeito, não é possível a alguém mandar em seres inferiores, a não ser que ele mesmo esteja submisso a um poder superior.
 
Tal é a paz concedida na terra aos homens de boa vontade. Eis a vida do homem perfeito, consumado em sabedoria. Desse Reino onde reina a paz e a ordem está lançado fora o príncipe deste mundo, o qual domina sobre os perversos e rebeldes.
 
Uma vez estabelecida e consolidada a paz interior, sejam quais forem as perseguições promovidas exteriormente por aquele que foi lançado fora, elas não farão mais do que aumentar a glória de Deus. Não poderão demolir parte alguma deste edifício. A ineficácia dessas maquinações mostra a grande solidez interior de seus fundamentos. Eis por que o Senhor acrescenta: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus”. 
 
Pe. Bruno Alves Coelho, C.Ss.R.
 
 
 

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