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HUMILDADE E MANSIDÃO12/08/2020 3h3d5a

 

 

Quando ser forte é fundamental

Existe a ideia de que a humildade é um comportamento obsoleto, inaceitável numa sociedade competitiva. Há quem pense que é preciso escolher entre humildade e autoestima, por não saber como reconciliá-las. A humildade não deve ser confundida com baixa autoestima, timidez ou complexo de inferioridade. Humildade é ter conhecimento do que somos e também do que nos falta. Inclui afirmação de talentos que é preciso fazer render e não enterrar.
 
A humildade nasce de um autoconhecimento objetivo, que nos torna mais humanos e mais conscientes de nossas limitações, sem presumir ser algo que não somos. Santo Agostinho diz que “toda humildade consiste em conhecer a si mesmo”. “A humildade é a verdade” – resume Santa Teresa. Nessa lógica, ser orgulhoso é mentir a si próprio. O soberbo não reconhece Deus e não se reconhece criatura. Falsifica as relações, não aceita a soberania de Deus e seu estado de dependência. A esse São Paulo interpela: “Que tens que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias como se não o tivesses recebido?” (1Cor 4,7). Santa Terezinha confirma que “tudo é graça”. Humildade significa viver na verdade, aceitando que não somos perfeitos. É de São Paulo este conselho: “Não tenhais de vós mesmos um conceito mais elevado do que convém, mas uma justa estima, ditada pela sabedoria” (Rm 12,3).
 
Hoje, prefere-se entender a humildade como autenticidade. Significa viver a verdade sobre si mesmo, ser honesto consigo e com os outros. “Humildade é ser autêntico, sem pretensão, orgulho ou arrogância” – escreve James C. Hunter no seu precioso livro O Monge e o Executivo. O autor recorda a lição que aprendeu quando certo dia encontrou “alguém que era uma lenda do mundo dos negócios” consertando um vaso sanitário. Na Comunidade Redentorista de Belo Horizonte (MG), tivemos nos anos 1970 o tocante exemplo de Dom João Muniz, que, após renunciar ao governo da diocese da Barra, era visto na cozinha todo dia após o almoço lavando talheres e pratos. Na escola de Jesus, quem quer tornar-se grande se faz servo dos outros (cf. Mt 20,26). “Quem não vive para servir, não serve para viver” – diz o trocadilho atribuído a Mahatma Gandhi.
 
A verdadeira humildade é fonte de confiança, coragem e liberdade. Gente humilde não é pessimista, porque acredita que pode ser mais, em resposta ao chamado de Deus à santidade e com a ajuda de Sua graça.
 
A humildade determina nossa atitude não apenas para com Deus, mas também para com os outros. Por isso ela está naturalmente ligada à mansidão, que inclui paciência, brandura, perdão. Ser manso é ser delicado com todos, é ser atencioso, compreensivo, não prepotente. É preciso ser gentil especialmente com os pobres, os fracos, os doentes, aqueles que são tratados sem a devida atenção na sociedade. Muitas vezes nos falta delicadeza porque não temos empatia, não nos colocamos no lugar do outro.
 
Longe de ser sinônimo de fraqueza, a mansidão se baseia na fortaleza. Só os fortes sabem praticá-la. É não se deixar vencer pelo mal, mas vencer o mal com o bem (Rm 12,21). Neste bicentenário de São Clemente, vale recordar que ele, embora fosse colérico por temperamento, soube dar uma resposta serena ao homem que lhe cuspiu no rosto quando ouviu do Santo um pedido de ajuda para seu orfanato: “Isto foi para mim, agora dê alguma coisa para minhas crianças”. “Gentileza gera gentileza” – bradava o “profeta”.
 
Pe. José Raimundo Vidigal, C.Ss.R.

 

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