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19º Domingo do Tempo Comum – Ano A06/08/2020 411m18

 “Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” (Mt 14, 33)

 
Tema central da Liturgia da Palavra
 
O centro da liturgia de hoje é a manifestação/revelação de Deus à humanidade. Os textos sagrados de hoje são um chamado para nos colocarmos à disposição do Deus que vem ao nosso encontro por diversas maneiras (Primeira Leitura e Evangelho) e nos propõe um caminho de vida e salvação (Salmo e Segunda Leitura) desde que o acolhamos definitivamente em nossa existência e o reconheçamos constantemente em nossa história. Que a liturgia de hoje nos anime a nos aprofundar sempre mais no dom da fé que nos abre para o mistério divino que nos toca.
 
 
1ª Leitura: 1Rs 19, 9a.11-13a
 
O quadro geral da primeira leitura dá-se com a fuga do profeta Elias pelo deserto em direção ao monte Horeb. Sua fuga é motivada por sua fidelidade a Deus e seu dramático confronto com os profetas de Baal e a consequente ameaça de morte de Jezabel, esposa fenícia do rei Acab (cf. 1Rs 18, 1- 19, 8).
 
O relato da ida e Elias ao Horeb tem propósito teológico: o profeta, fiel a Deus é o protótipo para todo o povo de Israel que estava infiel a Deus. Ademais, este não é uma mera fuga, mas, Elias se dirige ao Horeb para o encontro com Deus. Assim como Moisés se encontrou com Deus neste monte e, posteriormente guiou o povo à vivência da Aliança (cf. Ex 19, 16-17; 33, 18-23; 34, 5-8), agora o profeta Elias é quem chamará o povo que quer continuar fiel a Deus à vivência da Aliança.
 
Todavia, também o encontro do profeta com Deus não é um mero encontro. Não. Aqui se dá nova manifestação de Deus a um eleito. Os elementos teofânicos, entretanto, são bastante distintos dos elementos terríveis da manifestação divina a Moisés (cf. Ex 19, 16-17). A Elias a teofania se dá na brisa leve (cf. v. 11-12).
 
É importante notar que o deus cananeu Baal era um deus ligado à natureza e, dentre outros sinais, sua presença eram a tempestade e o trovão. Assim, o relato bíblico não nega as manifestações teofânicas do Livro do Êxodo, mas, ao contrário, acrescenta nova manifestação divina que precisa ser aprendida por seu povo a fim de que não haja a associação equivocada de Deus e Baal. O reconhecimento da presença de Deus na leve brisa se dá na forma tradicional de se portar perante o Senhor: com o manto, cobrir o rosto (cf. v. 13a).
 
 
Salmo 84 (85), 9ab-14 (R./ 8)
 
O salmo é um Salmo Litúrgico. Conforme Gunkel: “Estes salmos são caracterizados pela estrutura antífona, particularmente adequados para cultos coorporativos”. De acordo com a Bíblia da CNBB, o tema desta liturgia é uma “Ação de graças pelo fim do exílio e invocação a Deus para que termine sua obra de salvação. O salmista manifesta sua esperança na plena restauração do povo, com o triunfo da paz e da justiça”.
 
 
2ª Leitura: Rm 9, 1-5
 
Damos continuidade à reflexão da Carta de São Paulo aos Romanos. Hoje entramos em nova temática: os capítulos 9 a 11 versam sobre a salvação dos judeus. A perícope de hoje é apenas a introdução deste assunto por Paulo e, assim, não a desenvolve. Todavia, o Apóstolo demonstra grande aflição pela recusa dos judeus em aceitarem a salvação oferecida por Deus em Jesus Cristo (cf. v. 3).
 
Esta temática é de suma importância, pois, Israel é o povo eleito ao qual Deus se revelou e fez Aliança (cf. v. 4) e do qual, na carne, procede o próprio Cristo (cf. v. 5); assim, se este povo, embora por escolha própria, não for salvado por Deus, será que as promessas divinas teriam falhado? E se Deus falhou com esse povo, será que vale a pena continuar nos fiando em sua palavra? São as questões que Paulo trabalhará nesse grupamento de capítulos, mas, como dissemos, em nossa Leitura há apenas a introdução do assunto. Porém, a fim de não ficarmos em suspenso, cremos ser válido adiantar a conclusão do Apóstolo sobre este assunto: Deus não falhou e mesmo a negação inicial de seu povo já está prevista em seu projeto de salvação, pois, com isso, há a oportunidade da adesão de todos os pagãos; assim, o Povo Eleito não será alijado e verá cumpridas todas as promessas divinas e será salvo!
 
 
Evangelho: Mt 14, 22-33
 
A perícope de hoje é o trecho imediato ao episódio refletido no Domingo ado. Seguramente os discípulos ficaram entusiasmados com o milagre da multiplicação dos pães. Porém, o desdobramento desta cena não é a permanência cômoda naquele local, mas, o mandato de Jesus para que seus discípulos fossem para a outra margem. Enquanto seus discípulos obedeciam a suas ordens, Jesus despediu as multidões e se retirou para uma montanha a fim de orar. Situações que demandaram tempo e, com isso, os discípulos estavam atravessando o mar, à noite, e Jesus estava em terra e sozinho (cf. v. 22-23).
 
O enquadramento da barca de Jesus, atravessando o mar, à noite, numa tempestade e sem a presença física do Mestre (cf. v. 24) é um ensinamento para a Igreja nascente e para nós hoje. A noite é metáfora para as trevas que turvam a visão, privando-nos dos sentidos apurados para tomarmos as direções corretas. O mar é sinônimo do desconhecido e lugar onde habita o mal. Assim, a frágil barca da Igreja navega em condições difíceis, inclusive com os ventos contrários! Todavia, mesmo com tantas dificuldades a pequena barca não afundou, cortava as águas de forma valente, perseverando no intuito de alcançar a outra margem. Nas últimas horas da noite, ou seja, quando a luz do dia já está para surgir, Jesus vem a seu encontro (cf. v. 25), significando que a perseverança no cumprimento das ordens de Jesus não leva a Igreja ao fracasso, por isso, vale a pena lutar neste intuito.
 
Apesar do não reconhecimento inicial por parte dos discípulos, Jesus foi ao seu encontro e lhes tirou todo o medo (cf. v. 26-27): Jesus andando sobre as águas demonstra bem quem é o Senhor, assim, perante as tormentas da vida a Igreja é convidada a encará-las com coragem! Todavia, os discípulos jamais poderão fazer tudo que o Mestre faz, isto é, não poderão assumir seu lugar, por isso, Pedro não consegue andar sobre as águas, pois, sua fé ainda não é tão firme (cf. v. 28-31). Porém, mesmo não podendo jamais fazer as obras de Jesus ou assumir seu lugar, os discípulos são enviados em missão nas águas turbulentas do mundo (cf. v. 29: “Vem!”) e são socorridos pelo Bom Mestre (cf. v. 31a).
 
Por fim, o v. 32 é fundamental para a caminhada eclesial: quando toda a comunidade estava reunida, tiveram a possibilidade existencial e mística de, em adoração, professarem sua fé no Filho de Deus e, embora, ainda estivessem em viagem, a tempestade cessou. Donde finalmente, a fé vence o medo!
 
Autor: Pe. Bruno Alves, C.Ss.R.
 

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