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S. Afonso: a evangelização dos pobres30/07/2020 2i6w1j

 

 

A Evangelização dos pobres e abandonados foi a grande paixão de Santo Afonso Maria de Ligório (1696-1787), bispo, doutor da Igreja, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, patrono dos confessores e moralistas. Essa paixão modelou toda a sua vida e influenciou decisivamente todas as suas opções. Não é possível compreender a riquíssima vida de Afonso de Ligório sem essa chave de leitura em seu duplo movimento: “Evangelizar os pobres e ser evangelizado pelos pobres”. O itinerário espiritual e apostólico de Santo Afonso é um êxodo permanente em direção ao mundo dos pobres, a fim de levar-lhes a Boa-nova da Redenção, bem como um constante aprendizado com a vivência de fé desse povo simples, para quem Afonso empregou todos os seus talentos como pintor, poeta, escritor, músico, teólogo e missionário.
 
Essa paixão não nasce de um capricho ou de uma intuição puramente humana, mas se enraíza na própria paixão de Jesus Cristo em favor dos últimos, Ele que fora enviado para anunciar a boa-nova aos pobres e curar as feridas da alma (cf. Is 61,1/Lc 4,18). Conquistado por Cristo, Afonso abandona a causa dos tribunais para assumir a causa do Evangelho, gastando sua vida na evangelização dos mais pobres (Evangelizare pauperibus). Desde muito cedo, como padre diocesano em Nápoles, ele já se dedicava a esse apostolado, seja em favor dos enfermos no hospital dos incuráveis ou nas catequeses do entardecer com os lazzaroni (a ralé napolitana). Mas, numa viagem a região montanhosa de Scala, aonde vai tratar da saúde comprometida pelo excesso de zelo em seu apostolado missionário, descobre um mundo muito mais abandonado, o dos campesinos, que não tinham qualquer tipo de assistência religiosa. Para esses, funda a Congregação Redentorista, dedicada exclusivamente a pregação da Palavra de Deus nos lugares mais carentes. Afonso e seus colaboradores continuam a missão de Jesus Cristo, “que percorria todas as cidades e povoados, ensinando [...], pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade” (Mt 9,35).
 
Porém, a leitura da vida de Santo Afonso seria incompleta sem percebermos que essa paixão pelos pobres crescia e se enriquecia no contato com a experiência de fé dessa gente humilde (a Pauperibus evangelizare). Em outras palavras, Afonso deixa ser tocado pelos pobres, é também evangelizado por eles, ao ponto de fazê-lo mudar de “mundo”, ou seja, ele já não fala mais aos pobres, mas como pobre e entre os pobres. O contato com os abandonados de seu tempo marcou profundamente sua espiritualidade e o seu modo de ser pastor. Apesar de ser um grande intelectual, ele não prega ou escreve para eruditos, mas para as grandes massas, numa linguagem simples e ível. O tom de sua linguagem é profundamente afetiva, influenciada pelo amor cálido da piedade popular, para fazer abrasar os corações pelo amor a Deus. Homem de oração, Afonso ajuda o povo a rezar, purificando sua prática das falsas representações e fazendo-os descobrir nela um Deus amigo, sempre pronto a nos escutar: “É preciso que nos convençamos de que da oração depende todo o nosso bem. Da oração depende a nossa mudança de vida, o vencer das tentações; dela depende conseguirmos o amor de Deus, a perfeição, a perseverança e a salvação eterna”. A disponibilidade para as coisas mais difíceis é outra marca desse desejo de alcançar os rincões mais perdidos. Também a sensibilidade para com a situação de pobreza encontra um lugar privilegiado em seu coração, chegando a afirmar quando bispo de Santa Águeda dos Godos: “Que o bispo compreenda bem: a Igreja não o provê de bens para usá-los conforme seus caprichos, mas para socorrer os pobres”. Igualmente, a Teologia Moral, obra prima da sua vida, é um fruto maduro de seu apostolado servindo as massas empobrecidas, a fim de ajudá-las a ar do pecado à verdadeira liberdade dos filhos de Deus.
 
Como fiel soldado de Cristo Jesus (cf. 2Tm 2,1-7), que lutou corajosamente para responder as necessidades da Igreja de seu tempo, Santo Afonso continua brilhando como inspiração para sermos uma verdadeira “Igreja em saída”, no estilo do Papa Francisco, não só empenhada em sair rumo às periferias existenciais e sociais, carentes de uma experiência verdadeiramente redentora, mas também se deixando converter pelas periferias, tornando-se uma Igreja autenticamente pobre, que busca servir como Jesus, que sendo rico se fez pobre, a fim de enriquecer-nos com sua pobreza (cf. 2Cor 8,9).
 
Pe. Rodrigo Costa Silva, C.Ss.R.

 

 
 

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