Província do Rio 1r6fx Formações - O juramento de Afonso para a Imaculada

O juramento de Afonso para a Imaculada28/07/2020 5c95w

Santo Afonso tinha apenas 16 anos quando recebeu o doutorado em direito civil e canônico, em 21 de janeiro de 1713. Neste dia, ele fez o voto público de defender a verdade da Imaculada da Conceição de Maria, um ato que marcou toda a sua vida!

O dogma da Imaculada Conceição viria a ser proclamado pela Igreja somente 140 anos depois, mas Afonso nunca hesitou dessa verdade de fé.

O dogma foi proclamado pelo Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1854, na Bula Ineffabilis Deus, e institui que Maria foi concebida sem mancha de pecado original desde a sua concepção e também de todo pecado pessoal ao longo de sua vida.

Grande é a devoção de Santo Afonso pela Imaculada Conceição tanto que, ao fundar a Congregação do Santíssimo Redentor, em 1732, ele a coloca como Padroeira Oficial desta ordem religiosa e mais adiante, em 1750, escreve o seu famoso livro "Glórias de Maria", no qual defende o dogma mariano.

“Maria tinha de ser medianeira de paz entre Deus e os homens. Logo, absolutamente, não podia aparecer como pecadora e inimiga de Deus, mas só como Sua amiga, toda imaculada”, escreve Santo Afonso em Glórias de Maria (cf. pg. 209)

A Imaculada Conceição de Maria já era refletida e rezada desde o século IV. No ano de 1476, ela foi incluída no calendário litúrgico da Igreja, e em 1708, o Papa Clemente XI estendeu esta festa para toda a Igreja.

Afonso abandona os tribunais

Santo Afonso exerceu sua profissão de advogado por dez anos, e até então nunca havia perdido um único processo. Mas quis o destino que Afonso assumisse uma causa bastante importante e justamente esta ele a perde. Com este acontecimento, ele não havia perdido apenas o seu primeiro processo, mas também o último de sua carreira.

A causa foi perdida porque o juiz havia sido corrompido por influência política, e essa atitude do magistrado, fez Santo Afonso abandonar os tribunais. Ele que sempre foi um defensor da justiça e da equidade, não poderia aceitar essa realidade. No dia que perdeu a causa, Santo Afonso diz uma frase que ficou conhecida em sua história: "Ó mundo falaz, agora eu te conheço! Adeus tribunais!"

O relato do juramento de Santo Afonso foi escrito pelo missionário redentorista Théodule Rey-Mermet (1910-2002), no livro biográfico “O santo do século das Luzes: Afonso de Ligório”, lançado em 1983.

Leia o juramento de Santo Afonso:

“Eu, Afonso Maria de Ligório, humilde servo de Maria sempre virgem, Mãe de Deus, prostrado aos pés da divina majestade, na presença da inefável Trindade, do único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, tomando a testemunhas todos os habitantes da Jerusalém celestial, acredito fielmente com o espírito, abraço realmente com o coração e proclamo firmemente com a boca que vós, ó Mãe de Deus sempre virgem, vós fostes objeto por parte do todo poderoso Deus, de um privilégio absolutamente único: vós fostes inteiramente preservada da mancha de pecado original, desde o primeiro instante de vossa concepção, ou seja, a partir do momento da união do vosso corpo com a vossa alma. Em público e no privado, até o último suspiro da minha vida, vou ensinar essa doutrina e vou me esforçar com todas as minhas forças para que todos a considerem e a ensinem. Tão certo, assim prometo, assim juro e que Deus me ajude e esses santos evangelhos a que toco”.

Quando adulto, já dedicado como missionário, bispo e escritor, Afonso renova este juramento feito aos dezesseis anos:

“Minha Imaculada Senhora, eu me alegro convosco, de vos ver enriquecida de tanta pureza. Agradeço e proponho sempre agradecer ao Criador, por vos preservar de toda mancha de culpa, como eu guardo por certo, e juro defender este grande privilégio de vossa Imaculada Conceição, e juro dar, se for preciso, a minha vida também”.

Fonte: A12