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5º Domingo da Páscoa08/05/2020 6d636u

“Eu sou o caminho a verdade e vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6)
 
Tema central da Liturgia
 
O Quinto Domingo da Páscoa é um chamado aos cristãos em se colocarem no caminho eclesial de fé e não duvidarem desta empreitada como caminho de salvação. Aqueles que conhecem Jesus e seu projeto são também integrados a esta bênção como filhos de Deus que no hoje da vida testemunham e sinalizam o caminho seguro para o encontro com o Pai: fazer como Jesus fez, isto é, não abrir mão de colocar em prática a vontade de Deus e não duvidar que esta vontade é salvação de todos. Por isso, temos uma forma de vida e um caminho a seguir, o próprio Jesus, caminho, verdade e vida que nos conduz ao Pai!
 
 
1ª Leitura: At 6, 1-7
 
A fim de melhor nos situarmos neste texto bíblico, tomemos a introdução aos Atos dos Apóstolos da Bíblia da CNBB:
 
Os Atos dos Apóstolos (At) são a continuação do evangelho de Lucas, constituindo a segunda parte de sua obra. Narram a fase da História da Salvação que se seguiu à ressurreição e elevação de Jesus. Como o evangelho de Lucas, também este escrito não é historiografia no sentido científico moderno; não tem a pretensão de fazer uma reconstituição científica dos fatos, mas, baseando-se em fontes fidedignas, procura evocar o significado daquilo que aconteceu e, também, prestar homenagem aos primeiros evangelizadores e fundadores das Igrejas cristãs – especialmente Pedro, primeiro porta-voz da Igreja-mãe de Jerusalém, e Paulo, evangelizador dos gentios. Na parte que narra as viagens marítimas de Paulo, o autor se apresenta como companheiro de viagem, falando na forma “nós”.
 
O livro possui vinte e oito (28) capítulos e, do ponto de vista do conteúdo, pode ser dividido em três partes: I) Atos de Pedro: 1 – 15; II) Elo entre a primeira e a terceira parte: 13 – 15; III) Atos de Paulo: 13 – 28.
 
A perícope de hoje integra o início da narração lucana sobre as primeiras missões. É interessante notar que a adesão sempre maior de novos membros à comunidade (cf. v. 1a.7b) também foi algo que gerou suas primeiras dificuldades relacionais: os fiéis de língua grega se queixavam dos fiéis de língua hebraica (cf. v. 1b) no sentido da atenção e cuidado para com as viúvas de língua grega (cf. v. 1c). A solução apresentada foi bastante simples e prática: os apóstolos, que tinham suas funções muito bem demarcadas (cf. v. 2b.4), não se desviam delas, mas, em comum propõem à comunidade reunida o estabelecimento de nova função comunitária: sete homens que ficassem responsáveis pelo cuidado destas viúvas de língua grega (cf. v. 3). Proposta que foi muito bem acolhida por todos e parece ter resolvido este conflito comunitário (cf. v. 5-7).
 
 
Salmo 32 (33), 1-2.4-5.18-19 (R/. 22)
 
O salmo de hoje é do gênero Hino. Conforme Hermann Gunkel, “Hinos eram cantados como parte da adoração em diversas ocasiões, inclusive festivais sagrados, assim como em outros momentos, talvez por um coral ou um cantor individual”. O motivo da louvação é a presença de Deus na história humana, o mesmo Deus que fez tudo que existe pela força de sua palavra. Assim, o salmista chama o povo à memória agradecida pois, os seres humanos não dependem unicamente de si, mas, abençoados devem colocar sua esperança no Senhor.
 
 
2ª Leitura: 1Pd 2, 4-9
 
Damos continuidade à leitura litúrgica da Primeira Carta de Pedro. Este livro bíblico nos acompanhará como segunda leitura dominical até o 6º Domingo da Páscoa. Aprofundemo-nos um pouco mais neste importante texto neo-testamentário a partir da introdução da Bíblia de Jerusalém.
 
Duas epístolas católicas se apresentam como escritas por são Pedro. A primeira, que traz no endereço o nome do príncipe dos apóstolos (1, 1), foi recebida sem contestação desde os primórdios da Igreja; citada provavelmente por Clemente de Roma e certamente por Policarpo, é atribuída explicitamente a são Pedro a partir de Irineu. O apóstolo escreve de Roma (Babilônia 5, 13), onde se encontra em companhia de Marcos, que chama de “seu filho”. Embora sejam muito poucas as informações que temos a respeito do fim de sua vida, uma tradição muito segura afirma, com efeito, que se transferiu para a capital do império, onde morreu mártir no tempo de Nero (em 64 ou 67?). Escreve aos cristãos da “Diáspora”, especificando os nomes de cinco províncias (1, 1), que representam praticamente o conjunto da Ásia Menor. O que diz do ado deles (1, 14.18; 2, 9s; 4,3) sugere que são convertidos do paganismo, embora não se exclua a presença de judeu-cristãos entre eles. É por isso que lhes escreve em grego; e, se este grego, simples, mas correto e harmonioso, parece de qualidade boa demais para o pescador galileu, conhecemos o nome do discípulo secretário que pode tê-lo assistido na redação: Silvano (5, 12), comumente identificado com o antigo companheiro de são Paulo (At 15, 22+).
A finalidade desta epístola é sustentar a fé dos seus destinatários em meio às provações que os assolam. Houve quem procurasse identificá-las com perseguições oficiais, tais como as de Domiciano ou mesmo de Trajano, o que suporia época bem posterior a são Pedro. Mas as alusões da epístola não exigem nada disso. Trata-se, antes, de prepotências, injúrias e calúnias que os convertidos sofrem, por causa de sua pureza de vida, da parte daqueles cujos desregramentos eles abandonaram (2, 12; 3, 16; 4, 4.12-16).
 
A perícope de hoje é o fechamento da primeira parte da carta que traça a teologia do novo estilo de vida dos cristãos como povo e casa de Deus. Assim, “o trecho está impregnado de reminiscências de Ex 19. O povo santo de outrora constituiu-se junto do Sinai, mas não podia aproximar-se dele. O novo povo de Deus constituiu-se junto de outra rocha, a pedra, de que podemos aproximarmos (v. 4). Da mesma maneira, aos sacrifícios que tinham selado a aliança antiga (Ex 24, 5-8) sobrepõem-se os sacrifícios espirituais dos cristãos (v. 5). Por outra parte, a imagem do crescimento cede lugar à construção. O próprio Jesus (Mt 21, 42p) se tinha comparado à pedra rejeitada (Sl 118, 22), depois escolhida por Deus (Is 28, 16). Os cristãos, pedras vivas (v. 5) como ele (v. 4), ‘constroem-se’ em edifício espiritual (1Cor 3, 16-17; 2Cor 6, 16; Ef 2, 20-22), no qual, por meio de Cristo, tributam a Deus um culto digno dele (Jo 2, 21+; Rm 1, 9+; Hb 7, 27+)”.
 
 
Evangelho: Jo 14, 1-12
 
A perícope do Evangelho de hoje tem como pano de fundo a última ceia (Jo 13, 1ss), momento definidor da opção de Jesus em ser fiel ao caminho do Pai até às últimas consequências e, já estava claro o preço desta radical fidelidade: sua vida ofertada em sacrifício. Assim, num tom de despedida, após o anúncio da traição (Jo 13, 21-30), o estabelecimento do novo mandamento (Jo 13, 31-35) e a predição da tripla negação de Pedro, Jesus afirma aos discípulos que eles não estarão sozinhos ou abandonados, mas, na dificuldade vindoura é que devem permanecer firmes no caminho.
 
O discípulo para dar continuidade ao caminho aprendido junto a Jesus não deve ter dúvidas de quem é o Mestre e o que ele propõe. Por isso, o chamado à caminhada cristã deve levar o discípulo à profunda união com o Mestre: esta união amorosa faz reconhecer quem ele é de verdade. Jesus e o Pai são um (cf. v. 8-11). Portanto, a partir do diálogo com Filipe, Jesus deixa claro para todos que o seguem que não há separação entre o Pai e o Filho (cf. v. 10).
 
Reconhecendo quem é Jesus, o discípulo tem plenas condições de ser fiel ao caminho por ele proposto: um caminho de salvação universal (cf. v. 1-3), pois, “a casa do meu Pai tem muitas moradas” (v. 2a). O caminho de vida e salvação que Jesus oferece a todos não é um mero ideal, mas, um propósito concreto de vida. Por isso, o discípulo para encontrar o Pai, assim como Jesus o fez, deve conhecer e empreender este caminho (cf. v. 4). Aqui o diálogo com Tomé (cf. v. 5-7) é importantíssimo: o discípulo não pode alegar ignorância de qual caminho seguir (cf. v. 5b), pois, pela convivência com o Mestre já deveria saber o seu destino (cf. v. 3) e perceber que o caminho é o próprio Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (v. 6). Portanto, o caminho para a salvação é fazer como Jesus fez: em todos os momentos de sua vida, fazer a vontade do Pai de forma radical e não temer. Justamente por isso, ou seja, no caminhar pela fé atrelada a ações de vida Jesus é o caminho para a salvação.
 
O v. 12 é um otimista chamado de Jesus àqueles que o desejam seguir. O discípulo que reconhece Jesus como caminho de salvação será sinal de Deus para o mundo e, embora Jesus tenha feito muitos sinais durante sua caminhada terrestre, também seus discípulos fortalecidos pela fé farão muitos outros e, como serão muitos os seguidores, os sinais também serão multiplicados.

Autor: Pe. Bruno Alves, C.Ss.R.
 

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