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2º Domingo da Páscoa – Ano B08/04/2021 81y6w

 

 
“Dai graças ao Senhor porque ele é bom; eterna é a sua misericórdia!” (Sl 117, 1)
 
Tema central da Liturgia
 
O Segundo Domingo da Páscoa continua a nos iluminar com a alegria da certeza da fé na ressurreição de Jesus Cristo e que, por bondade de Deus, esta dádiva é oferecida a cada um de nós hoje. Entretanto, os textos bíblicos nos ensinam que o projeto do Reino de Deus não é algo fechado e à individualidade, mas, ao contrário, é um chamado à vivência comum desta fé. Por isso, se quisermos manter nossos os firmes rumo ao projeto de Jesus, devemos perseverar unidos em comunidade: a comunidade reunida na fé e praticando o que crê é o lugar onde Jesus ressuscitado se faz presente e nos envia em missão!
 
 
1ª Leitura: At 4, 32-35
 
A fim de melhor nos situarmos neste texto bíblico, tomemos a introdução aos Atos dos Apóstolos da Bíblia da CNBB:
 
Os Atos dos Apóstolos (At) são a continuação do evangelho de Lucas, constituindo a segunda parte de sua obra. Narram a fase da História da Salvação que se seguiu à ressurreição e elevação de Jesus. Como o evangelho de Lucas, também este escrito não é historiografia no sentido científico moderno; não tem a pretensão de fazer uma reconstituição científica dos fatos, mas, baseando-se em fontes fidedignas, procura evocar o significado daquilo que aconteceu e, também, prestar homenagem aos primeiros evangelizadores e fundadores das Igrejas cristãs – especialmente Pedro, primeiro porta-voz da Igreja-mãe de Jerusalém, e Paulo, evangelizador dos gentios. Na parte que narra as viagens marítimas de Paulo, o autor se apresenta como companheiro de viagem, falando na forma “nós”.
 
O livro possui vinte e oito (28) capítulos e, do ponto de vista do conteúdo, pode ser dividido em três partes: I) Atos de Pedro: 1 – 15; II) Elo entre a primeira e a terceira parte: 13 – 15; III) Atos de Paulo: 13 – 28.
 
Nossa perícope encontra-se na primeira parte do livro e apresenta a vivência da primeira comunidade cristã sediada em Jerusalém. É preciso ter presente que esta formação comunitária é decorrente dos eventos de Pentecostes (At 2, 1-13) que motivou o inflamado discurso missionário de Pedro (At 2, 14-36), fatos que nos colocam, na narração lucana, com o episódio das primeiras conversões (At 2, 37-41).
 
A fim de termos um retrato mais concreto da vivência da primeira comunidade cristã, fica uma tarefa para você, devoto leitor, de comparar esta perícope de hoje com outras duas: At 2, 42-47 e At 5, 12-16. Estas três perícopes formam um panorama da primeira comunidade de Jerusalém: At 2, 42-47 apresenta a unidade comunitária e o que ela causou na cidade; At 4, 32-35 narra a forma como os primeiros cristãos lidavam com os bens materiais; At 5, 12-16 narra o testemunho da Igreja através das ações dos Apóstolos.
 
A primeira comunidade cristã era formada por grande quantidade de pessoas, mas, existia na unidade (cf. 32a). O relato evidencia o papel dos Apóstolos, testemunhas da ressurreição, como responsáveis pelo crescimento da adesão à fé (cf. v. 33a), ou seja, na atividade apostólica que anunciava a maravilha da ressurreição e os ensinamentos de Jesus Cristo, os ouvintes da Boa Nova acolhiam este conteúdo como norma de vida.
 
A comunidade vivia perfeita fraternidade: ninguém se considerava superior a ninguém (cf. v. 32b) e todos os membros da comunidade dividiam com equidade seus recursos, não se apegando aos bens materiais e sanando as necessidades de todos (cf. v. 34-35). Por este estilo de vida simples e voltado à fraternidade, todos os cidadãos os estimavam (cf. v. 33b).
 
 
Salmo 117 (118), 2-4.16ab-18.22-24 (R/. 1)
 
O salmo de hoje é uma Ação de Graças, mas, também é um Salmo Litúrgico. Segundo Gunkel: “Já que a palavra geralmente traduzida “ações de graça” é a mesma palavra para “agradecimento”, fica claro que estes salmos tinham a intenção de serem usados num contexto cúltico. Pensa-se que o indivíduo, na presença da congregação em adoração testemunharia pessoalmente dos atos salvadores de Deus, acompanhados de um ritual e uma refeição. Eventualmente, estes salmos foram liberados do contexto de sacrifício”. Justamente por seu contexto cúltico, este salmo era utilizado para a liturgia para a festa das Tendas. Este salmo encerra o Hallel. Um invitatório (v. 1-4) precede o hino de ação de graças posto nos lábios da comunidade personificada, completado pelo livrinho de respostas v. 19s.25s, recitadas por diversos grupos quando a procissão entrava no Templo.
 
O v. 24 é muito importante para a tradição cristã, pois, é aplicado ao dia da ressurreição de Cristo e utilizado na liturgia pascal.
 
 
2ª Leitura: 1Jo 5, 1-6
 
A fim de melhor nos situarmos neste texto bíblico, tomemos a introdução da Primeira Carta de João da Bíblia da CNBB:
 
A Primeira Carta de João (1Jo) não tem forma de carta: faltam endereço e . É na realidade uma homilia ou exortação enviada por escrito. Não sabemos a que comunidade foi dirigida, mas pelo conteúdo podemos adivinhar a situação. Os fieis se sentem inseguros: será que eles têm comunhão com Cristo e com Deus? A essa incerteza, 1Jo responde: o verdadeiro conhecimento de Cristo, a comunhão com ele e com Deus, consiste na fé e no amor: em crer que Jesus, que viveu entre nós (“em carne”, 1Jo 4, 2), veio da parte do Pai; e em praticar sua palavra, amando os irmãos e repartindo com eles os bens deste mundo. Isso se chama: andar na luz. Quem faz isso pode estar seguro.
 
1Jo pode ser subdivido em três temas principais: I) luz: 1, 5 – 2, 27; II) justiça: 2, 28 – 4, 6; III) amor: 4, 7 – 5, 12. Envolvendo estes temas principais, temos: prólogo (1, 1-4), conclusão (5, 13) e apêndice (5, 14-21).
 
Nossa perícope de hoje encontra-se na terceira reflexão temática, ou seja, no amor. A vivência do amor é o terceiro critério que o cristão precisa ter em mente a fim de reconhecer ou não sua comunhão com Deus; aderir a este estilo de vida é ter fé na proposta divina como caminho para vencer tudo o que é contrário.
 
O critério do amor é apresentado como voltado para Deus e seu projeto de salvação levado a êxito por Jesus Cristo, portanto, quem ama a Deus, deve também amar Jesus Cristo (cf. v. 1), pois, na encarnação e pela paixão (cf. v. 6a) Jesus oferece a salvação à humanidade. Reconhecer este mistério divino é fundamental, pois, o próprio Espírito Santo é quem testemunha este evento, o Espírito é a Verdade (cf. v. 6b). Portanto, amar a Deus significa aceitar os dados da revelação.
 
Decorrente da aceitação da revelação em Jesus Cristo, é o chamado ao amor a Deus pela observância e cumprimento dos mandamentos, ou seja, os filhos de Deus, pela adoção em Jesus Cristo, são aqueles que praticam a palavra de Deus, ademais, observar estes mandamentos é, inclusive, amar os irmãos (cf. v. 2-3a). Justamente por este caminho de conformação à revelação em Jesus Cristo, os cristãos, pela prática dos mandamentos aderidos à vida pela fé, não vivenciam algo pesado (cf. v. 3b), mas, se revestem da força necessária para vencer os inimigos de Deus (cf. v. 4).
 
 
Evangelho: Jo 20, 19-31
 
A moldura dos relatos do Evangelho de hoje é a aparição de Jesus aos discípulos, mas, a insistência do dia, Domingo – o primeiro da semana (v. 19a.26a), indica que a comunidade cristã, pela fé na ressurreição de Jesus Cristo, é o lugar teológico por excelência de acolher e viver o dom da nova criação! Tomemos emprestada a exegese dos Dehonianos para nos guiar nesta profunda reflexão (FONTE: https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?mc_id=2851):
 
Aparição à comunidade, sem Tomé (Jo 20, 19-23): Na primeira parte (vers. 19-23), descreve-se uma "aparição" de Jesus aos discípulos. Depois de sugerir a situação de insegurança e de fragilidade em que a comunidade estava (o "anoitecer", as "portas fechadas", o "medo"), o autor deste texto apresenta Jesus "no centro" da comunidade (vers. 19b). Ao aparecer "no meio deles", Jesus assume-se como ponto de referência, factor de unidade, videira à volta da qual se enxertam os ramos. A comunidade está reunida à volta d'Ele, pois Ele é o centro onde todos vão beber essa vida que lhes permite vencer o "medo" e a hostilidade do mundo.
 
A esta comunidade fechada, com medo, mergulhada nas trevas de um mundo hostil, Jesus transmite duplamente a paz (vers. 19 e 21: é o "shalom" hebraico, no sentido de harmonia, serenidade, tranquilidade, confiança, vida plena). Assegura-se, assim, aos discípulos que Jesus venceu aquilo que os assustava (a morte, a opressão, a hostilidade do mundo); e que, doravante, os discípulos não têm qualquer razão para ter medo.
 
Depois (vers. 20a), Jesus revela a sua "identidade": nas mãos e no lado tresado, estão os sinais do seu amor e da sua entrega. É nesses sinais de amor e de doação que a comunidade reconhece Jesus vivo e presente no seu meio. A permanência desses "sinais" indica a permanência do amor de Jesus: Ele será sempre o Messias que ama e do qual brotarão a água e o sangue que constituem e alimentam a comunidade.
 
Em seguida (vers. 22), Jesus "soprou" sobre os discípulos reunidos à sua volta. O verbo aqui utilizado é o mesmo do texto grego de Gn 2,7 (quando se diz que Deus soprou sobre o homem de argila, infundindo-lhe a vida de Deus). Com o "sopro" de Gn 2,7, o homem tornou-se um ser vivente; com este "sopro", Jesus transmite aos discípulos a vida nova que fará deles homens novos. Agora, os discípulos possuem o Espírito, a vida de Deus, para poderem - como Jesus - dar-se generosamente aos outros. É este Espírito que constitui e anima a comunidade de Jesus.
 
Aparição à comunidade, com Tomé (Jo 20, 24-31): Na segunda parte (vers. 24-29), apresenta-se uma catequese sobre a fé. Como é que se chega à fé em Cristo ressuscitado?
 
João responde: podemos fazer a experiência da fé em Cristo vivo e ressuscitado na comunidade dos crentes, que é o lugar natural onde se manifesta e irradia o amor de Jesus. Tomé representa aqueles que vivem fechados em si próprios (está fora) e que não faz caso do testemunho da comunidade, nem percebe os sinais de vida nova que nela se manifestam. Em lugar de se integrar e participar da mesma experiência, pretende obter (apenas para si próprio) uma demonstração particular de Deus.
 
Tomé acaba, no entanto, por fazer a experiência de Cristo vivo no interior da comunidade. Porquê? Porque no "dia do Senhor" volta a estar com a sua comunidade. É uma alusão clara ao Domingo, ao dia em que a comunidade é convocada para celebrar a Eucaristia: é no encontro com o amor fraterno, com o perdão dos irmãos, com a Palavra proclamada, com o pão de Jesus partilhado, que se descobre Jesus ressuscitado.
 
A experiência de Tomé não é exclusiva das primeiras testemunhas; todos os cristãos de todos os tempos podem fazer esta mesma experiência.
 
 
Pe. Bruno Alves Coelho, C.Ss.R.
 
 
 

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